O último sábado, 25 de julho, entrou para a história diante da organização e diversidade de atividades em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
A data também refere-se ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra; “Rainha Tereza” viveu na década de XVIII no Vale do Guaporé em Mato Grosso, liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro. Segundo documentos da época, o lugar abrigou mais de 100 pessoas (aproximadamente 79 negros e 30 índios), que resistiram da década de 1730 ao final do século. Sua liderança se destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de defesa.
Em todo o Brasil, foram realizados eventos com o objetivo de estimular a reflexão sobre as discriminações e vulnerabilidade social que são expostas as mulheres afro-descendentes, além de divulgar a Marcha Nacional das Mulheres Negras 2015: Contra o racismo e a violência e pelo bem viver. Foram promovidas rodas de conversas, seminários, plenária das mulheres, entrega de prêmios, exposições e caminhadas, como por exemplos: a pré-marcha no Festival de Inverno de Garanhuns (PE), na Praia de Copacabana (RJ) e a Marcha do Orgulho Crespo (SP).
De acordo com a Associação Rede de Mulheres Afro-Latinas, Afro-Caribenhas e da Diáspora (Mujeres Afro), cerca de 200 milhões de pessoas que se identificam como afrodescendentes vivem na América Latina e no Caribe, o que corresponde a 30% da população dessas regiões. No Brasil, as mulheres representam o percentual de 51% da população, e 50 milhões são negras que lutam cotidianamente por respeito, condições dignas de trabalho e equiparidade salarial.
Infelizmente, as mulheres negras encontram-se no último lugar na escala social, é aquela que possui menor escolaridade, são as maiores vítimas de mortalidade materna (60% dos casos), encontram mais dificuldades no acesso aos serviços de saúde e orientações sobre a amamentação, são as mais rotuladas e exploradas sexualmente na mídia, enfrentam vários tipos de preconceitos estéticos, etc, etc, etc.
Enquanto isso, é preciso continuar em marcha, lutando por direitos e seguindo os exemplos de Aqualtune, Dandara, Anastácia, Tereza de Benguela, Luísa Mahin, Carolina Maria de Jesus, Lélia Gonzalez, Tia Marcelina e tantas outras guerreiras.
Exposição
O Comitê Impulsor da Marcha de Mulheres Negras 2015 em Alagoas e a Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH) promoveram no último sábado, 25 de julho, o Lançamento da Exposição “Memória Lélia Gonzalez: O feminismo negro no palco da história”, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e o Dia Nacional da Mulher Negra. A exposição permanecerá aberta à visitação de segunda à sexta-feira, até o dia 14 de agosto, no Museu da Imagem e do Som (MISA) localizado na Praça Dois Leões, no bairro de Jaraguá em Maceió. Prestigie! (Crédito da foto: Divulgação)
Fonte: Coluna Axé – 352ª edição – Jornal Tribuna Independente (28/07 a 03/08/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com