quarta-feira, 12 de julho de 2017

Julho das pretas - 2017


No dia 25 de Julho é celebrado o Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha. Trata-se de um marco internacional, instituído em 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, para dar visibilidade e reconhecimento a presença e a luta das mulheres negras nesse continente.

O mês de julho é um mês de mobilização, também conhecido como o Julho das Pretas, porque no dia 25 de julho, também celebra-se o Dia Nacional da Mulher Negra e da quilombola Tereza de Benguela (Projeto de Lei do Senado nº 23, de 2009, de autoria da Senadora Serys Slhessarenko). Em todo o Brasil, entidades do Movimento de Mulheres e segmentos afros realizam debates, seminários, lançamento de livros, desfiles afros e homenagens.

Em Alagoas, o Conselho Estadual da Defesa dos Direitos da Mulher (Cedim) e o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL) em conjunto com a Rede de Mulheres Negras do Nordeste e várias instituições alagoanas realizarão uma ampla programação em alusão à data. Nos dias 12 a 19 no Museu da Imagem e do Som (MISA), no histórico bairro do Jaraguá, terão vários debates.

Nessa quarta-feira (12) a partir das 14h terá a oficina Fala Preta: discursos e estética enquanto práticas de poder, que será ministrada por Ana Pereira, Presidenta do Cedim e Regina Lopes, integrante do Instituto Feminista Jarede Viana. E a cerimônia de abertura oficial será às 18h30 com o debate sobre “Escritas Negras em Alagoas: poderes e resistência!”, seguida da apresentação artística da sambista Mel Nascimento. No dia 13 às 14h, será a vez de discutir sobre a “Saúde da Mulher Negra: uma dívida histórica”; no dia 14 – Mulheres Pretas: intolerância religiosa e resistências com a presença do Coletivo AfroCaeté e o Centro de Formação e Inclusão Social Inaê; e no dia 18 – “Mulheres Negras na mira do tráfico para fins de exploração sexual”.

O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô – entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) – realizarão no dia 17, o Cine-Fórum em escolas públicas sobre gênero e racismo. A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) UFAL – Campus A C Simões em Maceió também será palco do empoderamento feminino, o Núcleo Temático Mulher&Cidadania discutirá no dia 19 de julho, sobre “Ativismo de Lélia Gonzalez: percurso do feminismo da mulher negra”. Todas essas ações buscam mobilizar e refletir sobre a luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero e racismo. Entrada franca. Prestigie!


Mulher negra

A brasileira Taís Araújo (foto), 38 anos, foi nomeada no último dia 3 de julho ao posto de “Defensora dos Direitos das Mulheres Negras” pela ONU Mulheres Brasil. Antes dela, já recebeu esse título a atriz e escritora carioca Kenia Maria. Taís é atriz, apresentadora, mãe de dois e diva; e é conhecida por levantar a bandeira de luta contra o racismo. Agora, terá a missão de apoiar iniciativas da organização no combate à desigualdade de gênero e ao preconceito racial, apoiando na visibilidade das mulheres negras como um dos grupos prioritários do Plano de Trabalho da ONU Brasil para a Década Internacional de Afrodescendentes. (Crédito da foto: Divulgação/TV Globo)


Fonte: Coluna Axé – 449ª edição – Jornal Tribuna Independente (11 a 17/07/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 4 de julho de 2017

Retorno do Tambor Falante

O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô – instituição vinculada aos Agentes de Pastoral Negro do Brasil (APNs) – desenvolve desde a sua fundação em dezembro de 2005, atividades de formação e que promovam a reflexão sobre racismo, várias formas de preconceito e intolerância; pertencimento étnico; além da vulnerabilidade social em Alagoas.

Nesse segundo semestre, a instituição retomará o projeto "TAMBOR FALANTE: Refletindo, Debatendo e Transformando Realidades" que foi um dos selecionados no Prêmio Eris Maximiniano 2015, desenvolvido pela Prefeitura de Maceió, por intermédio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).

A próxima etapa acontecerá no sábado (08/07), a partir das 15h, no auditório do Estádio Rei Pelé localizado no bairro Trapiche da Barra em Maceió, com o tema: “Os desafios na atual conjuntura dos povos tradicionais”. O encontro contará com as intervenções dos facilitadores Zezito Araújo (Mestre em História do Brasil e Professor de História da Secretaria de Educação de Alagoas) e Edenilsa Lima (Gerente de Articulação Social do Gabinete Civil e Coordenadora do Comitê Institucional de Políticas para as Comunidades Tradicionais de Alagoas).

Segundo o Decreto Nº 6.040, de 7 e Fevereiro de 2007  que criou a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, define os povos tradicionais como: “são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”.

São exemplos de povos ou comunidades tradicionais: Povos Indígenas, Quilombolas, Seringueiros, Castanheiros, Quebradeiras de coco-de-babaçu, Comunidades de Fundo de Pasto, Catadoras de mangaba, Faxinalenses, Pescadores Artesanais, Marisqueiras, Ribeirinhos, Varjeiros, Caiçaras, Povos de terreiro, Praieiros, Sertanejos, Jangadeiros, Ciganos, Pomeranos, Açorianos, Campeiros, Varzanteiros, Pantaneiros, Geraizeiros, Veredeiros, Caatingueiros, Retireiros do Araguaia, dentre outros.

No Estado de Alagoas, foi instituído no ano de 2016 um comitê para tratar de políticas de desenvolvimento para povos tradicionais, os quilombolas, ciganos e índios; além de ficar responsável por articular e integrar as políticas públicas intersetoriais, elaborar e desenvolver projetos para o fortalecimento de suas culturas, além de implementar e monitorar o Plano Estadual de Desenvolvimento dos Povos Tradicionais e de Matriz Africana. O Tambor Falante é aberto ao público, sendo destinado aos ativistas dos segmentos afros, lideranças de movimentos sociais, além de pesquisadores e estudantes; e no encerramento terá a apresentação artística da banda Afro Afoxé.

Essa é a oportunidade de aprofundar e compartilhar conhecimentos sobre as ações desenvolvidas em Alagoas. Participe!


Fonte: Coluna Axé – 448ª edição – Jornal Tribuna Independente (04 a 10/07/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com