terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Literatura afro

A leitura é essencial para o aprofundamento de conhecimentos, conhecer lugares, desvendar culturas, viajar nas ideias e crescer em todos os sentidos. Todo conteúdo é importante e pode ser executado em qualquer lugar, e principalmente em dias frios como diria o Mestre Djavan.

Em relação à literatura sobre as questões étnico raciais, as publicações nas mais diversas áreas e pesquisas acadêmicas encontram-se em fase de expansão e tem conquistado espaço na rede mundial de computadores. Professores, estudantes e pesquisadores interessados na história e cultura africanas já podem acessar a biblioteca digital da Universidade de Aveiro (Portugal), que possui mais de 2500 obras digitalizadas de Angola, Cabo Verde, Goa, Guiné, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor. 

O projeto "Memória de África e do Oriente" foi idealizado em setembro de 1996, refere-se à história dos países de Língua Portuguesa, durante a administração colonial; sendo executado pela Universidade de Aveiro e pelo Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CESA). São livremente disponibilizados no site http://memoria-africa.ua.pt/: livros da escola primária do tempo colonial, relatórios, fotografias e documentos oficiais.

No Brasil, a Adital Jovem (Notícias da América Latina e Caribe) realizou um levantamento das principais obras dos autores e autoras considerados(as) como referências na literatura afrobrasileira. Destacam-se: Domingos Caldas Barbosa (1738-1800), Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), José do Patrocínio (1853-1905), João da Cruz e Souza (1861-1898), Afonso Henriques de Lima Barreto (1891-1922), Lino Guedes (1906-1951), Solano Trindade (1908-1974), Maria Firmina dos Reis (1825-1917) e Carolina Maria de Jesus (1914-1977).

Já no site da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) - http://www.abpn.org.br/novo/ - é possível encontrar a revista eletrônica institucional, artigos acadêmicos e publicações relevantes sobre questões étnicas da atualidade, a exemplo, da Coleção "Negras e Negros: Pesquisas e Debates" sobre: Mídia e Racismo; Saúde da População Negra; Questões urbanas e racismo. Outro mecanismo importante é a Editora Selo Negro, especializada nas questões afros e possui publicações sobre temas em diversas áreas. Também existe o Dicionário Escola Afro-Brasileiro escrito por Nei Lopes em 2006, que é recomendado para quem quer ler sobre escravidão, racismo e personalidades negras de destaque.

Na área infanto juvenil é possível encontrar vários livros e contos africanos, inclusive com download gratuito, que estimulam a criatividade, reflexão e pertencimento étnico. Agora, não existe mais desculpas para fortalecer o saber e a implementação da Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".

Sigamos em frente, informação é tudo! Axé!


Fonte: Coluna Axé – 379ª edição – Jornal Tribuna Independente (23 a 29/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Travessia na Barra de São Miguel

Começou o Circuito Alagoano de Natação em Águas Abertas 2016!

Nesse domingo(21.02.16), a Federação Aquática do Estado de Alagoas (FAEAL) promoveu a TRAVESSIA Barra de São Miguel, no litoral sul de Alagoas. A maré ainda estava enchendo, ficamos pertinho das pedras, a água limpinha e convidativa.

Essa foi a minha sexta travessia representando a Academia Nadart Fênix, fiz 1200m em 24'53", cheguei em 19º lugar no feminino geral e fiquei em terceiro na categoria Sênior B.

Sem dúvidas... foi mais um dia de relaxamento, alegria e superação!

 





terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O racismo carnavalesco

O Carnaval 2016, foi marcado por polêmicas e visibilidade do racismo na mídia. Todos os anos, pessoas anônimas buscam se divertir e chamar a atenção com suas fantasias ousadas, criativas.

O caso que chamou atenção no País, foi a foto de uma família de Belo Horizonte (MG), cujo casal de jovens aparecem com vestimentas dos personagens da Disney, Aladdin e Jasmine, e o seu filho nos ombros vestido de Abdu, o macaco de estimação. O que era apenas uma “brincadeira” na folia contribuiu para a reflexão sobre os estereótipos e a denúncia por racismo e injúria racial.

Outro caso que merece destaque, mas com enfoque sociopolítico, foi a jovem negra e blogueira Luanna Teofillo que se fantasiou de “paneleira Lolô”. A foto e o artigo “Existe whiteface?” recebeu centenas de curtidas e compartilhamentos por manifestar crítica social, e foi reproduzido na Revista Fórum e no site geledes.org.br. Sobre a personagem, escreveu: “Os detalhes da sua caracterização contam mais a sua história: a bolsa Channel para lembrar os dias em Paris (lugar muito superior a São Paulo), a camiseta vintage da seleção herdada do avô militar e a panela na mão como símbolo de sua indignação. Lolo está indignada com tudo o que esta aí, mas não sabe exatamente o que é esse tudo. Ela bate panela na janela para mudar nosso país. Lolo não é racista, mas acha que lugar de moreninho não é na universidade ao seu lado, pois cada um deve ficar no seu devido lugar. As flores no cabelo mostram um certo clima hippie chic, afinal ela quer paz e amor com o apoio do aparelho policial do Estado para defender seu patrimônio e os seus(...)”.

Enquanto isso nas escolas de samba, tanto no Grupo Especial, como nas séries A e B do Rio de Janeiro e São Paulo, surpreendeu a exaltação às religiões de matrizes africana e a representação dos orixás, surpreendeu a retratação do Exu em uma comissão de frente; a história de São Jorge – O Guerreiro na fé; e a vitória da Estação Primeira Mangueira com o samba enredo “Maria Bethânia: a Menina dos Olhos de Oyá”. Beleza e criatividade a parte, as críticas não faltaram.

Porém, após a maior festa popular do Brasil é importante lembrar que racismo não é piada, imaginação de gente complexada, síndrome de inferioridade e perseguição. A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Já o crime de racismo, previsto na Lei nº7.716/1989, implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos, como por exemplo: recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou às escadas de acesso, negar ou obstar emprego em empresa privada, entre outros.

O carnaval passou, o ano começou, e a luta por respeito continua. Vamos em frente!


Fonte: Coluna Axé – 378ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Trilha sonora - fim de semana (06 e 07.02.16)

A família se despediu nesse sábado(06.02) da vó Nina... a baixinha descansou e foi ao encontro da força divina. Agora, só nos resta a saudade!

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

4º Xangô Rezado Alto

O dia 02 de fevereiro em Alagoas, é dedicado à reflexão e combate da intolerância religiosa.

Há quatro anos foi criado o projeto “Xangô Rezado Alto”, idealizado pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), cuja coordenação foi repassada para a Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com a Rede Alagoana de Comunidades Tradicionais de Terreiro.

A atividade faz alusão aos 104 anos do Quebra de Xangô: episódio histórico e violento ocorido em 1912 contra religiosos de matrizes africanas, que tiveram seus terreiros invadidos e destruídos por uma milícia armada denominada Liga dos Republicanos Combatentes, além de perseguições e mortes.

Para chamar a atenção da sociedade, hoje(02.02) terá cortejo e a mostra cultural afro-alagoana a partir das 16hs na Praça Floriano Peixoto (também conhecida como Praça dos Martírios) no centro de Maceió. Sobem ao palco, a Orquestra de Tambores, Banda Afro Zumbi, Grupo Iyá Capoeira, Banda Afro Afoxé, Coletivo Afrocaeté e Afoxé Odô Iyá. Estarão presentes ialorixás, babalorixás, representantes das casas de axé de vários municípios, artistas, lideranças de grupos do Movimento Social Negro, pesquisadores e estudantes.

Esse é mais um importante momento para combater preconceitos e a intolerância religiosa; alertar sobre as formas de opressão e violência que são praticados até hoje contra religiosos de matrizes africanas; e reivindicar o compromisso para as causas da população afrodescendente.


Fonte: Coluna Axé – 377ª edição – Jornal Tribuna Independente (02 a 08/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com