No próximo domingo (13.07) terá a grande final da Copa do Mundo de futebol, que tem sido considerada pela imprensa estrangeira como a “copa das copas”. A todo tempo, é vendida a imagem de harmonia entre as torcidas, dentro dos estádios, nos bares, nos transportes públicos, além da divulgação dos exemplos de solidariedade de cidadãos honestos que devolvem ingressos e objetos perdidos.
No entanto, o desrespeito é visível e pouco criticado, quando palavrões e insultos são entoados para a presidente do país que sedia a competição, ou quando, esses mesmos anfitriões vaiam o hino do país adversário. Bom, alguns diriam que isso é liberdade de expressão e é extremamente normal. E quando o assunto é preconceito, são várias as formas de expressão e que não recebem qualquer tipo de punição, apesar da ampla campanha #copasemracismo.
As postagens racistas, de xenofobia e até mesmo de incentivo à pedofilia, tem sido encaradas como práticas comuns, não só direcionadas às equipes e jogadores, e sim, atingindo diretamente suas famílias e culturas. As pessoas estão passando do limite, se fortalecem em frente às telas dos equipamentos eletrônicos, para disseminar o ódio.
Enquanto isso, a Fifa tenta ao longo dos anos investir em ações que promovam o combate do racismo e outras formas de intolerância, inclusive, incentivou que os jogadores e torcedores fizessem algumas selfies nas redes sociais postando a frase #DigaNãoAoRacismo.
A partir dos jogos pelas quartas de final na Copa do Mundo, os capitães das seleções leram no idioma oficial do país a mensagem: "Rejeitamos qualquer tipo de discriminação de raça, orientação sexual, origem ou religião. Através do poder do futebol, podemos ajudar e livrar o nosso esporte e a nossa sociedade do racismo. Assumimos o compromisso de perseguir esse objetivo e contamos com você para nos ajudar nesta luta". E após a execução dos hinos, todos os jogadores titulares e o trio de arbitragem posam para os cinegrafistas e fotógrafos segurando uma faixa com a frase: "Say no to racism" (Diga não ao racismo).
Toda iniciativa que busque promover a paz e o respeito são bem vindas, porém, as mudanças de atitudes precisam ser mais evidentes e constantes. Caso contrário, seguiremos para o mundo da barbárie.
Fonte: Coluna Axé - 302ª edição - Jornal Tribuna Independente (08 a 14/07/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
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