terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva afroalagoana 2014

O ano de 2014 foi marcado pela luta na defesa de políticas públicas, para beneficiar os segmentos da população alagoana historicamente marginalizados. Porém, a inclusão da política de igualdade racial, concentra-se em poucos municípios alagoanos (Maceió, União dos Palmares, Viçosa e Arapiraca) que intensificaram a realização de seminários e a programação cultural no mês da consciência negra.

Um avanço primordial foi a implantação dos conselhos estaduais: Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL) e de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CECD/LGBT). São espaços expressivos de controle social e empoderamento, que só foram estabelecidos após inúmeras reivindicações das entidades e a intervenção do Ministério Público Estadual, através da 61ª Promotoria de Justiça da Capital. Os desafios continuarão, pois é o preciso instituir os conselhos municipais e secretarias especializadas para garantir mais recursos federais.  

No aspecto religioso, foi criado o Fórum dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Alagoas, investindo na união entre os babalorixás e yalorixás, para a realização de ações conjuntas em homenagens aos orixás e que combatam a intolerância religiosa, a exemplo da caminhada para refletir o Quebra de Xangô (02 de fevereiro) e o Dia de Iemanjá (08 de dezembro). Paralelamente, articulou-se a Juventude de Terreiro (Jdt-AL), que promovem encontros em praças e casas de axé, buscando ampliar a integração e os debates sobre pertencimento étnico, histórias das religiões de matrizes africanas e mortalidade de jovens negros.

Já a cultura afroalagoana é só efervescência, com a proliferação de editais e festivais para todos os gostos que só enaltecem o potencial artístico e valorizam o trabalho dos grupos, a exemplo, do projeto Giro de Folguedos executado pela Prefeitura de Maceió. As antigas bandas afros estão se reorganizando; maracatus e grupos percussivos se apresentaram fora do Estado; a dança afro e afoxés ganharam os palcos teatrais. 

O segmento da capoeiragem anda bem ativo, as duas federações (Falc e Feceal) ampliaram o número de atividades ao longo do ano, com encontros de formação, debates políticos, rodas abertas, aulões e oficinas. A capoeira tornou-se Patrimônio Cultural da Humanidade e o dia 03 de agosto foi reconhecido como Dia Estadual da Capoeira e do Capoeirista. 

No Parque Memorial Quilombo dos Palmares no platô da Serra da Barriga em União dos Palmares, a Fundação Cultural Palmares investiu em uma reforma que durou vários meses, mas, ainda apresenta falhas na infraestrutura que não foram sanadas como: falta d´água, a ampliação de cestas de lixo, os bancos não foram repostos e os áudios com a história do Quilombo (em quatro idiomas) ainda estão passando por manutenção. Esse é o nosso solo sagrado, palco da resistência negra, precisa de mais cuidado.

Que venha 2015! A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) deseja que o ano seja produtivo, com mais conquistas, compromisso social e mais visibilidade dos segmentos afros na mídia. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 324ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/12/14 a 05/01/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 28 de dezembro de 2014

Trilha sonora - fim de semana (27 e 28.12.14)

Simples assim ... eu e você!

"Mesmo que não venha mais ninguém. Ficamos só eu e você. Fazemos a festa, somos do mundo. Sempre fomos bom de conversar."

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Marcha LGBT

O Governo de Alagoas adiou novamente (sem previsão de data) a posse dos membros do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CECD/LGBT), correspondente a Lei nº7528 de 26 de julho de 2013. 

Enquanto isso, o Movimento continua reivindicando a concretização dessa conquista – que terá onze representantes da sociedade civil organizada – e tem se unido para promover ações de conscientização que combatam o preconceito e a violência. 

Nessa sexta-feira(19.12) das 8h às 12h30, no auditório do Sindicato dos Urbanitários (Rua Moreira e Silva, 54, Farol, Maceió), acontecerá o seminário “Estado Laico - Sua Religião Não É Nossa Lei”, com a apresentação do trabalho de pesquisa “Cristianismo, Política e Crimininalização da Homofobia no Brasil” de autoria do Mestre em Psicologia Paulo Nascimento, em seguida, a conferência da Pastora e Educadora Odja Barros (Igreja Batista do Pinheiro).

A atividade é uma realização do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e Afinidades GLSTAL, respectivamente, vinculados aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) e a ong Grupo Gay de Maceió. Também integra a programação da II Marcha Pelos Direitos LGBT 2014, no domingo (21) a partir das 15h, com concentração na Av. Antônio Gouveia na Praia de Pajuçara em direção a Praça Multieventos, onde a população LGBT e ativistas denunciarão os índices de assassinatos relacionados à homofobia, que foram levantados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 

Esse é o momento propício para revindicar a efetivação de políticas públicas e o respeito ao direito de amar quem quiser. Mais informações e inscrições: marchalgbt.al@hotmail.com / 8868-4838 / 9980-1099 / 9171-5115.


Fonte: Coluna Axé – 322ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato:cojira.al@gmail.com

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Patrimônio da Humanidade

Praticamente toda semana a coluna axé divulga as atividades dos grupos de capoeira no Estado de Alagoas e suas conquistas. E, sem dúvidas, a notícia mais esperada pelos praticantes, professores, contramestres e mestres ocorreu no dia 26 de novembro, quando a Unesco reconheceu oficialmente a capoeira como Patrimônio Cultural da Humanidade. 

Essa é uma das manifestações artísticas mais tradicionais do Brasil, com origem no período colonial e escravocrata, onde os negros escravizados a utilizavam para se defender e se divertir. Durante muitos anos, era combatida pelas autoridades por ser considerada um ato criminoso. 

Hoje, é uma expressão de um povo, observada como prática esportiva e uma realidade em mais de 150 países. Trata-se de um segmento afro que congrega indivíduos das mais diversas faixas etárias, condições financeiras, crenças religiosas e políticas. 

Dividida em capoeira angola e regional, possui outras manifestações culturais como: o Maculelê, Samba Duro e de Roda, além da Puxada de Rede. Ao som do berimbau, atabaque e pandeiros... é possível gingar, lutar e dançar. Também é uma filosofia de vida, é bom para a mente e o corpo, além de ser uma ferramenta importante na inclusão social. 

Agora, é preciso ter mais respeito da sociedade, os instrutores deveriam receber o apoio financeiro necessário para continuar atuando nas comunidades periféricas e nas escolas! Parabéns a todos os guerreiros e guerreiras capoeiristas!


Fonte: Coluna Axé – 321ª edição – Jornal Tribuna Independente (09 a 15/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Jornalismo e igualdade racial

No dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares –a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) encaminhou para todos os sindicatos filiados a carta da igualdade racial com o objetivo de reafirmar o compromisso relacionado à promoção da igualdade étnicorracial e de gênero.

Foram mencionados os princípios e propostas defendidas no I Encontro Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (I ENJIRA) – referendadas no 36º Congresso Nacional dos Jornalistas no mês de maio – e que precisam ser amplamente discutidas em todas as unidades sindicais para ampliar os avanços na luta pela visibilidade das questões étnicorraciais, a democracia e o combate do racismo. 

O documento assinado pelo presidente da instituição nacional, Celso Augusto Schröder, ressalta que: “Acordos internacionais, dos quais o Brasil é signatário, são absolutamente cristalinos no que diz respeito ao compromisso do Estado brasileiro, bem como de organismos e categorias profissionais, em superar o drama racial que ainda experimentamos como forma de alcançar, efetivamente, o desenvolvimento pleno capaz de consolidar a democracia”.

As representações dos(as) negros(as) e grupos historicamente discriminados no jornalismo e a destinação de verbas públicas para as mídias negras foram alguns dos temas que ordenaram as reflexões tecidas no I ENJIRA. Também ocorreu a reflexão sobre a existência de uma ditadura estética eurocêntrica na imprensa, a reduzida presença de jornalistas negros(as) nas redações e a necessidade de inclusão da temática étnicorracial no currículo das faculdades de jornalismo. 

Atualmente, em um universo de 31 sindicatos, são apenas oito grupos de jornalistas pela igualdade racial existentes e é preciso ampliar ainda mais! Axé!




Coluna Axé – 320ª edição – Jornal Tribuna Independente (25/11 a 01/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Programação afrocultural

Chegamos à semana da consciência negra, onde as atividades voltadas à exaltação da cultura afrobrasileira, encontros de formação e reflexão social se intensificam em todo o país.

A Prefeitura de Maceió através da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) realizará nessa quarta-feira (19), a segunda edição do projeto Saurê Palmares. A programação iniciará às 15h, com a Rota do Saurê, Centro (calçadão da Rua Boa Vista, proximidades da Igreja do Livramento e em frente ao antigo Produbam), com a participação da Banda Afrodara, Banda Afro Afoxé, Afoxé Ofá Omin, Grupo Ginga Terapia, Coco de Roda do Grupo Folclórico Ganga Zumba, Maracatu Raízes da Tradição. E às 16h, as apresentações artísticas continuam na Praça Palmares com: Orquestra de Tambores, Toni Edson, Banda Afro Mandela, Grupo Afoxé Odô Iyá e Chico César. 

Também estão previstas: oficina Cabelo e Identidade (Tamires Melo), oficina Mandala da Miscigenação (Achiles Escobar), exposição “Águas de Oxalá, Caminhos da Transformação”; exposição de cordéis, feira de comidas típicas, acessórios, roupas de capoeira e instrumentos musicais, produtos artesanais, esculturas e expressões plásticas.

Já em União dos Palmares, de 18 a 20 de novembro, as ações acontecerão no centro da cidade, na comunidade remanescente de quilombo Muquém, no Parque Memorial Quilombo dos Palmares localizado no platô da Serra da Barriga. Estão previstos o escambo cultural no auditório da prefeitura sempre às 14h, rodas de diálogo sobre “Protagonismo da Juventude Negra na cultura” e “Políticas Públicas e Tradições Culturais – Mestres da Cultura”; e ainda, as oficinas de jongo, dança afro, turbante, afro cantos e afro contos para os moradores de Muquém.

E no Espaço Zezito Araújo (Quadra de Esporte) às 18h, terá a resistência negra em cortejo com o desfile de grupos tradicionais e apresentações. Já no palco Abdias Nascimento acontecerão os shows a partir das 19h, com grupos locais e atrações nacionais como Olodum (18) e a banda de samba Fundo de Quintal (20). 

É programação para todos os gostos e atitudes, mas, o pertencimento étnico tem que ser todos os dias! Axé!


Coluna Axé – 319ª edição – Jornal Tribuna Independente (18 a 24/11/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Autorretrato Nordeste

O Autorretrato Nordeste é um projeto de arte visual que envolve fotografia, cultura e novas tecnologias. A terceira edição denominada “Quilombos de Alagoas” é uma realização da produtora Atitude Gestão de Ideias e foi a ganhadora do prêmio Artes Negras da Fundação Nacional de Arte (Funarte), que é um órgão vinculado ao Ministério da Cultura. 

Ao longo desse ano, tornou-se um mecanismo importante na inclusão midiática, estímulo para a prática da memória documental, para a valorização das manifestações culturais e expressões folclóricas, além de fortalecer a identidade negra alagoana. 

Foram realizadas oficinas gratuitas e mostras fotográficas em comunidades remanescentes de quilombo de Alagoas: Bom Despacho (Passo de Camaragibe), Palmeira dos Negros (Igreja Nova), Cajá dos Negros (Batalha) e Sabalangá (Viçosa). 

Agora, é o momento de conferir os resultados desse trabalho transformador em uma grande exposição fotográfica, com cenas captadas pelos adolescentes dessas localidades, além de cartões-postais e um catálogo fotográfico. 

Cerca de cem fotografias estarão espalhadas em grandes painéis de 10 a 20 de novembro, das 8h às 17 horas, no Espaço Cultural Trilhos Urbanos da Estação Ferroviária do Centro de Maceió, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Sem dúvidas, essa é uma ação ousada, com um potencial incrível e merece ser prestigiada. 

Também é um grande presente no mês da consciência negra, o período onde exaltamos a importância da história e cultura afro-brasileira, e o momento de reforçar que os quilombolas não são descendentes de escravos, e sim, de guerreiros e guerreiras que lutaram bravamente por liberdade e justiça. 

Acompanhe a página do projeto no facebook e acesse o site para mais informações: http://www.retratonordeste.com/. Entrada gratuita!


Fonte: Coluna Axé – 318ª edição – Jornal Tribuna Independente (11 a 17/11/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 9 de novembro de 2014

Momento inesquecível - Prêmio Braskem de Jornalismo



Nesse sábado (08.11) ocorreu em grande estilo a 25ª edição do Prêmio Braskem de Jornalismo em Alagoas, uma realização do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e a empresa Braskem.

Eu tive a honra de participar pela segunda vez e fui uma das premiadas! Após uma disputa acirrada com outros quatro concorrentes competentes e de peso, na categoria Assessoria de Imprensa, o case vencedor foi o projeto "Coopvila - Reciclar e Educar" da Cooperativa dos Catadores da Vila Emater que tem o patrocínio da Petrobras.

É um trabalho freelance que tenho muito orgulho de participar e aprendo todos os dias. Esses trabalhadores são guerreiros e guerreiras, verdadeiros agentes ambientais que também estão reciclando suas próprias vidas. Porém, a atuação na sociedade precisa ser mais respeitada e receber o apoio do poder público.

Dentre as ações de comunicação desenvolvidas no projeto, que dão visibilidade à cooperativa e a importância da coleta seletiva, estão: cobertura de eventos e produção de notícias; atualização do site (http://coopvila.com/) e redes sociais; edição de boletins informativos; articulação com os veículos de comunicação e agendamento de entrevistas; acompanhamento e/ou produção de material gráfico.


REGISTRO FOTOGRÁFICO

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Novembro Afro

O mês da consciência negra chegou, e com ele, proliferam-se em várias partes do país, as ações sociopolíticas, apresentações culturais e eventos de formação em alusão ao 20 de novembro: Dia Nacional da Consciência Negra e Dia de Zumbi dos Palmares (heroi nacional e líder da resistência negra). 

Atualmente, estima-se que 1047 cidades brasileiras já decretaram feriado nessa data, e no Estado de Alagoas a determinação deve ser cumprida conforme a Lei Estadual Nº 5.724, de 01.08.1995. Durante todo o mês, várias atividades serão realizadas em instituições de ensino, nas casas de axé, praças públicas e nas sedes de organizações que combatem o racismo e outras formas de opressão. 

A Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) está apoiando uma ampla programação no período de 15 a 20 de novembro em Alagoas, que divide-se entre a cidade de Maceió, a comunidade remanescente de Quilombo Muquém e o Parque Memorial Quilombo dos Palmares/Serra da Barriga em União dos Palmares. 

Terá o seminário de Fomento à Cultura Afro-brasileira e Saúde da População Negra; Feira do Livro; Edição especial do Escambo Cultural; oficina de percussão com Nana Vasconcelos; oficinas de hip hop; a Cavalgada da Liberdade; a exposição “Centenários Negros e Personalidades Negras de Alagoas”; homenagem aos capoeiristas de Alagoas; entrega de certificações de comunidades quilombolas; o Cortejo Issegum Caojubá; o Tributo ao centenário de Abdias Nascimento com o grupo de samba Fundo de Quintal, além de apresentações de grupos culturais e artistas locais. 

Esse é um importante período para celebrar a herança afrocultural e fortalecer a luta por justiça social e igualdade racial. Mas, a negritude e o pertencimento étnico tem que ser todo dia!


Fonte: Coluna Axé – 317ª edição – Jornal Tribuna Independente (04 a 10/11/2014) / Cojira-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Prêmio Afro

No dia 06 de novembro encerram as inscrições para o Prêmio de Culturas Afro-Brasileiras. Trata-se de umaparceria entre a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural e a Fundação Cultural Palmares (FCP), ambos do Ministério da Cultura. 

Ao todo serão R$2,5 milhões, distribuídos para os 60 projetos selecionados divididos em três categorias: Iniciativa Cultural Quilombola; Iniciativa Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Iniciativa Cultural de Coletivos Culturais Negros. 

O concurso visa reconhecer e premiar iniciativas culturais, que contribuam para o fortalecimento dos processos de transmissões de conhecimentos, práticas e tradições orais, artesanato, culinária, dança, música, dentre outras manifestações e saberes dos segmentos. 

Essa oportunidade dar visibilidade e contribui para a garantia dos direitos de acesso e promoção às fontes de cultura, além de cumprir as diretrizes formuladas pelo Plano Plurianual do Governo Federal e pelo Plano Nacional de Cultura. 

Podem participar pessoas físicas e jurídicas, e as inscrições podem ser realizadas via postal ou internet. Confira o edital completo e formulário no site: http://www.palmares.gov.br/


Fonte: Coluna Axé – 316ª edição – Jornal Tribuna Independente (28/10 a 03/11/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Negritude e saúde

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em 2006, e oficializada pelo Ministério da Saúde no ano de 2009, por meio da Portaria nº992. 

Porém, ativistas e especialistas da área continuam lutado para que a implementação aconteça, já que, estima-se que 70% dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) são pessoas negras (pretas e pardas). O objetivo é combater a discriminação étnicorracial nos serviços de saúde e atendimentos oferecidos, e ainda, promover a equidade em saúde deste segmento populacional. 

Dentre os males que mais acometem essa a população afro-descendente são: deficiência de glicose, diabetes, hipertensão, insuficiência renal crônica, câncer de próstata, parto por eclampsia, miomas, doenças de pele e a doença falciforme. 

Todos os anos, a Rede de Universidades Pró-Saúde da População Negra promove no mês de outubro, em várias partes do Brasil, as rodas de conversa com o tema: “País rico é país com igualdade racial – Ações Afirmativas”; além da reflexão sobre o “Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes” (27 de outubro). 

Em Alagoas, a roda de conversa acontecerá no dia 24 de outubro, das 8h30 às 12h e das 13h às 16h30, no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Essa é a oportunidade de fortalecer os grupos de extensão e pesquisadores sobre a saúde da população negra, e ainda, ampliar os conhecimentos sobre: populações tradicionais e ações afirmativas; racismo institucional; ensino e práticas em saúde. Terá certificado e para se inscrever, é preciso encaminhar seus dados para laudemi@gmail.com ou jorgeluisriscado@hotmail.com. 

É importante investir na divulgação dessas doenças, e principalmente, na atenção básica de saúde!


Fonte: Coluna Axé – 315ª edição – Jornal Tribuna Independente (21 a 27/10/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Teatro Experimental do Negro

O Teatro Experimental do Negro(TEN) fundado no Rio de Janeiro em 1944, representou uma revolução no cenário cultural brasileiro. Idealizado e dirigido por Abdias do Nascimento – um dos maiores ativistas pelos direitos humanos no Brasil, que deixou um legado de luta no desenvolvimento sociocultural, político e econômico do povo afrodescendente brasileiro – tinha como objetivo a valorização da herança cultural, a identidade, autoestima e a criação de uma nova dramaturgia. 

Também foram promovidas atividades nas artes plásticas; organização de eventos para estimular a conscientização política; concursos de beleza que enalteceram a mulher negra; além de cursos de alfabetização e cultura geral. 

A participação de várias pessoas foi essencial para o seu desenvolvimento, negros e brancos lado a lado, que eram funcionários públicos, artistas, datilógradas, professores, empregadas domésticas e operários ajudaram nos trabalhos. 

Foi um movimento que lutou contra as diversas nuances do racismo, mostrando o potencial de artistas negros nos mais diversos setores (atores, atrizes, autores/as, diretores/as) e provocou o interesse da imprensa. 

Os sinais da crise apareceram na década de 1950, com a precariedade financeira, ausência de local para ensaios e a montagem irregular de espetáculos, dificuldades frequentemente vivenciadas por vários grupos culturais. Porém, diante do apogeu da ditadura militar o grupo foi extinto, já que qualquer movimento em defesa da negritude e outras classes tidas como inferiores passaram a ser vistos com desconfiança e eram perseguidos. 

Foram vários espetáculos em quinze anos de atuação, trata-se de um marco histórico e não pode ser esquecido!


T.E.N
O Teatro Experimental do Negro(foto) foi um protesto em forma de arte, que inspirou vários grupos e tornou-se referência para ativistas do Movimento Social Negro. A exclusão de artistas negros nos palcos era massacrante, condicionando-os para papéis subalternos ou decorativos; e quando existia uma personagem de destaque, era geralmente interpretado por um ator branco cujo rosto pintava-se de preto. O grupo mudou paradigmas e mostrou o talento de Ruth de Souza, Grande Othelo, Léa Garcia, Santa Rosa, Aguinaldo Camargo, José Maria Monteiro, Marina Gonçalves, Arinda Serafim e tantos outros. 


Fonte: Coluna Axé – 314ª edição – Jornal Tribuna Indepdente (14 a 20/10/2014) / COJIRA-al / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Gandhi – o mensageiro da paz

No dia 2 de outubro, foi comemorado o 145º aniversário de nascimento do líder pacifista indiano Mohandas Karamchand Gandhi. Mahatma Gandhi inspira pessoas de várias gerações e países, devido aos ensinamentos que ressaltam a paz e não-violência, com o intuito de melhorar a sociedade. 

Foi trabalhando como representante de uma empresa indiana na África do Sul por 20 anos, que teve contato com o preconceito racial e despertou sua consciência social, além de defender os direitos da minoria hindu. Na luta pela independência da Índia, foi preso várias vezes, usou o jejum como forma de protesto e desobediência civil. 

A data do seu nascimento foi aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas, como o Dia Internacional da Não Violência – o termo não-violência representa uma série de conceitos sobre moralidade, poder e conflitos que rejeitam completamente o uso da violência nos esforços para a conquista de objetivos sociais e políticos. 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu que o mundo adote ações baseadas Gandhi: “Os princípios consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 1948, o ano da morte de Gandhi, devem muito a suas crenças”. Também defendeu a promoção de uma cultura de paz, construída por meio do diálogo e do entendimento, respeitando e celebrando a rica diversidade da humanidade. “Neste dia, eu convoco todas as pessoas para combater as forças da intolerância, avançar a cidadania global e forjar a solidariedade humana com base na filosofia de Mahatma Gandhi da não violência”, disse. 

O pacifista apesar de ser indicado para receber o prêmio Nobel da Paz durante cinco vezes entre 1937 e 1948, nunca foi agraciado e décadas depois, o erro foi reconhecido pelo comitê organizador. A simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu, até hoje impressiona a todos e esperamos que continue conquistando discípulos(as).

Inspiração
Gandhi conquistou admiradores no cenário mundial e influenciou personalidades como Nelson Mandela, Martin Luther King e Albert Einstein, com suas frases marcantes e filosofia de vida: “A não-violência e a covardia não combinam. Posso imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um elemento de medo, se não mesmo de covardia. Mas a verdadeira não-violência é uma impossibilidade sem a posse de um destemor inflexível”; “Seja a mudança que você gostaria de ver no mundo”, dentre outras.

Fonte: Coluna Axé – 313ª edição – Jornal Tribuna Independente (07 a 13/10/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eleições 2014

Em menos de uma semana, a população brasileira terá que comparecer as urnas eleitorais para definir os rumos socioeconômico e político do país e dos estados da federação. E pela primeira vez na história das eleições diretas para a Presidência do Brasil, as mulheres e os negros superam o número de votantes em todo o país. Além disso, a população negra e parda é a maioria no eleitorado brasileiro de maneira inédita na escolha do mandatário do país. 

Essas informações são destaque na análise intitulada “Gênero e raça nas eleições presidenciais de 2014: a força do voto de mulheres e negros” publicada pelo Instituto Patrícia Galvão, que trabalha pela qualificação da cobertura jornalística sobre questões críticas que envolvam os direitos das mulheres brasileiras. Trata-se de um estudo sobre os dados levantados pelos institutos de pesquisa Ibope e Datafolha e de acordo com a análise, o eleitorado feminino é maior desde o ano 2000, mas o peso neste ano é inédito, somando 74,4 milhões de votantes mulheres diante de 68,2 milhões de votantes masculinos. 

De acordo com a socióloga e especialista em pesquisa de opinião Fátima Pacheco Jordão, coordenadora do estudo, o processo de amadurecimento da escolha eleitoral tem um recorte de gênero, onde as mulheres são mais reflexivas e aguardam mais informações para definirem seu voto e observariam com maior rigor as propostas e promessas de políticas públicas. 

Outro ponto de destaque, foi o projeto de conscientização política desenvolvido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), que realizou a estreia do espaço multimídia na internet em grande estilo, com a sabatina aos candidatos ao governo de Alagoas. Cada entrevista possui um tempo total de 1h e 15 minutos, divididos em cinco blocos, onde são explorados os temas: saúde, educação, segurança, economia e comunicação. Os vídeos estão acessíveis no youtube: TV Web Sindjornal. 

E em relação às prioridades étnicorraciais no plano de governo para Alagoas e discussão sobre o racismo institucional, os segmentos afroculturais e representantes de movimentos sociais poderão ouvir os candidatos hoje(30.09) a partir das 8h30, no evento “Auá-Anon: Um Debate sobre Propostas e Políticas Pretas”. A atividade acontecerá no terreiro Ilê Nifé Omí Omo Posu Betá localizado na Rua Campos Teixeira, 290, Ponta da Terra em Maceió é uma realização da ialorixá Mirian, Instituto Raízes de Áfricas e o novo grupo Juventude Negra Independente de Alagoas. Contatos: 8827-3656 / 3231-4201. Participe!


Fonte: Coluna Axé – 312ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/09 a 06/10/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 9 de setembro de 2014

CNPIR – nova seleção

A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) divulgou no dia 1º de setembro, o processo de seleção para a nova composição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) destinada ao biênio 2014-2016. 

O edital foi publicado no Diário Oficial da União e as inscrições seguem até o dia 30 de setembro. Ao todo, 19 organizações serão incorporadas ao órgão colegiado, que tem caráter consultivo e compõe a estrutura básica do Ministério da Igualdade Racial. As categorias são: “População Negra” - Organizações gerais do Movimento Negro; “Representativas de segmentos” - Comunidades de Terreiro; Juventude; Mulheres; Quilombolas; Trabalhadores(as); e “Temáticas” - Comunicação, Educação, Pesquisa, Meio Ambiente ou Saúde; Povos indígenas; Comunidades Ciganas; Comunidade Judaica e Comunidade Árabe. 

As entidades da sociedade civil interessadas devem ter pelo menos três anos de funcionamento, com atuação nacional ou regional comprovada: Nacional – redes ou organizações que tenham filiadas ou seções em no mínimo em 13 (treze) Estados de 03 (três) regiões do País; Regional – redes e organizações com filiadas ou seções em pelo menos 70% dos estados da região. 

Já as redes ou organizações que estejam sediadas em uma única localidade, mas com reconhecida atuação nacional, devem ficar atentas aos seguintes critérios: a) execução de ações e/ou atividades comprovadas de âmbito nacional; ou b) manutenção de canal de comunicação (site, blog, portal, jornal impresso ou eletrônico) através do qual a rede ou organização estabeleça o diálogo com a sociedade civil de todo país. 

O Conselho também é composto por 22 órgãos do Poder Público Federal e três notáveis indicados pela SEPPIR. De caráter consultivo, tem o objetivo de propor em âmbito nacional, as políticas de promoção da igualdade racial com ênfase na população negra e outros segmentos étnicorraciais da população brasileira. O Conselho ainda tem por missão propor alternativas para a superação das desigualdades raciais, tanto do ponto de vista econômico quanto social, político e cultural, ampliando, assim, os processos de controle social sobre as referidas políticas.

Saiba mais no site: http://www.seppir.gov.br/


Fonte: Coluna Axé – 311ª edição – Jornal Tribuna Independente (09 a 15/09/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Plebiscito popular

De 1º a 7 de setembro, também conhecida como Semana da Pátria, serão realizados vários atos públicos através do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana; a coleta de assinaturas no abaixo assinado para o Projeto de Lei da Reforma Política, e também, acontecerá a 20ª edição do Grito dos Excluídos que abordará o tema “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”. 

O Plebiscito é uma consulta onde as/os cidadãs/os votam para aprovar ou não uma determinada questão. De acordo com as leis brasileiras somente o Congresso Nacional pode convocar um plebiscito, porém, desde o ano 2000, os movimentos sociais começaram a organizar Plebiscitos Populares sobre temas diversos, para que os/as brasileiros/as expressem a sua vontade política e pressionem os poderes públicos a seguir a reivindicação da maioria do povo. 

A Campanha Nacional do Plebiscito busca convocar a população para decidir se quer ou não mudanças no atual Sistema Político Brasileiro. Em várias partes do país, serão montadas urnas em faculdades, igrejas, associações de moradores, sindicatos, além das urnas voltantes. 

Também será possível realizar a votação pela internet, através do site www.plebiscitoconstituinte.org.br. A mobilização encontra-se efetiva pelas redes sociais, tem página no Facebook com várias informações, vídeos postados no YouTube e ainda o twittaço no twitter com as hastags #EuVotoSIM #MudeAsRegras. 

Informe-se, reflita e vote!


Fonte: Coluna Axé – 310ª edição – Jornal Tribuna Independente (02 a 08/09/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Agosto Popular

Para fechar o mês das tradições populares em grande estilo, terá a quarta edição do Agosto Popular. O evento acontecerá nesse sábado (30.08), a partir das 15h30, na Praça Santa Tereza localizada no bairro de Ponta Grossa em Maceió. 

Nesse ano, além de celebrar a cultura popular e sua diversidade, enaltecer a importância dos mestres e a contribuição social em suas comunidades, também chamará a atenção da sociedade para uma triste realidade: o extermínio de jovens negros em Alagoas. 

Foram convidados para apresentar seus trabalhos: o grupo de capoeira inclusiva Ginga Terapia; a fanfarra da Escola Júlio Alto; o maculelê do Grupo Legião Brasileira; Civilização Negra (samba reggae); Baianá Flor de Lis; bumba meu boi Águia e Cão de Raça; Afoxé Ofá Omin; Mestre Jorge Calheiros, Dona Guilhermina, Zeza do Coco, Xexéu, Linete Matia, Sandro Santana e Fagner Dubown (coco alagoano); Negra Pyll, Frick Zn, Davi 2P e Magojow (Rap); Rogério Dias e Banda; Família Todos Um (rap); Afoxé Povo de Exu; o maracatu percussivo do Coletivo AfroCaeté, com a participação especial de Isabel Caetano e Nany Moreno (Afoxé Oju Omin Omorewá). 

Essa é uma iniciativa da Articulação da Cultura Popular e Afro-Alagoana, do Coletivo AfroCaeté, do CEPA Quilombo, do Quintal Cultural, da Escola de Samba Girassol, da Associação dos Folguedos Populares da Zona Sul. Tem o apoio da Fundação Cultural Palmares (Alagoas) e da Keka Rabelo Assessoria de Comunicação. Prestigie!


Fonte: Coluna Axé – 309ª edição – Jornal Tribuna Independente (26/08 a 01/09/2014)/ COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Em marcha contra o genocídio

Reaja ou será morta ou morto! Essa é a campanha da II Marcha (Inter)Nacional contra o Genocídio do Povo Negro que acontecerá no dia 22 de agosto. 

A atividade tem como tema “A luta transnacional contra o racismo, a diáspora negra contra o genocídio”, e envolverá os estados de Alagoas, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Maranhão, Paraíba e o Distrito Federal; além de países como a África do Sul, Senegal, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França, Colômbia, Espanha e outros.

Em Alagoas, a mobilização foi articulada pelo Instituto Raízes de África, e a concentração está prevista para às 15h dessa sexta-feira, no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA) localizado no bairro do Farol em Maceió. 

Estão sendo convocados estudantes, educadores, representantes comunitárias, pastorais sociais, lideranças de movimentos sociais, religiosos de matrizes africanas, capoeiristas, entidades negras e grupos afroculturais para caminharem juntos, denunciando a conjuntura de brutalidade e extermínio da juventude negra, e ainda, ampliar o debate sobre o racismo institucional e toda forma de opressão. 

Esse é o momento de solidarizar com a dor de tantas famílias, violentadas cotidianamente diante do abuso de poder e a falta de oportunidades. Também, de clamar por justiça social, em memória a tantas Cláudias e Amarildos, que são invisibilizados pelos veículos de comunicação e a sociedade. É hora de reagir! (Mais informações: 8827-3656 / raizesdeafrica@gmail.com).


Fonte: Coluna Axé – 308ª edição – Jornal Tribuna Independente (19 a 25/08/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Espetáculo Afro

O Afoxé Oju Omin Omorewá – “Olhos d’água dos filhos da beleza” – completa nesse mês onze anos de atuação em Alagoas, e a comemoração será em grande estilo, com a apresentação do Espetáculo “Chão Batido – Terra de Negros e Mestiços” nessa quarta-feira (13.08) às 19h, no Teatro Deodoro em Maceió. O grupo encantará o público com seus batuques, danças, cânticos e a beleza do seu figurino. 

No palco será apresentada a história do povo brasileiro, da mitologia e cotidiano das religiões africanas; a mestiçagem do povo brasileiro, prestando uma homenagem aos ancestrais das religiões brasileiras, como caboclos, índios, pretos velhos; além de realçar a beleza e o respeito aos orixás. 

Dividido em três partes, também tem a riqueza literária de Castro Alves, através da interpretação de um trecho de “Navio Negreiro”, e ainda, a representação da Santeria Cubana, danças de tribos africanas e indígenas, toque do Ilê com jongo e o samba de roda. 

Para abrilhantar ainda mais a noite, terá as participações especiais do cantor Igbonan Rocha, Ana Fabíola (Grupo Voz Nagô – PE), Siry Brasil (coreógrafo do Grupo Muzenza) e Dayana Ribeiro (Deusa do Ébano do Ilê Ayê).

A apresentação integra a 15ª edição do projeto “Teatro É o Maior Barato 2014” organizado pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL). 

Os ingressos custam R$5 (meia) e R$10 (inteira), estão sendo vendidos por integrantes do grupo cultural e na bilheteria do teatro. Mais informações: 8821-5091 / 8826-2750. 


Fonte: Coluna Axé – 307ª edição – Jornal Tribuna Independente (12 a 18/08/2014) / Cojira/AL – Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Capoeira em festa

O mês de agosto chegou e encontra-se com uma ampla programação para exaltar a capoeira – Patrimônio Cultural do Brasil – que mescla herança afrocultural, promoção à saúde e cidadania. No domingo (03.08) foi celebrado em Maceió, o Dia Municipal da Capoeira e do Capoeirista (lei 5.887/2009) de autoria da Vereadora Tereza Nelma, que foi implantada como forma de reconhecimento ao trabalho sociocultural desenvolvido pelos capoeiristas. 

Nos dias 08 e 09 de agosto, terá o 3º Encontro Liberdade Capoeira em Maceió com o tema “O saber ancestral – Ouvindo o mestre”, com palestras, vivências, oficinas, rodas de capoeira, batizado e troca de graduação.  O Grupo Muzenza realizará o VII Muzenzumbi nos dias 08 a 10, na Escola Estadual Miriam Marroquim e no seu Centro de Treinamento (ambos localizados no bairro do Jacintinho), com a execução do Papoeira sobre “Novas Perspectivas para Capoeira” e aulas práticas. 

A mulherada também terá um evento direcionado, com o 6º Encontro Alagoano Feminino de Capoeira (Enafec) promovido pelo Grupo Legião Brasileira de Capoeira, nos dias 16 e 17 no Sesc-Poço. Já o Grupo Tradição fará o 1º Tradição Camará, nos dias 23 e 24, com rodas e oficinas (confecção de berimbau; confecção de caxixi; maculelê; musicalidade, toques e cantos). E Grupo Lua de São Jorge fará o Dendê Cultural em parceria com a ONG Graciliano É uma graça, no período de 20 a 31, inclusive, com o lançamento do CD “São Bento” produzido por Mestre Ulisses e Professor Denis Angola. 

Outra ação que merece destaque, será a sessão especial no dia 18 de agosto, no plenário da Câmara Municipal de Maceió, com o objetivo de discutir e implementar políticas públicas para o reconhecimento profissional e a valorização da capoeira como elemento de arte, cultura e promoção da saúde. A atividade contará com a participação da Federação de Capoeira do Estado de Alagoas (Feceal) e da Federação Alagoana de Capoeira (Falc), além de representantes da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac).

Enquanto isso, a luta pela valorização continua todos os dias, contribuindo para o pertencimento étnico e resgatando vidas. Axé! 


Fonte: Coluna Axé – 306ª edição – Jornal Tribuna Independente (05 a 11/08/2014) / Cojira/AL – Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 29 de julho de 2014

Mulheres negras em destaque

Na última sexta-feira(25.07), foi celebrado o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, marco internacional da luta e da resistência da mulher negra, criado em 25 de julho de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana. Também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra instituído através da Lei nº 12.987/2014. 

E para marcar a data foram realizados vários eventos pelo país, buscando ampliar a discussão sobre a desigualdade de gênero e etnia que acometem as mulheres negras, principalmente no mercado de trabalho, além de combater o racismo e do machismo. Também teve a realização do lançamento nacional da Marcha das Mulheres Negras 2015 – contra o racismo e pelo Bem Viver, que está sendo organizada pela sociedade civil e discutida em várias cidades brasileiras. 

Em Alagoas, teve um seminário no auditório do Banco do Brasil, com a presença da palestrante Regina Nogueira (RS), ativista e médica em saúde mental. Já o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial-Conepir/AL realiza hoje (29.07) o seminário “Mulheres Negras: Realidade e Desafios”, a partir das 8h30, no auditório da Escola de Magistratura de Alagoas (Esmal) no bairro do Farol em Maceió.

Foram convidadas como palestrantes a professora Cida Batista de Oliveira, coordenadora do Núcleo Temático Mulher e Cidadania da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e integrante do Conselho Estadual  dos Direitos da Mulher  (Cedim); e Regina Trindade, socióloga e pesquisadora; Valdecir Pedreira do Nascimento, integrante do Odara - Instituto da Mulher Negra (Bahia) e do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial; Isabel Clavelin, jornalista da Assessoria de Comunicação da ONU Mulheres. 

E os temas a serem discutidos são: violência contra a mulher negra em Alagoas; racismo institucional; Mulheres negras e comunicação com foco na Década dos Afrodescendentes e Pequim +20; e a Marcha das Mulheres Negras 2015. A inscrição é gratuita e o evento é destinado para todos os públicos: donas de casas, estudantes, profissionais das diversas áreas, líderes comunitárias, representantes dos segmentos afros e de movimentos sociais. Participe! 


Fonte: Coluna Axé – 305ª edição – Jornal Tribuna Independente (29/07 a 04/08/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 22 de julho de 2014

Enecom 2014

Pela terceira vez,o Estado de Alagoas sedia o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social.

A 35º edição teve início no sábado (19.07) e segue até o dia 26 de julho de 2014, no Campus da Universidade Federal de Alagioas (Ufal) em Maceió, com o tema central: “Educação às avessas – Da formação que temos a comunicação que queremos”.

Trata-se de uma realização do Coletivo Alagoas da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) em parceria com o Diretório Acadêmico Freitas Neto (DAFN). 

A programação é formada por painéis; palestras; oficinas; vivências - visitas para conhecer comunidades e projetos sociais; grupos de discussão; apresentação de trabalhos acadêmicos; Cinecom (produção cinematográfica) e atrações culturais. 

E nessa sexta-feira (25.07) terá o Ato pela Democratização da Comunicação, com concentração prevista para às 14h, na Praça Centenário, no bairro do Farol em Maceió. Esse será o momento de diálogo com a sociedade sobre o modelo de comunicação imposto em nosso país, de reflexão sobre o monopólio da mídia, cujas concessões públicas dos veículos estão nas mãos dos políticos “donos da mídia” por vários anos e que ditam o conteúdo que a população deve ter, além de serem instrumentos estratégicos para propagar seus interesses políticos e comerciais. 

Os participantes do encontro oriundos de várias partes do Brasil, além de profissionais de comunicação e lideranças de movimentos sociais levantarão a bandeira “Comunicação é um direito, não um privilégio!”. Saiba mais no site: www.enecos.com.br/enecom2014

Festival
Um dos destaques do 35º Enecom, sem dúvidas, é o Festival Mundaú de Cultura Alagoana que foi amplamente divulgado na imprensa alagoana e conta com o apoio da Prefeitura de Maceió. Teve início no sábado e segue até a noite de 26 de julho, a partir das 22h, com uma programação repleta de qualidade e diversidade de ritmos, e ainda, valorização das manifestações folclóricas. E nessa quarta-feira (23.07) terá a noite Quebra de Xangô, em respeito aqueles que lutaram contra a intolerância religiosa e como reflexão ao massacre do fato histórico de 1912. A cultura afro estará representada com o projeto Inaê, o maracatu do Coletivo Afrocaeté e a jovem cantora Janaína Martins, que tem se destacado no cenário local com sua voz marcante. Prestigie!  (Foto: Larissa Fontes)



Fonte: Coluna Axé – 304ª edição – Jornal Tribuna Independente (22 a 28/07/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) / Editora: Helciane Angélica / Contato cojira.al@gmail.com

terça-feira, 15 de julho de 2014

Mulher Negra

O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha é celebrado no dia 25 de julho e foi criado no ano de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, na cidade de Santo Domingo, República Dominicana. 

Trata-se de um marco internacional na luta e resistência da mulher negra, onde busca refletir sobre a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem estas mulheres, além de fortalecer as organizações de mulheres negras, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. 

Pensando nisso, o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir) realizará no dia 29 de julho, o Seminário “Mulheres Negras: Realidade e Desafios” das 8h30 às 14 horas, no auditório da Secretaria de Estado do Desenvolvimento e da Assistência Social (Seades) localizado no bairro do Poço em Maceió. 

Foram convidadas como palestrantes: Valdecir Pedreira do Nascimento, integrante do Odara - Instituto da Mulher Negra (Bahia) e do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial; e a professora Cida Batista de Oliveira, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e integrante do Conselho Estadual  dos Direitos da Mulher  (Cedim). O encontro também dará visibilidade a articulação da Marcha das Mulheres Negras 2015, que está sendo organizada pela sociedade civil e discutida em várias cidades brasileiras. 

Essa é uma grande oportunidade para refletir sobre a realidade que a mulher negra vive no Brasil e discutir sobre os avanços das políticas públicas.


Coluna Axé – 303ª edição – Jornal Tribuna Independente (15 a 21/07/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) / 
Fonte: Editora: Helciane Angélica – cojira.al@gmail.com

terça-feira, 8 de julho de 2014

Copa e racismo

No próximo domingo (13.07) terá a grande final da Copa do Mundo de futebol, que tem sido considerada pela imprensa estrangeira como a “copa das copas”. A todo tempo, é vendida a imagem de harmonia entre as torcidas, dentro dos estádios, nos bares, nos transportes públicos, além da divulgação dos exemplos de solidariedade de cidadãos honestos que devolvem ingressos e objetos perdidos. 

No entanto, o desrespeito é visível e pouco criticado, quando palavrões e insultos são entoados para a presidente do país que sedia a competição, ou quando, esses mesmos anfitriões vaiam o hino do país adversário. Bom, alguns diriam que isso é liberdade de expressão e é extremamente normal. E quando o assunto é preconceito, são várias as formas de expressão e que não recebem qualquer tipo de punição, apesar da ampla campanha #copasemracismo. 

As postagens racistas, de xenofobia e até mesmo de incentivo à pedofilia, tem sido encaradas como práticas comuns, não só direcionadas às equipes e jogadores, e sim, atingindo diretamente suas famílias e culturas. As pessoas estão passando do limite, se fortalecem em frente às telas dos equipamentos eletrônicos, para disseminar o ódio.

Enquanto isso, a Fifa tenta ao longo dos anos investir em ações que promovam o combate do racismo e outras formas de intolerância, inclusive, incentivou que os jogadores e torcedores fizessem algumas selfies nas redes sociais postando a frase #DigaNãoAoRacismo. 

A partir dos jogos pelas quartas de final na Copa do Mundo, os capitães das seleções leram no idioma oficial do país a mensagem: "Rejeitamos qualquer tipo de discriminação de raça, orientação sexual, origem ou religião. Através do poder do futebol, podemos ajudar e livrar o nosso esporte e a nossa sociedade do racismo. Assumimos o compromisso de perseguir esse objetivo e contamos com você para nos ajudar nesta luta". E após a execução dos hinos, todos os jogadores titulares e o trio de arbitragem posam para os cinegrafistas e fotógrafos segurando uma faixa com a frase: "Say no to racism" (Diga não ao racismo). 

Toda iniciativa que busque promover a paz e o respeito são bem vindas, porém, as mudanças de atitudes precisam ser mais evidentes e constantes. Caso contrário, seguiremos para o mundo da barbárie. 



Fonte: Coluna Axé - 302ª edição - Jornal Tribuna Independente (08 a 14/07/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 24 de junho de 2014

Debate no COS/UFAL

Estarei lá! Para relembrar os bons momentos no Curso de Comunicação Social na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), além de trocar conhecimentos e vivências.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Petrolina/Juazeiro

E lá vamos nós ... em busca de novas aventuras, paisagens e sonhos. 

Eu e minha amiga-irmã Edi fizemos concurso público para o Instituto Federal do Sertão Pernambuco, em nossas áreas de formação. 

Agora, é só conferir o gabarito ... mas, independente de qualquer resultado, foi muito bom conhecer essas cidades organizadas e aconchegantes. 

Nosso nordeste é lindo e salve o Rio São Francisco!!!









  







 








terça-feira, 17 de junho de 2014

Festejos juninos

O melhor período do ano para o povo nordestino é o mês de junho, onde a efervescência da nossa cultura encontra-se em todo lugar: na música, nas danças, quitutes e alegria. 

A Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), organizou uma grande festa com o tema “São João em Maceió é festa, futebol e forró”, com uma programação bem diversificada, que valoriza principalmente os artistas locais e encolve cerca de 50 trios de forró. 

Amanhã (18.06) terá o Trem do Forró para Fernão Velho saindo da estação de trem. Também estão previstas apresentações nos mercados públicos, no Caminhão do Forró e 52 arraiais espalhados por 32 bairros de Maceió. Também terá a 7ª edição do Festival de Coco de Roda Alagoano, promovida pela Liga dos Grupos de Coco de Roda Alagoano, que reunirá 14 grupos de coco de roda no período de 19 a 24 de junho. 

E para quem busca programações alternativas, a sugestão é curtir o Forrock nos dias 20 a 22 de junho, no Posto 7 na praia de Jatiúca, destaque especial para a Banda de reggae Vibrações que se apresenta no domingo. E nesse fim de semana, no Arraial Central no Estacionamento do Jaraguá, as atrações de fora são: a cantora e sanfoneira Lucy Alves, da Paraíba, e Cezzinha. 

Confira a programação completa no site: http://maceio.al.gov.br/saojoao/



Fonte: Coluna Axé – 301ª edição – Jornal Tribuna Independente (17 a 23/06/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

sábado, 14 de junho de 2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

Vai Ter Copa

A “copa das copas” inicia nessa semana, com a presença de 32 equipes divididas em oito grupos.

A expectativa é grande quanto às partidas do esporte mais adorado do Brasil, e principalmente, em relação às manifestações nos arredores dos estádios. Porém, paralelamente ao clima de tensão, é possível ver bandeirinhas do nosso país tremulando nos veículos e nas sacadas de prédios, além de ruas inteiras decoradas nas cores verde, amarela e azul. Também é grande o rebuliço da imprensa nas cidades-sede e cidades vizinhas em busca de fatos pitorescos.

E amanhã (11.06), chegará ao Aeroporto Zumbi dos Palmares a seleção de Gana, que escolheu a capital alagoana como sede de treinamento durante o mundial. O Comitê Gestor do Projeto Alagoas Centro de Treinamento de Seleções (Comcopa) programou uma recepção especial, que foi debatida com vários representantes de órgãos municipais. A comitiva ganesa contará com 90 pessoas e serão recepcionados com placas de boas vindas e uma banda de pífano; e no hotel, terá um trio de forró e a presença de estudantes universitários africanos que vivem em Alagoas.

No dia 13, às 10h no Estádio Rei Pelé, terá um treino aberto e a Fifa garantirá 10 mil ingressos, que serão distribuídos principalmente em escolas públicas e privadas. Já a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2014 acontecerá nessa quinta-feira (12.06) no Itaquerão, em São Paulo. Em seguida, às 17h, Brasil e Croácia entram em campo para o primeiro jogo do Mundial.

Esperamos que essa Copa não seja um festival de racismo e truculência, e que os protestos transcendam as ruas e cheguem às urnas.


Fonte: Coluna Axé - Edição 300 – Jornal Tribuna Independente (10 a 16/06/14) – Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira/AL)
Editora: Helciane Angélica – Contato: cojira.al@gmail.com

sábado, 7 de junho de 2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

Diálogos sobre mídia e racismo

Com representantes de todo Brasil, foi realizado nos dias 29 e 30 de maio, no Centro de Convenções Israel Pinheiro, em Brasília, o Seminário “Diálogos: Democracia e comunicação sem racismo, por um Brasil afirmativo”, promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

O encontro discutiu o quadro atual da comunicação social no Brasil, no que diz respeito à diversidade e ao combate ao racismo, bem como medidas que contribuam para que o País alcance uma comunicação mais plural e democrática, por meio do fortalecimento das mídias negras.

Participaram da mesa de abertura, a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial(Seppir); Valdice Gomes, representando a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), órgão consultor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Rosane Borges, do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR); e Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares.

A ministra Luíza Bairros considerou o evento um momento importante para se colocar no debate que a comunicação talvez seja, dentre as variáveis que precisam ser trabalhadas no combate ao racismo, a mais difícil de ser acessada. “A comunicação hegemônica tem um peso tão grande nesse momento, que acaba se tornando o setor ou área que teria o papel mais fundamental para poder fazer com que essas mudanças na sociedade pudessem ser vistas, para que a população negra pudesse aparecer como uma marca fundamental das mudanças que o Brasil tem sofrido nos últimos anos”.

Outro ponto de destaque nas discussões foi sobre o histórico da imprensa negra no Brasil, a partir da palestra de Ana Flávia Magalhães – pesquisadora, doutoranda da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – onde ressaltou que a comunicação negra vai além do jornalismo, da imprensa escrita e inclui uma rede ampla de profissionais que produzem conteúdos de interesse da população afro-brasileira. “Houve tentativas de silenciamento, mas desde o século 19, em termos de imprensa, os negros nunca se calaram e pautaram de forma diversa e incisiva a questão do racismo”, disse. 

Os periódicos negros, a exemplo de “O Mulato” (RJ), “Homem de Cor” (RJ), “O Homem” (PE) e “A Pátria” (SP), foram exemplos de esforço coletivo para a produção de conhecimento no combate do racismo e no fortalecimento das comunidades negras. Essa memória precisa ser resgatada e ter maior investimento público para a permanência dos meios de comunicação atuais da imprensa negra e que contribuem para o respeito da diversidade étnicorracial, cultural, de gênero e credo. Axé!


Coluna Axé – 299ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/06/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 27 de maio de 2014

Negros(as) no Concurso Público

O dia 20 de maio de 2014, tornou-se mais uma importante data na luta por igualdade racial no Brasil. 

Foi aprovado no Senado Federal, o projeto de lei que limita a aplicação das cotas ao prazo de dez anos e reserva 20% das vagas para a população negra em concursos públicos da administração pública federal: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União, como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Correios e Banco do Brasil.

A proposta não contempla órgãos públicos estaduais ou municipais, e deve ser adotada quando forem disponibilizadas mais de três vagas no cargo. Os candidatos e candidatas no ato de inscrição, deverão se declarar negros ou pardos, conforme o item cor e raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em caso de declaração falsa ocorrerá a eliminação. Agora, o texto seguirá para sanção da Presidência da República. 

De acordo com informações do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), utilizado como fundamentação para as cotas, cerca de 30% dos servidores do poder Executivo federal são negros. Em outros setores da administração federal (como nas carreiras jurídicas), os percentuais vão de 5,9% a 16,6%. 

A Lei visa garantir oportunidades para uma população que historicamente foi renegada e condenada à miserabilidade. Porém, tem intensificado as discussões e muitas críticas, sob o argumento de que é mais uma forma de dar regalias e/ou incentivar ainda mais a discriminação. 

Polêmicas a parte, as ações afirmativas servem para reduzir desigualdades sociais e raciais que perpetuam há séculos. Enquanto houver preconceito, não existirá paz, não existirá evolução. 



Fonte: Coluna Axé - 298ª edição – Jornal Tribuna Independente (27/05 a 02/06/2014)
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

(Com informações de agências nacionais)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Respeitem, a minha fé!

Todo mundo sabe que o Brasil é um país laico, e também, que todos devem ser tratados de forma igual perante a Lei. 

Porém, a nossa Constituição Federal vem sendo rasgada aos poucos e sendo descumprida pelos próprios juristas que deveriam atender seus objetivos fundamentais (Art. 3º): I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação

Na semana passada, a sociedade brasileira foi surpreendida com a sentença do juiz federal Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, onde afirmou veemente que os “cultos afro-brasileiros não constituem religião” e que “manifestações religiosas não contêm traços necessários de uma religião” porque não tem existência de um texto base (a Bíblia ou Alcorão, conforme citado na decisão), de uma estrutura hierárquica e de um Deus a ser venerado. 

Essa foi a resposta para uma ação do Ministério Público Federal (MPF) que pedia a retirada de vídeos do YouTube, onde cultos evangélicos eram considerados intolerantes e discriminatórios contra as práticas religiosas de matriz africana. 

Quem é ele, para dizer o que pode ser religião? Quem é ele para condenar a cultura ancestral de um povo? Essa atitude individualizada e preconceituosa só estimulou uma corrente de indignação em todo território nacional, e a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro tem mobilizado religiosos de matriz africana e de outras crenças, ativistas negros(as) e lideranças de movimentos sociais para novamente marchar em prol do respeito à diversidade e a liberdade de cultos. 

Nossa história e cultura não podem ser tratadas como lixo. Intolerância religiosa também é crime!



Fonte: Coluna Axé – 297ª edição – Jornal Tribuna Independente (20 a 26/05/2014) – Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (COJIRA-AL) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 13 de maio de 2014

A escravidão cotidiana

Há 126 anos, foi abolida no Brasil a escravidão de negros e negras oriundos do continente africano. 

O país foi o campeão na prática nefasta do tráfico de pessoas, que eram arrancadas de suas origens, famílias e costumes, para executar o trabalho forçado nas lavouras e casas de engenho, sob a justificativa de que eram amaldiçoadas e pertenciam a povos inferiores. E foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura, porém, o que parecia a solução para todos os problemas, desencadeou uma onda de marginalização social. 

Para o Movimento Negro o dia 13 de maio não é uma data festiva, e sim, o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo que busca promover a reflexão sobre a luta dos nossos antepassados por liberdade e justiça social; além de analisar os efeitos desastrosos que persistem até hoje. 

A população brasileira é formada por 50,7% de negros (pretos e pardos) conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE), no entanto, amargam a falta de oportunidades, ocupam cargos de menor prestígio e representam apenas 20% dos que ganham mais de dez salários mínimos. 

Também ocupam apenas cerca de 30% do funcionalismo brasileiro nas esferas federal, estaduais e municipais. Os índices de analfabetismo, desemprego e homicídios são crescentes. A nossa juventude negra está sendo dizimada, as políticas de inserção social e cultural são insuficientes, o que só fortalece a criminalidade e o tráfico de drogas. O pertencimento étnico deveria ser uma valorização para além das datas emblemáticas, e sim, ser uma prática constante em nossos lares e salas de aula. 

E fica a pergunta, onde está a cidadania plena? O discurso de que somos todos iguais perante a Lei, não pode ficar apenas no papel ou tornar-se uma estratégia de marketing nas redes sociais. Não podemos continuar sendo vítimas de atos racistas, intolerância religiosa e a opressão que multiplicam-se nos mais diversos locais. 

Queremos respeito! 



Fonte: Coluna Axé – 296ª edição – Jornal Tribuna Independente (13 a 19/05/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL/Sindjornal)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com