terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva afroalagoana 2014

O ano de 2014 foi marcado pela luta na defesa de políticas públicas, para beneficiar os segmentos da população alagoana historicamente marginalizados. Porém, a inclusão da política de igualdade racial, concentra-se em poucos municípios alagoanos (Maceió, União dos Palmares, Viçosa e Arapiraca) que intensificaram a realização de seminários e a programação cultural no mês da consciência negra.

Um avanço primordial foi a implantação dos conselhos estaduais: Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL) e de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CECD/LGBT). São espaços expressivos de controle social e empoderamento, que só foram estabelecidos após inúmeras reivindicações das entidades e a intervenção do Ministério Público Estadual, através da 61ª Promotoria de Justiça da Capital. Os desafios continuarão, pois é o preciso instituir os conselhos municipais e secretarias especializadas para garantir mais recursos federais.  

No aspecto religioso, foi criado o Fórum dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Alagoas, investindo na união entre os babalorixás e yalorixás, para a realização de ações conjuntas em homenagens aos orixás e que combatam a intolerância religiosa, a exemplo da caminhada para refletir o Quebra de Xangô (02 de fevereiro) e o Dia de Iemanjá (08 de dezembro). Paralelamente, articulou-se a Juventude de Terreiro (Jdt-AL), que promovem encontros em praças e casas de axé, buscando ampliar a integração e os debates sobre pertencimento étnico, histórias das religiões de matrizes africanas e mortalidade de jovens negros.

Já a cultura afroalagoana é só efervescência, com a proliferação de editais e festivais para todos os gostos que só enaltecem o potencial artístico e valorizam o trabalho dos grupos, a exemplo, do projeto Giro de Folguedos executado pela Prefeitura de Maceió. As antigas bandas afros estão se reorganizando; maracatus e grupos percussivos se apresentaram fora do Estado; a dança afro e afoxés ganharam os palcos teatrais. 

O segmento da capoeiragem anda bem ativo, as duas federações (Falc e Feceal) ampliaram o número de atividades ao longo do ano, com encontros de formação, debates políticos, rodas abertas, aulões e oficinas. A capoeira tornou-se Patrimônio Cultural da Humanidade e o dia 03 de agosto foi reconhecido como Dia Estadual da Capoeira e do Capoeirista. 

No Parque Memorial Quilombo dos Palmares no platô da Serra da Barriga em União dos Palmares, a Fundação Cultural Palmares investiu em uma reforma que durou vários meses, mas, ainda apresenta falhas na infraestrutura que não foram sanadas como: falta d´água, a ampliação de cestas de lixo, os bancos não foram repostos e os áudios com a história do Quilombo (em quatro idiomas) ainda estão passando por manutenção. Esse é o nosso solo sagrado, palco da resistência negra, precisa de mais cuidado.

Que venha 2015! A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) deseja que o ano seja produtivo, com mais conquistas, compromisso social e mais visibilidade dos segmentos afros na mídia. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 324ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/12/14 a 05/01/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 28 de dezembro de 2014

Trilha sonora - fim de semana (27 e 28.12.14)

Simples assim ... eu e você!

"Mesmo que não venha mais ninguém. Ficamos só eu e você. Fazemos a festa, somos do mundo. Sempre fomos bom de conversar."

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Marcha LGBT

O Governo de Alagoas adiou novamente (sem previsão de data) a posse dos membros do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CECD/LGBT), correspondente a Lei nº7528 de 26 de julho de 2013. 

Enquanto isso, o Movimento continua reivindicando a concretização dessa conquista – que terá onze representantes da sociedade civil organizada – e tem se unido para promover ações de conscientização que combatam o preconceito e a violência. 

Nessa sexta-feira(19.12) das 8h às 12h30, no auditório do Sindicato dos Urbanitários (Rua Moreira e Silva, 54, Farol, Maceió), acontecerá o seminário “Estado Laico - Sua Religião Não É Nossa Lei”, com a apresentação do trabalho de pesquisa “Cristianismo, Política e Crimininalização da Homofobia no Brasil” de autoria do Mestre em Psicologia Paulo Nascimento, em seguida, a conferência da Pastora e Educadora Odja Barros (Igreja Batista do Pinheiro).

A atividade é uma realização do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e Afinidades GLSTAL, respectivamente, vinculados aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) e a ong Grupo Gay de Maceió. Também integra a programação da II Marcha Pelos Direitos LGBT 2014, no domingo (21) a partir das 15h, com concentração na Av. Antônio Gouveia na Praia de Pajuçara em direção a Praça Multieventos, onde a população LGBT e ativistas denunciarão os índices de assassinatos relacionados à homofobia, que foram levantados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 

Esse é o momento propício para revindicar a efetivação de políticas públicas e o respeito ao direito de amar quem quiser. Mais informações e inscrições: marchalgbt.al@hotmail.com / 8868-4838 / 9980-1099 / 9171-5115.


Fonte: Coluna Axé – 322ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato:cojira.al@gmail.com

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Patrimônio da Humanidade

Praticamente toda semana a coluna axé divulga as atividades dos grupos de capoeira no Estado de Alagoas e suas conquistas. E, sem dúvidas, a notícia mais esperada pelos praticantes, professores, contramestres e mestres ocorreu no dia 26 de novembro, quando a Unesco reconheceu oficialmente a capoeira como Patrimônio Cultural da Humanidade. 

Essa é uma das manifestações artísticas mais tradicionais do Brasil, com origem no período colonial e escravocrata, onde os negros escravizados a utilizavam para se defender e se divertir. Durante muitos anos, era combatida pelas autoridades por ser considerada um ato criminoso. 

Hoje, é uma expressão de um povo, observada como prática esportiva e uma realidade em mais de 150 países. Trata-se de um segmento afro que congrega indivíduos das mais diversas faixas etárias, condições financeiras, crenças religiosas e políticas. 

Dividida em capoeira angola e regional, possui outras manifestações culturais como: o Maculelê, Samba Duro e de Roda, além da Puxada de Rede. Ao som do berimbau, atabaque e pandeiros... é possível gingar, lutar e dançar. Também é uma filosofia de vida, é bom para a mente e o corpo, além de ser uma ferramenta importante na inclusão social. 

Agora, é preciso ter mais respeito da sociedade, os instrutores deveriam receber o apoio financeiro necessário para continuar atuando nas comunidades periféricas e nas escolas! Parabéns a todos os guerreiros e guerreiras capoeiristas!


Fonte: Coluna Axé – 321ª edição – Jornal Tribuna Independente (09 a 15/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com