terça-feira, 27 de maio de 2014

Negros(as) no Concurso Público

O dia 20 de maio de 2014, tornou-se mais uma importante data na luta por igualdade racial no Brasil. 

Foi aprovado no Senado Federal, o projeto de lei que limita a aplicação das cotas ao prazo de dez anos e reserva 20% das vagas para a população negra em concursos públicos da administração pública federal: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União, como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Correios e Banco do Brasil.

A proposta não contempla órgãos públicos estaduais ou municipais, e deve ser adotada quando forem disponibilizadas mais de três vagas no cargo. Os candidatos e candidatas no ato de inscrição, deverão se declarar negros ou pardos, conforme o item cor e raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em caso de declaração falsa ocorrerá a eliminação. Agora, o texto seguirá para sanção da Presidência da República. 

De acordo com informações do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), utilizado como fundamentação para as cotas, cerca de 30% dos servidores do poder Executivo federal são negros. Em outros setores da administração federal (como nas carreiras jurídicas), os percentuais vão de 5,9% a 16,6%. 

A Lei visa garantir oportunidades para uma população que historicamente foi renegada e condenada à miserabilidade. Porém, tem intensificado as discussões e muitas críticas, sob o argumento de que é mais uma forma de dar regalias e/ou incentivar ainda mais a discriminação. 

Polêmicas a parte, as ações afirmativas servem para reduzir desigualdades sociais e raciais que perpetuam há séculos. Enquanto houver preconceito, não existirá paz, não existirá evolução. 



Fonte: Coluna Axé - 298ª edição – Jornal Tribuna Independente (27/05 a 02/06/2014)
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

(Com informações de agências nacionais)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Respeitem, a minha fé!

Todo mundo sabe que o Brasil é um país laico, e também, que todos devem ser tratados de forma igual perante a Lei. 

Porém, a nossa Constituição Federal vem sendo rasgada aos poucos e sendo descumprida pelos próprios juristas que deveriam atender seus objetivos fundamentais (Art. 3º): I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação

Na semana passada, a sociedade brasileira foi surpreendida com a sentença do juiz federal Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, onde afirmou veemente que os “cultos afro-brasileiros não constituem religião” e que “manifestações religiosas não contêm traços necessários de uma religião” porque não tem existência de um texto base (a Bíblia ou Alcorão, conforme citado na decisão), de uma estrutura hierárquica e de um Deus a ser venerado. 

Essa foi a resposta para uma ação do Ministério Público Federal (MPF) que pedia a retirada de vídeos do YouTube, onde cultos evangélicos eram considerados intolerantes e discriminatórios contra as práticas religiosas de matriz africana. 

Quem é ele, para dizer o que pode ser religião? Quem é ele para condenar a cultura ancestral de um povo? Essa atitude individualizada e preconceituosa só estimulou uma corrente de indignação em todo território nacional, e a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro tem mobilizado religiosos de matriz africana e de outras crenças, ativistas negros(as) e lideranças de movimentos sociais para novamente marchar em prol do respeito à diversidade e a liberdade de cultos. 

Nossa história e cultura não podem ser tratadas como lixo. Intolerância religiosa também é crime!



Fonte: Coluna Axé – 297ª edição – Jornal Tribuna Independente (20 a 26/05/2014) – Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (COJIRA-AL) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 13 de maio de 2014

A escravidão cotidiana

Há 126 anos, foi abolida no Brasil a escravidão de negros e negras oriundos do continente africano. 

O país foi o campeão na prática nefasta do tráfico de pessoas, que eram arrancadas de suas origens, famílias e costumes, para executar o trabalho forçado nas lavouras e casas de engenho, sob a justificativa de que eram amaldiçoadas e pertenciam a povos inferiores. E foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura, porém, o que parecia a solução para todos os problemas, desencadeou uma onda de marginalização social. 

Para o Movimento Negro o dia 13 de maio não é uma data festiva, e sim, o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo que busca promover a reflexão sobre a luta dos nossos antepassados por liberdade e justiça social; além de analisar os efeitos desastrosos que persistem até hoje. 

A população brasileira é formada por 50,7% de negros (pretos e pardos) conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE), no entanto, amargam a falta de oportunidades, ocupam cargos de menor prestígio e representam apenas 20% dos que ganham mais de dez salários mínimos. 

Também ocupam apenas cerca de 30% do funcionalismo brasileiro nas esferas federal, estaduais e municipais. Os índices de analfabetismo, desemprego e homicídios são crescentes. A nossa juventude negra está sendo dizimada, as políticas de inserção social e cultural são insuficientes, o que só fortalece a criminalidade e o tráfico de drogas. O pertencimento étnico deveria ser uma valorização para além das datas emblemáticas, e sim, ser uma prática constante em nossos lares e salas de aula. 

E fica a pergunta, onde está a cidadania plena? O discurso de que somos todos iguais perante a Lei, não pode ficar apenas no papel ou tornar-se uma estratégia de marketing nas redes sociais. Não podemos continuar sendo vítimas de atos racistas, intolerância religiosa e a opressão que multiplicam-se nos mais diversos locais. 

Queremos respeito! 



Fonte: Coluna Axé – 296ª edição – Jornal Tribuna Independente (13 a 19/05/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL/Sindjornal)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 11 de maio de 2014

Minha mãe, é massa!

Feliz Dia das Mães para todas as guerreiras que tem o dom de amar, proteger, educar, acarinhar... 



 






terça-feira, 6 de maio de 2014

O racismo persiste

Quem disse que o racismo precisa de banana? Trata-se de uma chaga social, que tem crescido mundialmente e é realizada nos mais diversos locais, um crime que precisa ser punido conforme a Lei. Os constantes casos de discriminação racial e violência nos campos de futebol sensibilizaram os veículos de comunicação; os/as artistas utilizam seus protestos nas redes sociais como estratégia de marketing pessoal; e a população continua assistindo? 

Há 12 anos, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) implantou uma campanha de conscientização nos estádios, onde os capitães de cada time discursam e os jogadores exibem faixas, e tudo continua por isso mesmo. As penalidades são brandas, inúmeros casos deixam de ser denunciados e ninguém vai para a cadeia. 

No último domingo(04.05), o programa Esporte Espetacular da Rede Globo conversou com vários jogadores, ícones do esporte brasileiro e com Luiza Bairros, ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que comentou o caso Daniel Alves e as punições ao jovem que jogou a banana no lateral. 

Em um primeiro momento, muitos de nós pensaram que as punições aos times poderiam ser mais efetivas. Mas agora, com a repetição dos casos, se pensa que o melhor realmente é procurar identificar quem praticou a discriminação. Para isso, esse exemplo mais recente da Espanha foi bastante positivo: a pessoa já foi identificada.  Mas é preciso que os times de futebol adotem uma postura um pouco mais corajosa em relação a isso. O efeito do racismo em nós, pode ser devastador” - afirmou a ministra. 

Enquanto isso, a “copa da diversidade” se aproxima e a busca por respeito (em todos os setores) tem que ser uma bandeira de luta de tod@s!   



Fonte: COLUNA AXÉ – 295ª edição – Jornal Tribuna Independente (06 a 12/05/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com