Testemunho de vida, fé e superação...

Na noite de 29 de maio de 2021 ocorreu o CULTO DE GRATIDÃO na Igreja Batista Monte Sião (IBMS) localizada no bairro do Jacintinho em Maceió-AL. 

Louvamos ao Senhor por todas as bênçãos que tem realizado em nossas vidas: restauração da saúde, união das famílias e o fortalecimento do nosso casamento.

Confira abaixo o meu testemunho.

Graça e paz... Minha família amada, amigos e irmãos em Cristo.

Agradeço a presença de todos nessa noite especial e de extrema gratidão pelo agir de Deus em nossas vidas.

Para quem não me conhece: eu sou Helciane Pereira. Completei 37 anos na última quarta-feira (26 de maio); sou alagoana; casada com o Jeann; formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, com atuação na área de Assessoria de Comunicação. Há dois anos aceitei Jesus como meu Salvador e estou congregando na Igreja Batista Monte Sião desde o ano passado.

Bom, eu cresci sem religião e vivia dizendo que era ecumênica ou esotérica, que acreditava apenas numa força divina e sempre buscava praticar o bem. Sempre convivi e respeito parentes e amigos de várias crenças e até ateus.

Andei em inúmeros templos religiosos buscando me encontrar, procurando um caminho que realmente tirasse as minhas mágoas, frustações e dores. Finalmente, estou conseguindo fortalecer a minha fé.

Encontrei o verdadeiro amor. Deus me renova a cada dia; capacita, protege e sustenta.

Jeann e eu somos gratos por tudo que Deus tem proporcionado em nossas vidas.

Nesse culto de gratidão celebramos a restauração da nossa saúde. Passamos por dias intensos e difíceis que tornaram o nosso casamento mais forte, e também, integrou ainda mais nossas famílias.

Nós tivemos a Covid-19 (coronavírus) em abril deste ano e ficamos em isolamento em casa e cuidamos um do outro. Porém, a Covid me pegou de jeito. E o que eu vivi e senti dar para escrever uns três livros: um de auto ajuda; infanto juvenil sobre coragem e aventuras; ou até mesmo um de crônicas. Mas, preferi retomar o meu blog na internet e não me canso de relatar a experiência transformadora que passei.

Eu sou asmática e há cinco anos estava com a doença controlada devido a prática da natação, inclusive, participava das competições de maratonas aquáticas de até 3km no mar e no Rio São Francisco. Porém, mesmo com todos os cuidados de higienização e distanciamento social, eu fiquei com 75% dos pulmões comprometidos.


[AGRADECIMENTO]

Eu nunca tinha sido internada, no máximo fiquei algumas horas em observação e recebendo medicação no soro. Eu sempre tive o pensamento equivocado de que “hospital representava um local de dor”... Mas, conheci um outro lado do atendimento, aquele que é movido pela dedicação, empatia e humanização.

Nos primeiros dias no hospital eu virei um bebê, totalmente dependente dos profissionais para se alimentar, beber e tomar banho. A minha primeira vitória foi quando consegui me levantar sozinha e ir até o banheiro. Depois, consegui caminhar até o bebedouro que ficava no corredor bem próxima à porta do quarto e levava várias broncas por está passeando no corredor.

Durante os oito dias no Hospital Alvorada, que graças ao bom deus consegui um leito, pude conviver com anjos da saúde... Pessoas que executam seu trabalho com muito profissionalismo e entre uma medicação e outra perguntavam se eu estava bem e davam o seu melhor, com certeza, esse cuidado e a atenção contribuíram para a minha recuperação.

Sou grata ao faxineiro Jardiel; as técnicas de enfermagem: Rayane, Cristina e Lucivânia; aos enfermeiros: Alexandre, Antônio, Rosana e Levi; fisioterapeutas: Amaro, Keila e Fernanda; a psicóloga: Raissa; e aos médicos: Fernando Araújo e Júlia Mendonça ... Peço a Deus para que continue protegendo e fortalecendo esses guerreiros e guerreiras, e todos os outros que estão nessa árdua missão de salvar vidas em plena pandemia.

Eu senti muita dor; a mão latejava e até ficou inchada com o acesso ao soro, que insistia em sair e as veias extravasavam. Também tinha uma forte pressão na cabeça; ouvi gemidos; soube do falecimento de alguns pacientes que estavam na enfermaria ao lado, e também, das altas médicas; e chorei algumas vezes...

Mas, para tentar me distrair e relaxar, coloquei vários louvores para escutar; assisti um pouco de TV e fugi dos noticiários. Também deixaram eu ter acesso ao celular... Pude ler centenas de mensagens de apoio e passei a fazer o meu próprio boletim médico atualizando os familiares sobre os sinais vitais (saturação, pressão arterial, temperatura, glicose), informando os medicamentos que estava usando, sintomas, pensamentos e angústias.

Apesar de estar sendo bem cuidada, eu não via a hora de voltar para o meu lar. As noites solitárias eram longas e a saudade era angustiante. O meu maior desejo era rever e abraçar aquelas pessoas que me amavam. Estava sentindo-me com uma prisioneira e se tivesse forças, acho que teria pulado o muro para fugir. Mas, antes de ser realmente liberada, conheci a pracinha Nise da Silveira na parte anexa ao hospital e ao ar livre; um espaço simples, com luz, repleto de plantas e cheio de vida.

Parei, respirei e orei. Não tinha motivos para desespero! Deus estava comigo o tempo todo e só devia agradecer por está vencendo aquela batalha.



[REABILITAÇÃO]

O período de reabilitação em casa também foi extremamente difícil e repleto de traumas. Para combater a Covid-19 e a Pneumonia, o bombardeio de medicamentos no meu corpo atingiram o meu cérebro das maneiras mais loucas e intensas.

Eu não sabia mais o que eram sintomas das doenças ou efeitos colaterais. Foram muitos desafios enfrentados: danos no sistema digestivo; ansiedade; insônia; dores nas articulações; queda de cabelo; uma forte pressão na região dos olhos; e o diagnóstico de TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo que contribuiu para surtos de limpeza e organização que deixava-me totalmente vulnerável à poeira, fungos, mofo, ácaros; desgastada fisicamente; e ainda, preocupava toda a minha rede de apoio que temia o meu retorno ao hospital.

Pude sentir todo o amor dos meus pais e irmãos; levei muita bronca dos meus tios conselheiros (Socorro, Nete, Geraldo e Eliane); recebi orações e energias positivas de vários amigos e conhecidos do Brasil inteiro; e tive toda a paciência e dedicação do meu esposo, que não mediu esforços para ver o meu bem.

Apesar de todos os perigos os meus pulmões ficaram fortes, mas passei a fazer os exercícios para fortalecer o corpo e a reaprender a respirar. Tudo isso, com o auxílio luxuoso da minha prima fisioterapeuta Luana. Também recebi as orientações do primo médico Felipe e da prima Gabi que é estudante de Psicologia.

É muito bom sentir novamente o sopro da vida! Deus me protegeu o tempo todo... Concedeu paz e força para encarar essa batalha, e senti todo o seu amor.

Esse encontro com Deus foi uma experiência tremenda e transformadora! Eu enfrentei as minhas próprias tempestades; senti medo dos meus maiores medos; senti saudades daquilo que ainda nem vivi; senti receio de não poder realizar os desejos do meu coração. Presenciei o meu próprio apocalipse, renasci, e floresci como um girassol em busca da luz.

 

[REFLEXÃO]

Hoje, só tenho a agradecer por ter passado por tudo isso! Celebro a oportunidade de ter uma nova história, aprendizados e conquistas; de continuar vivendo, sonhando e acreditando em um mundo melhor. E principalmente, de ter uma vida seguindo os caminhos e ensinamentos de Cristo.

Essa pandemia serviu para uma coisa: relembrar a todos que precisamos cuidar do nosso corpo, trabalhar a saúde mental, valorizar a natureza e principalmente de termos mais momentos ao lado da família.

Infelizmente, a Covid-19 não é uma gripezinha qualquer. É uma doença que atinge todo o corpo, a mente e o campo espiritual. Muitas pessoas estão aprisionadas com medo e outras são vítimas da sua própria ignorância. Já perdemos mais de 450 mil vidas no Brasil!

Como qualquer doença não escolhe classe, gênero e religião. No entanto, a sua performance mutante ataca a humanidade de formas diferentes e desafia a ciência. Podemos nos reinfectar, e isso, só demonstra a nossa fragilidade. Precisamos continuar nos protegendo e seguindo os protocolos de segurança. Vacina para todos!

Continuemos firmes e acreditando no poder de Deus. Ele é justo, perfeito e fiel! O médico dos médicos, quem realmente cura e liberta. É a nossa força, refúgio, socorro bem presente, controla o tempo, as marés, o sol, a lua, tudo ao nosso redor!!!

Sem Deus não somos nada!