O ano de 2013 é encerrado com uma boa notícia para a cultura afro-alagoana. Foi aprovada na Câmara Municipal de Maceió a proposta da construção do Museu da Resistência (História e Cultura Africana e dos Afro-Brasileiros) e a emenda parlamentar no valor de R$80.000 no Plano Plurianual (PPA) 2014 a 2017, que será administrada pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).
O novo espaço visa o fortalecimento do turismo étnico em Maceió e será norteado por três vertentes: memória, história e arte. “Acreditamos que será um mecanismo importante para a propagação da consciência crítica sobre o papel da população afrodescendente no desenvolvimento de nossa nação, e ainda, busca promover o pertencimento étnico e o orgulho pelas manifestações afro-culturais. Queremos que estudantes, pesquisadores, ativistas e turistas possam ter acesso aos mais diversos tipos de exposições e conferir apresentações dos segmentos afros”, justificou a autora da iniciativa, vereadora Fátima Santiago(PP).
Trata-se de um investimento concreto de política pública, sendo respaldada pelo momento que estamos vivenciando: a Década Internacional dos Povos Afrodescendentes, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da Resolução A/66/460. Na edição 264ª dessa Coluna Axé (27/08 a 02/09/13), já tínhamos ressaltado que o projeto de lei estava em tramitação e teve uma reflexão na nota “cultura afro” sobre a necessidade de ter mais locais gratuitos para repassar informações sobre as questões étnicorraciais.
Atualmente no Brasil, existe o Museu Afro Brasil em São Paulo(SP), o Museu do Negro no Rio de Janeiro(RJ) e o Museu da Abolição no Recife(PE). Porém, no Estado de Alagoas, terra de Zumbi dos Palmares e onde teve o maior quilombo da resistência negra, os espaços públicos com essa temática são escassos. É possível encontrar alguns materiais no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e tem a expressividade da Serra da Barriga no município de União dos Palmares que possui em seu platô o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, mas, o espaço Batucajé (dança ao som de tambores) não é utilizado para exposições e outros eventos afros, e ainda, tem a precária estrada de acesso que impossibilita a ampliação de visitantes.
Bom, esperamos que a proposta seja concretizada e esse ponto turístico da capital alagoana torne-se uma referência. Axé!
Coluna Axé – 280ª edição – Jornal Tribuna Independente (31/12/13 a 06/01/14)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com