terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Denúncia Quilombola

No dia 11 de fevereiro, na sede da OAB-AL no bairro da Jacarecica em Maceió, lideranças da comunidade quilombola Mumbaça (Traipu) – com o apoio de representantes do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir) e de entidades do movimento negro alagoano – apresentaram denúncias à Comissão de Defesa dos Direitos das Minorias da OAB e à imprensa.
 
Na Carta Aberta às Autoridades Brasileiras constam relatos dos quilombolas sobre desrespeito às suas origens, culturas e tradições. As lideranças quilombolas alegam que desde que o padre Eduardo assumiu a paróquia Santuário Senhor dos Pobres (localizada na comunidade) as famílias de Mumbaça são vítimas de preconceito e discriminação por parte do sacerdote e da comissão que dirige a igreja, ao ponto de serem proibidas de falarem que são quilombolas se quiserem frequentar o santuário. Além disso, estão proibidos de passarem com seus mortos por dentro da igreja antes do sepultamento, uma tradição secular na comunidade, causando profundo sentimento de frustração, constrangimento e decepção, principalmente, entre os mais velhos.
 
As famílias também são impedidas de se declarar quilombolas quando procuram uma vaga nas escolas e nos postos de saúde do município, sob ameaça de não conseguir matrícula nem atendimento médico. Outra grave denúncia, diz respeito a um decreto aprovado pela Câmara Municipal de Vereadores, que transforma a comunidade Mumbaça em um distrito do município, desconstituindo toda a ancestralidade já reconhecida pelo governo federal.
 
O documento foi protocolado na Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos que possui uma gerência afro quilombola; e ainda, será encaminhado para a Ouvidoria da Seppir, Fundação Cultural Palmares, MPF, MPE, autoridades eclesiásticas (Núncio Apostólico, Arcebispo de Maceió e bispo de Penedo), entre outros.
 
Também foi aprovado indicativo de uma reunião extraordinária do Conepir, no dia 21 de março, na própria comunidade de Mumbaça, para reunir ativistas e inclusive representantes das outras três comunidades quilombolas existentes em Traipu.
 
Leia a carta na íntegra, no blog: http://cojira-al.blogspot.com.br/
 

Fonte: Coluna Axé – 331ª edição – Jornal Tribuna Independente (24/02 a 02/03/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

92 anos da guerreira

No dia 15 de fevereiro, em pleno domingo de carnaval, a família honrou o compromisso de se reunir e curtir a grande alegria de ter a Dona Josefa em nossas vidas.
 
Doce senhora.

A pessoa mais simples e acolhedora que conheço.

Sempre atenciosa, possui conselhos precisos e uma lucidez invejável.

Tem o dom de acalmar com o olhar e seu afago é um bálsamo.

Uma verdadeira rainha!
   
Tenho muito orgulho de ser sua neta e ter tido a oportunidade de conviver e aprender com ela ... Afinal, são 92 anos de muitas histórias e ensinamentos.
 
 
 
 

 
 


 
 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Comissão Nacional

Na última sexta-feira(06.02), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) instituiu oficialmente a Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra.
 
A cerimônia contou com a presença de várias autoridades e integrantes da sociedade civil de todo o país; e foi abrilhantada pela banda mirim do Olodum, de Salvador (BA), que entoou o Hino Nacional Brasileiro ao som dos tambores; também teve a apresentação do Congado de quilombolas de Patos e Paracatu (MG); letras de Coco – ritmo nordestino influenciado pelas culturas africana e indígena – na voz de Martinha do Coco; e o grupo TAMNOÁ (Tambores do Paranoá) do Distrito Federal.
 
Inspirada na Comissão Nacional da Verdade, que investigou o período da ditadura militar no Brasil, tem como o objetivo resgatar a história da população negra no Brasil, avaliar as atrocidades cometidas à época da escravatura, obter dados quanto aos responsáveis, e ainda, sugerir políticas públicas e ações afirmativas. 
 
Na composição estão participando 57 membros, sendo dez advogados, 35 consultores e 15 convidados do Judiciário e do Ministério Público, que terão o prazo de dois anos para concluir o trabalho. Dentre os parceiros estão: Ministério de Direitos Humanos, Fundação Zumbi dos Palmares, o Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) e o Instituto Nzinga Mulher Negra, além de universidades brasileiras.
 
“Queremos buscar todas aquelas ações da escravidão que persistem até hoje e fazem do país um campeão da luta contra a desigualdade, da discriminação e do racismo. É preciso que investiguemos a fundo os fatos da escravidão, assim como a Comissão Nacional da Verdade investigou fatos da ditadura e da tortura que persistem até hoje, a nossa comissão também pretende abolir, encerrar, banir os fatos que existem na escravidão até hoje”, destacou o presidente do colegiado, Humberto Adami.
 
A proposta é que as seccionais estaduais também auxiliem nas investigações e pesquisas, e ainda, implantem as comissões estaduais. Desejamos sucesso na empreitada.


Fonte: Coluna Axé - 330ª edição – Jornal Tribuna Independente (10 a 16/02/15) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Outra chance

O destino deu algumas voltas e a gente resolveu tentar de novo.
 
Dar uma chance para nós mesmos, e para celebrar, fizemos o passeio das 9 ilhas na Lagoa Mundaú em Maceió.

Um momento inesquecível. Curtimos a exuberância da natureza e registramos cada momento através das lentes, na memória e no coração.
 
É perfeito, quando pode-se compartilhar sorrisos sinceros, beijos e abraços em um local tão especial.
 
A gente se respeita, admira e ama. Simples assim! 
 
Estamos felizes e é isso que importa...


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Celebração e Resistência Negra

Representantes de várias casas de axé e ativistas do movimento negro alagoano realizarão nessa quinta-feira(05.02), no município de União dos Palmares, mais um importante momento de celebração e pertencimento étnico.
 
A ação “De volta a Angola Janga” que significa “Minha terra” na língua africana banto, faz alusão à última grande guerra no Quilombo dos Palmares em 1694. Guerreiros e guerreiras quilombolas que lutaram até a morte por justiça e liberdade, porém, o massacre culminou na destruição da Cerca Real dos Macacos (sede administrativa e política do quilombo) e tornou-se símbolo de resistência negra mundial.
 
A programação iniciará às 22h com a acolhida na Chácara Paraíso localizada na Serra da Barriga, onde serão realizadas as apresentações de grupos artísticos-culturais e de religiosos de matriz africana, e a exibição de vídeos. Em seguida, todos os participantes seguirão em caminhada até o Parque Memorial Quilombo dos Palmares localizado no platô da serra, com paradas estratégicas e de reflexão sobre quatro segmentos: capoeiristas; juventude; quilombolas e indígenas; religiosos.
 
A atividade contou com o apoio das secretarias municipais de Cultura e Educação de União dos Palmares; Núcleo de Identidade Étnicorracial de União dos Palmares; Projeto Inaê/GUESB; Associação Adapo Muquém; fábrica Bom Leite; e Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
 
Parabéns pela iniciativa, mas a luta por respeito continua... afinal, a felicidade do negro é uma felicidade guerreira! Axé!
 

Fonte: Coluna Axé – 329ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/02/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com