sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mais um caso de violência

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) divulgou no seu blog, a violência sofrida por um funcionária negra dentro do Supermercado GBarbosa na última quinta-feira (22.12), localizado no bairro da Cruz das Almas em Maceió. Cássia da Silva Nicandio, 37, foi covardemente agredida por outro funcionário chamado James das Neves Bernardes no local de trabalho.

Segundo a vítima, James era uma pessoa reservada e tranquila, mas nos últimos dias estava sendo grosseiro com todos, inclusive, com a encarregada do setor. “Eu fui conversar para saber o que estava acontecendo, ele tinha faltado e perguntei se estava doente, se estava tudo bem. Ele disse que tinha todas as doenças do mundo e que ninguém do trabalho acreditava”. Cássia terminou perguntando se aquilo era destinado a ela, e aos gritos James respondeu: “se a carapuça serviu o problema é seu”. Diante da resposta ríspida, pediu para abaixar o tom de voz porque estava dentro da loja e foi quando ele partiu para cima, ela se protegeu com um empurrão e depois foi atingida com uma lata de refrigerante na cabeça.

A partir daí, as agressões se multiplicaram sobre os olhares de outros funcionários e clientes. James tentou dar uma “gravata” no pescoço, jogou-a no chão, deu socos e pontapés, enquanto, as pessoas gritavam pedindo para parar e tentavam afastá-lo. Com a chegada do gerente, o ataque cessou e os demais funcionários queriam linchá-lo, mas, ele foi conduzido para o setor pessoal onde ficou um tempo, deixou seu atestado médico, e em seguida liberado.

A polícia não foi acionada para registrar o caso em flagrante e com a demora da SAMU, a vítima saiu desacordada em um carro de um amigo e foi atendida em um hospital particular. Posteriormente, seguiu para a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher; onde fez o boletim de ocorrência e depois foi até o Instituto Médico Legal (IML) fazer o exame de corpo de delito.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Rede GBarbosa em Alagoas, o funcionário foi demitido por justa causa e informou que o gerente não poderia mantê-lo na loja contra a sua vontade até a chegada da polícia, porque poderia se configurar como cárcere privado. Também informou que a empresa está ajudando no tratamento de saúde (paga metade do plano de saúde) da vítima e está à disposição dela para o que for preciso. Neste momento, Cássia caminha com dificuldades devido ao inchaço na perna e dores no corpo, e afirma está se sentindo envergonhada com o que aconteceu.

Para o advogado que acompanha o caso, Alberto Jorge Ferreira dos Santos, que é Presidente da Comissão de Defesa das Minorias Étnicas e Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL) a vítima encontra-se em estado de choque e sem condições de exercer suas funções no local, por isso, entrará com uma ação de rescisão indireta de contrato de trabalho, e considera que a empresa foi omissa na hora e pode acarretar em danos morais. A primeira audiência na Delegacia das Mulheres ficou agendada para o dia 06 de fevereiro de 2012, às 8h30, onde a vítima terá que levar duas testemunhas e o agressor também será ouvido pela delegada Paula Mercês da Silva. Independente de quem seja a vítima, se é negra ou branca, pobre ou rica... violência contra a mulher é crime e não pode ficar impune. Chega de opressão!


REPÚDIO
Para a ativista do movimento negro alagoano, Filomena Felix Costa – Presidenta do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), onde Cássia Nicandio também é integrante – sua amiga foi duplamente agredida. “Foi um absurdo o agressor não ter sido preso em flagrante. Se fosse uma cliente que tivesse sido espancada, ele seria liberado? E se fosse alguém que estivesse roubando a loja, mesmo que fosse um confeito também seria liberado? Onde estavam os seguranças? Esse caso não pode ser esquecido, temos que denunciar na mídia porque a empresa foi conivente durante o momento e também por se tratar de uma mulher humilde e negra, que foi humilhada e teve seus direitos violados”, exaltou.

A Direção Nacional dos APNs também se manifestou por meio de uma nota pública, onde declara que: “Os APNs continuará empenhados na luta pela justiça e pela paz porque acredita na dignidade da pessoa humana e na solidariedade entre os povos e lembra: a impunidade é uma das causas do aumento da violência. Manifestamos, mais uma vez, nossa solidariedade a companheira Cássia da Silva Nicandio, acreditando que as mulheres negras, continuem perseverantes, fiéis aos objetivos da nossa entidade que é lutar contra toda forma de discriminação e injustiça social e moral”.


Fonte: Coluna Axé - nº182 - jornal Tribuna Independente (27.12.11)

domingo, 25 de dezembro de 2011

O valioso tempo dos maduros

 Texto belíssimo e essa frase resume tudo: "quero a essência, minha alma tem pressa..."


Por: Mario de Andrade

‎"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

sábado, 24 de dezembro de 2011

Trilha sonora - Fim de semana (24 e 25.12.11)

Que o espírito natalino permaneça vivo durante o ano todo ... precisamos de mais paz, união, respeito e amor ao próximo. Feliz Natal para tod@s!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sistema O Jornal cresce com massacre aos trabalhadores

ABSURDOOOO ... REPASSO PARA CONHECIMENTO.




Novo projeto gráfico, edições às segundas-feiras, estúdio de rádio moderno e expansão do portal de notícias. Quem acompanha nos últimos meses a evolução meteórica do Sistema O Jornal de Comunicação - do deputado federal e usineiro João Lyra - imagina que eles estão dando um banho de gestão empresarial e que tudo é felicidade na empresa. As freqüentes festas e inaugurações, que se acentuaram nas vésperas do Natal, também sugerem essa idéia.

Que João Lyra e seus comandados estão rindo à toa, não há dúvida. Mas, e seus empregados? A verdade nua e crua é que, para ampliar o seu conglomerado de comunicação, o dono do Sistema O Jornal está pisoteando inúmeros trabalhadores. Para se ter uma idéia, hoje é 22 de dezembro e os funcionários sequer receberam a primeira parcela do 13º salário. Os vencimentos mensais também não são pagos no prazo legal e, para quem acha ruim, a resposta do Sistema é sempre a demissão. Recentemente, o Papai Noel do Grupo JL apareceu na redação do jornal para entregar dois pacotes rescisórios.

Uma das maiores irregularidades praticadas pelo Sistema O Jornal de Comunicação tem sido exigir dos jornalistas que trabalhem de domingo a domingo, sem qualquer descanso semanal. Esse tipo de jornada escravizante, que antes só víamos nos canaviais e nas usinas, é uma afronta não só aos trabalhadores, mas à CLT e à Constituição (Patrão que é político sabe disso e deveria respeitar). Na ânsia de circular com o jornal às segundas-feiras, para impressionar os anunciantes, eles instituíram o trabalho aos domingos sem pagar as horas-extras, e sequer apresentaram escala prévia.

O trabalho aos domingos, com suas respectivas escalas, teria de ser discutido com o Sindicato dos Jornalistas, que solicitou várias vezes reunião com a direção. Mas a empresa se negou a debater com a entidade e reuniu apenas os empregados para dizer que todos teriam de trabalhar (sem horas extras e folga na semana). Esse estilo “Góes” e “Lyra” de administrar, bem como todas as irregularidades praticadas pelo Sistema OJC, já foram denunciados pelo Sindicato ao Ministério Público do Trabalho, que irá instaurar processo administrativo e, possivelmente, inquérito civil público. A primeira audiência está marcada para o dia 19/01/2012, na Procuradoria Regional do Trabalho.

Além das providências jurídicas que está adotando, o Sindjornal também pretende desenvolver outras ações para denunciar as irregularidades do Sistema O Jornal de Comunicação e resguardar os direitos dos trabalhadores. A diretoria da entidade, que está em recesso desde 13 de dezembro, deverá se reunir extraordinariamente nos próximos dias para definir várias formas de protesto.

Fonte: Sindjornal

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Basta de violência!

Com informações da Agência Afropress e do site da Fundação Cultural Palmares



Nos últimos dias, a palavra mais dita em Maceió é medo, diante dos arrastões em vários bairros, atentados em coletivos e assassinatos a qualquer hora. Aliás, é a sensação que tem imperado no Estado de Alagoas durante anos, os motivos são vários (falta de oportunidades; deficiência na melhoria das escolas, práticas esportivas e outras ações de cidadania; tráfico de drogas e o descaso político na segurança pública) e não adianta buscar culpados, a problemática tem que ser resolvida para o bem de todos.

De acordo com os dados do Mapa da Violência 2012 sobre os novos padrões da violência no Brasil realizado pelo Instituto Sangari e divulgado na semana passada pelo Ministério da Justiça, a taxa de mortalidade de negros por homicídio no Brasil registrou aumento de 23,4% em 2010 em relação a 2002. O número de vítimas negras era de 26.952, em 2006 o índice foi de 29.925 e de 33.264, em 2010. Destas, 15.008 mortes ocorreram na Região Nordeste somente no último ano, e 1.846 aconteceram em Alagoas. E um dado curioso, é que o único Estado brasileiro onde morrem mais brancos do que negros é no Paraná.

Durante entrevista à Rádio Gazetaweb, na manhã desta segunda-feira (19.12), o governador Teotonio Vilela afirmou: “Eu tenho vergonha de ver o estado nesta condição”, e declarou que a Secretaria de Defesa Social vem trabalhando para reduzir os índices, que segundo ele são heranças de governos passados. “Nós desenvolvemos os programas Ronda Cidadã, Base Comunitária e montamos uma estratégia que integra várias secretarias para tentar reduzir a criminalidade, que cresceu 300% no governo passado”, observou. Também afirmou que pretende fazer concurso público no próximo semestre e chamar imediatamente 1.000 homens para a Segurança Pública.

Para Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares, a situação é grave, já que as principais vítimas são negras e jovens. “Os dados mostram a necessidade de ações emergenciais por parte do Estado. Não podemos deixar que esses números continuem crescendo. A juventude negra precisa de igualdade de direitos e oportunidades para mudar, sair desta condição de vulnerabilidade”, ressaltou.


Fonte: Coluna Axé - nº182 - Jornal Tribuna Independente (20.12.11)

domingo, 18 de dezembro de 2011

Natal Nordestino

Na noite de ontem (17.12) fui prestigiar a programação natalina na Praça Multieventos localizada na Praia de Pajuçara em Maceió. Tive a oportunidade de assistir ao lado da amiga jornalista/atriz Cibelle Araújo, a apresentação de um grupo de Baianas, cordel, auto de Natal e no encerramento, teve a bela voz de Pauline Alencar. 

A minha amiga artista apresentou um show emocionante denominado "Natal Nordestino" e estava brilhante como sempre: descontraída, um repertório fantástico que mesclou samba, forró e canções natalinas. E ainda teve a participação fantástica do Chau do Pífano.

O evento da Prefeitura de Maceió e a Fundação Municipal de Ação Cultural seguirá até o dia 25 de novembro sempre às 19h com vários grupos culturais. Vale a pena conferir e levar a família ou ir com os amigos.

Segue algumas imagens de ontem tiradas pelo celular.













sábado, 17 de dezembro de 2011

Trilha sonora - Fim de semana (17 e 18.12.11)

Que música linda, lembra a história de alguém que conheço ... EU!  Hora de reapreender a amar!
"Às vezes o amor perdura, mas às vezes dói, ao invés disto".


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Que calor!

Tá todo mundo reclamando ... e nas redes sociais são várias as charges que descrevem o inferno que encontra-se a capital alagoana. Ai que calor, ôôô! Tá demais! kkkkkkk

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Dia Nacional do Forró

Hoje (13 de dezembro) é o Dia Nacional do Forró ... a dança nordestina que consquistou o mundo! Seu maior divulgador foi o pernambucano Luiz Gonzaga  - compositor, cantor, instrumentista e o eterno "Rei do Baião" - que neste ano completaria 99 anos de nascimento.

O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco. Outros estilos de forró são: o forró universitário, uma revisitação do forró tradicional (conhecido como forró pé-de-serra) e o forró eletrônico ou "estilizado".

É impossível ficar parado ao som da zabumba, safona e o triângulo ... vale até dançar desengonçado! Adorooo!!!  :)


Conferência da Juventude

Por: Helciane Angélica - Cojira/AL
Com informações do site oficial e repasse dos delegad@s dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil-APNs


De 9 a 12 de dezembro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade de Brasília (DF) ocorreu a 2ª Conferência Nacional da Juventude com a presença de 3.200 jovens, entre delegados e observadores oriundos de várias partes do Brasil.

A solenidade de abertura contou com a presença de vários ministros, parlamentares,lideranças de entidades que lutam em prol de crianças e adolescentes, movimentos sociais, além de representantes de 16 países da América Latina e do continente africano.

O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, destacou na abertura Conjuve que esse era o espaço da democracia participativa e o espaço para a juventude se fazer ouvir. “Se na primeira Conferência o tema era ‘Levante sua bandeira’, o objetivo agora é conquistar direitos e desenvolver o Brasil”, reforçou.

Ao todo, foram discutidos cinco eixos: "Direito ao desenvolvimento integral", "Direito ao Território", “Direito à experimentação e qualidade de vida”, "Direito à diversidade e à vida segura" e "Direito à participação e fortalecimento institucional".

Em relação às questões étnicorracias, destacou-se a presença da Ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) que foi uma das convidadas especiais e apresentou informações importantes sobre a Política Nacional de enfrentamento de mortalidade da Juventude negra.

Também teve entre os grupos de trabalho a temática “Relações Raciais”, contou com 41 participantes, que debateram sobre a realidade da juventude negra em todos os aspectos, principalmente, quanto as estratégias de combate ao extermínio da juventude negra, o respeito da implementação da lei 10.639/03, e a questão do direito a saúde, escola e lazer.

Outro ponto importante foi a cobertura do evento que teve a colaboração da Agência Jovem de Notícias e a utilização das redes sociais, a exemplo do Twitter da @viracao, @radio_juventude e @agenciaadital. Confira as deliberações no site www.juventude.gov.br/conjuve, esperamos que se transformem em políticas públicas eficientes para a juventude. Axé! 


Fonte: Coluna Axé - nº180 - Jornal Tribuna Independente (13.12.11)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A bailarina da família

Neste fim de semana, no Teatro Marista em Maceió, ocorreu a apresentação do espetáculo "A Gralha Azul" da Escola de Ballet do Sesi. Fui conferir a minha bailarina preferida, a prima Luana Bezerra, que a cada ano progride ainda mais e arrasa no palco.

Segue algumas fotinhas tiradas pelo celular, por isso, não estão tão boas.











domingo, 11 de dezembro de 2011

Mudar é possível (Lya Luft)

Mais um texto bacana da escritora e cronista, Lya Luft, transmitindo na sua essência o que a juventude da atualidade quer e luta: respeito e oportunidades iguais.


Acompanho com certa esperança o movimento, que vai se tornando mundial, de insatisfação com a situação generalizada, com grandes empresas, corporações, bancos e países tendo administrado mal seus recursos e agora dependendo do dinheiro para não decretar falência. E o povo? Penso nos trabalhadores, dos mais simples aos professores universitários, cientistas, médicos, nas donas de casa, nos velhos, nos jovens, que no mundo todo não conseguem pagar as contas básicas, ter cuidados de saúde, ter trabalho ou esperança. Penso nas hordas de desempregados, cada um com uma família que precisa de apoio.

Penso nas crianças sentindo no silêncio pesado dos pais seu próprio futuro incerto. Penso nas esperanças espezinhadas, no desencanto de milhões de pessoas honradas que trabalharam duro e agora estão abandonadas, ou de jovens que querem trabalho, pagamento digno, esperança. Essa é, aliás, a palavra que mais me vem à mente: esperança, junto com confiança.

Então começa o movimento de ocupar Wall Street, que já transbordou os limites da própria, e se espalha pelos continentes numa indignação ainda ordeira. Aqui e ali alguém se excede, há violência, feridos, quebra-quebra, mas coisa pouca, tendo em vista a magnitude que o movimento vai assumindo. Claro que aqui e ali também há infiltrados, anarquistas, ou cobras-mandadas de autoridades incapazes de gerir a realidade, postos ali como provocadores, para que se possa dizer que o movimento é espúrio ou violento e deve ser esmagado.

Até mesmo aqui, onde andamos numa onda ufanista que não aprecio, pensando que podemos ensinar países mais desenvolvidos, aparece esse movimento, sobretudo com jovens, sem bandeiras partidárias, aos poucos atraindo adultos de todas as classes, até velhos. Queremos algo melhor. Queremos honradez e transparência, não a palavra vazia que se torna banal demais, queremos cuidado com o povo, lealdade com bons princípios, nada de promessas vagas: cuidado, proteção, orientação, resolução das necessidades mais básicas, que não são apenas comida, mas higiene, estudo (mais que o resto), saúde, tudo o que estamos cansados de saber.

Eu apoio integralmente o movimento, enquanto for ordeiro, e torço para que assim continue, vencendo os eventuais interessados em diminuir sua dignidade e seu valor. Pois a gente quer ordem, a gente quer paz, a gente quer respeito. A gente quer estudar em colégios com boas instalações e professores entusiasmados, bem pagos, bem formados. A gente quer poder cruzar o país em boas estradas e aviões e aeroportos totalmente confiáveis. A gente quer ver pais, filhos e avós acolhidos e atendidos quando doentes. A gente quer poder pensar em um futuro que não precisa ser de glória, mas de oportunidades.

A gente não quer mais ouvir falar em bilhões e trilhões jogados ao vento para nada além do essencial que tanto nos falta. A gente quer repensar o país e o mundo, numa ordem não vertical, mas horizontal, isto é: mais igualdade, mais fraternidade, mais atenção para o humano e o real. Talvez seja a hora de aos poucos substituir a dominação pela parceria: que não seja para explorar, enganar, ludibriar e espezinhar, mas para apoiar, estimular, inspirar e merecer confiança. Para seguir em frente sem ufanismo tolo e vazio, mas com o sentimento de que, sim, estamos começando a construir juntos, cada um com seu jeito e capacidade de colaborar, uma pátria diferente e um outro mundo possível.

Porque não é impossível mudar para melhor, desde que se comece repensando o próprio país e o papel de cada um dentro dele, não importam a idade, a profissão, a conta no banco ou nem ter conta no banco. A postura maior tem de ser dos governos, dos líderes, das autoridades, mas cada um, do gari ao senador, pode e deve contribuir para isso, para começar a entender quem somos, que país somos, quem queremos ser, como podemos nos transformar – para ter na ciranda dos países todos, de verdade, um lugar respeitado e respeitável.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Trilha sonora - Fim de semana (10 e 11.12.11)

Maceió ... minha sereia!!!
172 anos de história, uma cidade com belas paisagens e que precisa de maior investimento sócio-político-cultural e econômico.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mais um cartão

Cartão produzido por mim, com a parabenização da Vereadora Fátima Santiago pelo aniversário de Maceió.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Festa das Águas

Na quinta-feira (08.11), das 15 às 18h, na Praia de Pajuçara (em frente à quadra do CRB) terá a Festa das Águas em homenagem a Iemanjá – orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, além de ser a matriarca do panteão afro sagrado. É um dos orixás mais respeitados e populares, no sincretismo religioso é a Nossa Senhora. Nessa data, também é o feriado religioso do Dia da Imaculada Conceição.

Na programação afro-cultural terão apresentações artísticas do Arê Iorubá (Núcleo Cultural da Zona Sul), Maracatu Raiz da Tradição (Abassá de Angola de Oyá Igbalé), Inê (Guesb), Afoxé Oju Omin Omorewá, Coletivo AfroCaeté, e no encerramento a cantora e compositora Lecy Brandão – a carioca é uma das mais importantes intérpretes de samba, já gravou mais de 20 álbuns e atualmente é Deputada Estadual em São Paulo.

O evento é uma realização da Articulação dos Grupos da Cultura Popular e Afro-Alagoana em parceria com a Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos/Governo de Alagoas. A atividade é bonita, reúne caravanas de religiosos de matrizes africanos oriundos de diversos bairros de Maceió e municípios alagoanos que farão simultaneamente seus batuques e oferendas, além de simpatizantes e turistas curiosos.

Também visa o combate da intolerância interreligiosa, porém, neste ano chamou a atenção a iniciativa da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (Smccu), da Prefeitura de Maceió, em controlar o horário e o local das manifestações das crenças religiosas na orla da capital, que deve acontecer entre o Hotel Atlantic e a balança de pescados da Praia de Pajuçara. Esperamos que a fiscalização da ordem pública aconteça igualmente no show e caminhada que ocorrem com representantes de outras religiosas. Desejamos um dia de muita harmonia e respeito entre todos! Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº179 - Jornal Tribuna Independente (06.12.11)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Senado aprova PEC que restabelece exigência de diploma para jornalistas

Placar foi de 65 a favor e apenas sete contra; segunda votação não tem data marcada


Por 65 votos a 7, o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, em primeiro turno, PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que torna obrigatório o diploma de nível superior em jornalismo para o exercício da profissão.

A votação da PEC é uma resposta à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), de junho de 2009, que derrubou a necessidade do diploma para os jornalistas. Os parlamentares entenderam que a Constituição deve estabelecer a exigência do diploma de curso superior em jornalismo, expedido por "instituição oficial de ensino".

O texto da PEC estabelece que não será exigido diploma para o colaborador --aquele que, sem relação de emprego, produz trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado à sua especialização.

A proposta também assegura que os jornalistas sem diploma que atuam na área possam continuar exercendo normalmente as suas funções, desde que comprovem que já trabalhavam antes da aprovação da PEC.

O projeto ainda precisa ser aprovado em segundo turno antes de ser encaminhado para análise da Câmara.

A PEC dividiu senadores com posições distintas sobre a necessidade de diploma para os jornalistas. Autor da proposta, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que a PEC não tem como objetivo confrontar a decisão do STF, mas estabelecer algo previsto constitucionalmente.

Ao derrubar a exigência do diploma, a maioria dos ministros do STF entendeu que restringir o exercício do jornalismo a quem tem diploma afronta o princípio constitucional da liberdade de expressão.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) questionou a proposta. "A atividade de jornalista está intimamente ligada à liberdade de expressão. Não cabe nenhum tipo de restrição legal nem constitucional. O que se faz aqui é querer contornar uma decisão do Supremo. Não há interesse público envolvido na aprovação dessa PEC", disse.

O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), disse não ter dúvida de que o Supremo poderá derrubar mais uma vez a exigência do diploma, caso o Congresso aprove a PEC.

PT, PP, PSB, PRB, PSOL pediram que as bancadas aprovassem a matéria. PTB, PSDB, DEM liberaram os senadores para votarem como bem entendessem e apenas a bancada do PSD foi contrária à aprovação da PEC.

"Sem diploma, qualquer um que sabe escrever um bilhete pode ser jornalista", afirmou o líder do PR, Magno Malta (ES).

"Qualquer profissional pode se expressar em qualquer lugar. Falamos do exercício do jornalismo e isso é diferente. Se temos universidades e faculdades de comunicação, temos que valorizar esses cursos. Fazer diferente é rasgar diplomas", disse o senador Wellington Dias (PT-PI).

Apesar de sustentar que há "analfabetos pelas redações", o senador Fernando Collor (PTB-AL) disse que a proposta é perigosa e não pode servir como embrião para o controle dos meios de comunicação social.


Fonte: Folha Online (30.11.11)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Uma pro santo" foi massa!

Ontem (27.11) teve a primeira edição do evento “Uma pro santo – Feijoada entre amig@s” no bar/restaurante Sertão e Mar, no bairro do Poço em Maceió, e foi uma realização do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs). Estiveram presentes na atividade: familiares e amigos dos integrantes do Anajô; representantes do Mocambo Esperança/APNs, Maracatu Baque Alagoano, Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb), Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal); e a Vereadora Fátima Santiago com membros do seu gabinete. 

Saiba mais no site: www.anajoalagoas.wordpress.com.





 


 


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Afro XXI

O AfroXXI – Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes aconteceu no Centro de Convenções de Salvador (BA), de 16 a 19 de novembro, com aproximadamente 400 pessoas. Estiveram presentes autoridades de vários países, pesquisadores, gestores públicos e 200 representações do movimento negro, a exemplo de entidades que se destacam nacionalmente: a Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEM), União de Negros pela Igualdade (Unegro), Movimento Negro Unificado (MNU), Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) e o Coletivo de Entidades Negras (CEN).

Do Estado de Alagoas, estiveram: Valdice Gomes e Helcias Pereira, integrantes do Conselho Nacional (CNPIR/Seppir), que representam respectivamente a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira/Fenaj) e os APNs; além de Zezito Araújo e Vanda Menezes, como personalidades negras; e também foram convidadas representações do movimento negro que atuam na cidade e no campo, a exemplo do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb) e Coordenação Estadual de Quilombolas Ganga Zumba – que infelizmente não esteve presente.

Um dos pontos mais importantes foi a produção da Carta de Salvador, documento que sintetizou os debates realizados pelas entidades da sociedade civil organizada e foi entregue para os chefes de Estado no combate do racismo, que busca ampliar o comprometimento no combate do racismo e menciona a necessidade de criar um fundo internacional voltado para o financiamento de ações complementares das políticas públicas de reparação. Também ocorreu a instituição de Salvador como a Capital Afrodescendente da Ibero-América.

O evento foi uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).

Contou ainda com a parceria Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP). Saiba mais: www.funag.gov.br/afro21.


Fonte: Coluna Axé - nº178 - jornal Tribuna Independente (22.11.11)

sábado, 19 de novembro de 2011

Comunicação e Cultura foram temas da última edição do “IZP no Mês da Consciência Negra”

Nesta sexta (18), a quinta edição da série de programas teve a presença do secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viégas, da jornalista Helciane Angélica, do artista plástico, Denis Matos, e dos músicos Igbonan Rocha e Gustavo Gomes



A última edição da série de programas “IZP no Mês da Consciência Negra” desta sexta (18), das 8h10 às 9h10 pela Educativa FM(107,7 MHz) e na Difusora(AM960), das 13h às 14h, recebeu o Secretário de Estado de Cultura, Osvaldo Viégas, a jornalista, editora da coluna axé do jornal Tribuna Independente e membro da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial(Cojira), Helciane Angélica, o artista plástico , Denis Matos, além dos músicos Gustavo Gomes, Igbonan Rocha e Joacás Paz. A temática foi a “Comunicação e Cultura”, no âmbito da identidade étnico racial.

O secretário de Cultura, Osvaldo Viégas, abordou toda a programação do Mês da Consciência Negra promovida e apoiada pela Secretaria de Estado de Cultura(Secult), falou ainda sobre a cerimônia de deposição das cinzas do ativista Abdias Nascimento , no último domingo(13), na Serra da Barriga, em União dos Palmares/Alagoas, assim como das festividades, eventos e atividades que culminarão, no próximo domingo(20), dia da consciência negra, na Serra da Barriga.

A jornalista Helciane Angélica fez uma explanação sobre o papel e função da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Social (Cojira), no que se refere a dar visibilidade as causas e temáticas que afligem à população negra, combater o racismo midiático e sensibilizar os profissionais da imprensa a pautarem a questão da negritude não somente no período da consciência negra.

Sobre a exposição “Zumba, o artista negro”, o artista plástico Denis Matos fez uma explanação sobre a vida e obra do artista e fez comentários sobre sua arte que apresenta um olhar sobre o negro de modo altivo, digno e belo em suas obras. A exposição fica no Museu do Palácio Floriano Peixoto, na Praça dos Martírios, até o dia 2 de fevereiro de 2012, data em que se faz uma reflexão sobre os 100 anos do Quebra de Xangô.

Já os músicos Igbonan Rocha e Gustavo Gomes, além de falarem sobre questões como o racismo, preconceito e descoberta da identidade cultural étnico racial, brindaram os ouvintes com uma boa música que aborda a temática negra, como “O Ponto do Colibri”, de Gustavo Gomes e Petrúcio Pereira. Igbonan Rocha interpretou “Zumbi”, de Waly Salomão, o músico Joacás Paz fez o acompanhamento ao violão.

Especial- A série estreou na segunda-feira, 14, lançando um olhar sobre a história e a cultura afro-brasileira, e estimulando o debate e a reflexão a respeito da situação da comunidade negra nos dias atuais. Ao mesmo tempo, destacando a luta dos movimentos negros, as leis e projetos relacionados, além do preconceito racial e a inserção do negro nos espaços de cidadania.

Temáticas - Nas cinco edições o programa “IZP no Mês da Consciência Negra” abordou temáticas que são largamente discutidos pelos movimentos de Alagoas e do restante do Brasil, dentre elas as políticas de ação afirmativas para a educação, movimento negro e as comunidades quilombolas, religiões de matriz africana, 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, Instituído pela ONU, além de destacar o líder contemporâneo do movimento negro no país, Abdias Nascimento - que teve suas cinzas depositadas no platô da Serra da Barriga, em União dos Palmares, no último domingo.

Representantes do Movimento Negro de Alagoas deram sua contribuição ao projeto do IZP, a exemplo dos ex-secretários de Estado Zezito Araújo e Vanda Menezes; dos ativistas Helcias Pereira e Arísia Barros; da presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Valdice Gomes; da historiadora e coordenadora do Núcleo de Estudos Afrodescendentes (Neab/ufal), Clara Suassuna; dos professores Rosário de Fátima e Clébio Araújo; do diretor de Educação para a Paz da Secretaria de Estado de Promoção da Paz (Promopaz), Fábio Rogério dos Santos; além do sacerdote da religião de Matriz Africana, Pai Célio e das yalorixás Mãe Mirian e Mãe Neide.

Intercalando as entrevistas, foram exibidas canções temáticas e depoimentos de ativistas dos estados do Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Bahia, que deram sua contribuição ao programa através de comentários e mensagens. A jornalista Valdice Gomes, que está em Salvador participando do Encontro Ibero-americano dos Povos Afrodescendentes, também participa do programa com informações sobre o encontro, que termina neste sábado, dia 19.

O programa “IZP no Mês da Consciência Negra” tem apresentação de Marcos Guimarães; roteiro musical de Givaldo Kleber; produção de Iranei Barreto, trabalhos técnicos de Edson Silva e Alessandro Tenório e apoio de Audrey Trevas e Karine Marinho.

Programação - Paralela à série “IZP no Mês da Consciência Negra” a programação das emissoras do IZP seguem com especiais de entrevistas, musicais, exibição de filmes sobre a temática, além de divulgação e cobertura de eventos relacionados que estão ocorrendo em nosso estado neste período. A campanha do IZP envolve as rádios Educativa FM e Difusora AM, e a TV Educativa de Alagoas (TVE), e conta com o apoio das Secretarias de Estado da Cultura, Mulher e Paz, Comissão de Jornalistas pela igualdade Racial (Cojira/AL) e Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB/UFAL).


Fonte: Assessoria / IZP

Trilha sonora - Fim de semana (19 e 20.11.11)

O mundo seria bem melhor se as pessoas respeitassem as outras independente da cor da pele, religião, opção sexual e etnia. Não perca tempo com bobagens, temos muito o que aprender um com o outro. Axé!

Ouça a bela canção "A Cor" da banda alagoana Vibrações.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cerimônia afro

Por: Helciane Angélica - Integrante da Cojira/AL (*)



O dia 13 de novembro de 2011 entrou para a história! A Serra da Barriga em União dos Palmares, na zona da mata alagoana, foi palco de mais um evento que mexeu com o coração de várias pessoas e exaltou a memória do líder negro Abdias do Nascimento (14/03/1914-24/05/2011), que ainda em vida desejou que suas cinzas fossem depositadas no local.

Abdias deu uma contribuição enorme ao Brasil e ao mundo, um legado de luta contra a intolerância religiosa, racismo e todas as formas de discriminação. E suas cinzas irão encontrar com todos os quilombolas que derramaram seu sangue em busca de liberdade”, disse Eloi Ferreira de Araújo, Presidente da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura, ao dar boas-vindas às pessoas que vieram de várias partes do Brasil e do exterior. 

A Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, também prestigiou a cerimônia e destacou que “Abdias é uma das figuras mais importantes para a história do Brasil, porque antecipou a luta política em defesa das questões étnicorraciais, traçou naquela época, a pauta do movimento negro”, afirmou.

Um dos momentos mais emocionantes da celebração foi a oferenda aos ancestrais realizada pelo professor Anani Dzidzenyo, percussionistas nigerianos e os filhos de Abdias: Abdias Filho, Henrique Garcia e Osiris Nascimento – os dois primeiros filhos com a atriz Léa Garcia, e o outro com a psicóloga Elsa Larkin, que também estavam presentes. Juntos, ofereceram o rum jamaicano representando a diáspora africana; a cachaça do Brasil; vinho, bebida preferida do ativista; e a água, símbolo de paz – foi um momento de muita paz e energia, abrilhantado com a chuva. Também teve a leitura do poema “Escalando a Serra da Barriga” interpretado por Chico de Assis e Debora Almeida.

Dentre as autoridades presentes, estiveram: Kátia Born, Secretária de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; Osvaldo Viégas, Secretário de Estado de Cultura; Genisete Sarmento, representante do escritório da FCP em Alagoas; Elson Davi, Secretário Municipal de Cultura de União dos Palmares; Isabel Gomes; Secretária Municipal de Turismo; ex-Deputado Estadual Paulão; Fátima Santiago, representando a Câmara Municipal de Maceió.

As cinzas de Abdias Nascimento foram depositadas no alto da Serra da Barriga em União dos Palmares junto com mudas de árvores sagradas como a gameleira e o baobá. A cerimônia contou com a presença de ialorixás e babalorixás de várias casas de axé de Alagoas, lideranças do movimento negro local e nacional (APNs, Conen, Unegro, MNU e Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará-Cedenpa), pesquisadores, estudantes, artistas, admiradores de vários países e veículos de comunicação.

A cerimônia foi encerrada como o povo negro gosta, celebrando a vida e a morte, ao som dos tambores com a apresentação do grupo baiano Ilê Aiyê, dança-afro e roda de capoeira. Abdias foi merecidamente homenageado com pompas de rei. Axé!




(*) Fonte: Coluna Axé - nº176 - Jornal Tribuna Independente (15.11.11)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011