O Nobel da Paz é um dos cinco prêmios Nobel, criado pelo sueco Alfred Nobel que inventou a dinamite. Os prêmios de Física, Química, Fisiologia/Medicina e Literatura são entregues anualmente em Estocolmo, sendo o Nobel da Paz atribuído em Oslo, capital da Noruega. De acordo com a vontade de Alfred Nobel, o prêmio deveria distinguir "a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz".
O suíço Jean Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha Internacional e promotor das Convenções de Genebra, foi o primeiro a receber o prêmio em 1901. E a primeira mulher recebeu quatro anos depois, foi à austríaca Bertha Von Suttner, escritora e presidente honorária do Gabinete Internacional Permanente para a Paz. Nesse ano, foram 241 candidatos ao Nobel da Paz, um número recorde na história do galardão centenário. Dos indicados, 188 corresponderam a pessoas individuais e 53 a coletivos ou organizações.
Em 2011, três mulheres foram agraciadas: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf; a militante e também liberiana, Leymah Gbowee; e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman – que dividiram a premiação equivalente a US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 2,7 milhão). Ellen Johnson Sirleaf, 72, é economista e mãe de quatro filhos, em 2005 foi a primeira mulher africana eleita presidente democraticamente em um país africano. Leymah Gbowee teve um papel importante durante a segunda guerra civil liberiana (2003), ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma "greve de sexo". E ajudou mulheres de sudiferentes divisões étnicas e tribais no país a garantir direitos políticos para elas. Já a Tawakkul Karman atua em movimentos de resistência da juventude iemenita e pró-direitos das mulheres, com importante participação na chamada Primavera Árabe, movimento pró-abertura democrática que tem influenciado politicamente vários países do mundo árabe desde o início do ano.
De acordo com Thorbjoern Jagland, presidente do comitê do Nobel, "a esperança do comitê é de que o prêmio ajude a colocar um fim na opressão às mulheres que ainda ocorre em muitos países e a reconhecer o grande potencial para democracia e paz que as mulheres podem representar. Não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo se as mulheres não obtêm as mesmas oportunidades que os homens para influir nos acontecimentos em todos os níveis da sociedade".
E a Diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, parabenizou as indicações: "Estamos absolutamente animadas com a notícia e enviamos um enorme e um caloroso parabéns para essas três mulheres extraordinárias, que superaram grandes obstáculos em sua busca pela paz e democracia. Em todo o mundo as mulheres estão exigindo seus direitos à participação igualitária nos processos de reconstrução de paz, democracia e desenvolvimento de suas nações. Este ano, o Prêmio Nobel da Paz envia uma mensagem ao mundo de que o século 21 é o momento para participação plena e igualitária das mulheres em todos os níveis da sociedade". As mulheres podem e devem assumir o poder, e o melhor, demonstram capacidade em contribuir com a transformação social!
Exemplos
A iemenita Tawakkul Karman e as liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee foram escolhidas na última sexta-feira (07.10) para receber o Nobel da Paz de 2011, devido à luta não-violenta pela segurança das mulheres e pelos seus direitos a participar na construção da paz e trabalho. A última mulher a ganhar esse prêmio foi a militante ecologista queniana Wangari Maathai em 2004, que faleceu no dia 25 de setembro deste ano após lutar contra um câncer. Até agora, em 111 anos, apenas 12 mulheres receberam o Nobel da Paz, todas, exemplos de vida e atuação! (Crédito da foto: Reuters)
Fonte: Coluna Axé - nº171 - Jornal Tribuna Independente (11.10.10)
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