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quarta-feira, 4 de abril de 2018

#DeixaElaTrabalhar

Uma campanha encabeçada por repórteres esportivas chama atenção sobre a questão do assédio e machismo nos estádios e fora deles. Sob a marca #DeixaElaTrabalhar, um grupo de cerca de 50 jornalistas mulheres de todo o país lançou na sexta-feira, dia 20 de março, a campanha e um vídeo com alguns dos relatos sofridos. Comentários violentos e ameaças de estupro de torcedores nos estádios e nas redes sociais estão entre as agressões.

Em uma cobertura ao vivo de uma partida de futebol, a repórter Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, foi beijada, à força, por um torcedor. O episódio ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 14 de março, durante a partida entre o Vasco e Universidad do Chile, pela Libertadores. Constrangida, a repórter disse que a atitude “não foi legal”, mas continuou a transmissão. Três dias antes, em Porto Alegre, um torcedor do Inter insultou e agrediu, fisicamente, a repórter Renata Medeiros, da Rádio Gaúcha, que cobria a partida entre Grêmio e Inter. Esses são apenas dois dos casos mais recentes de assédio e desrespeito que jornalistas mulheres, principalmente – mas não somente – da área esportiva vem sofrendo no ambiente de trabalho.

Bibiana Bolson, jornalista da ESPN W e uma das participantes da campanha, explica que o objetivo é chamar a atenção para as agressões que as profissionais sofrem não somente nos estádios. Segundo Bibiana, a campanha, embora tenha surgido de episódios vividos por jornalistas esportivas não se limita somente a esta editoria.

A ideia é dar voz para mulheres de todas as esferas. “É uma maneira de incentivar as mulheres a relatarem os abusos que sofrem, a buscarem seus espaços”, diz. O vídeo, além de ser um pedido para que as jornalistas possam trabalhar em paz, lembra também que o silêncio diante de casos de assédio é parte de um mesmo problema. Não é a primeira vez que jornalistas mulheres se unem para denunciar os abusos e assédios sofridos na profissão.

Em junho de 2016, depois que uma repórter do portal iG foi assediada no meio de uma entrevista coletiva pelo ex-cantor Biel, um grupo de jornalistas mulheres criou a campanha #JornalistasContraOAssédio. Na época, Biel, que caiu no ostracismo após o episódio, chamou a repórter de 21 anos de “gostosinha” e disse que a “quebraria no meio” se eles tivessem relações sexuais. A jornalista chegou a registrar queixa na Delegacia da Mulher e o iG prometeu que daria todo o apoio à profissional. Mas ela foi dispensada menos de um mês após o caso vir à tona. Na época, a campanha também reuniu relatos de abusos e assédios sofridos por profissionais no exercício da profissão.

Hoje, a campanha se transformou em um coletivo que denuncia, sistematicamente, as diversas formas de assédio.


Coluna Axé – 485ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/04/18) – Contato: cojira.al@gmail.com
(Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luila de Paula)

terça-feira, 27 de março de 2018

Plenária quilombola

Cerca de 150 representações quilombolas de diversas regiões do país participaram, na semana passada, dias 22 e 23, em Brasília, da Plenária Nacional Quilombola. Durante dois dias, eles discutiram e apresentaram as contribuições e propostas específicas do segmento como políticas de certificação, regularização fundiária, reconhecimento da identidade quilombola, ações de proteção, preservação e promoção de seu patrimônio cultural que desejam ver na agenda institucional do governo federal.

Os diálogos contaram com a presença de representantes do Instituto Nacional de Colonização e reforma Agrária (Incra), Ministério da Saúde (MS), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundação Cultural Palmares (FCP), Ministério da Educação (MEC), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Membro da Conaq e do Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial (CNPIR), Arilson Ventura celebrou conquistas como a constitucionalidade do Decreto 4.887 e a realização da IV Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (IV Conapir), mas também deixou claro que ainda há muito o que avançar. Segundo o representante da Conaq, embora a Fundação Cultural Palmares já tenha certificado mais de três mil comunidades quilombolas, e o Incra tenha concedido aproximadamente 300 títulos definitivos da terra, lembrou que o País tem mais de 10 mil quilombolas. “Precisamos prosseguir para garantir a efetividade das políticas públicas quilombolas para todos”, alertou Arilson Ventura.

Presente na plenária, a secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Juliana Ferreira Simões disse que é de interesse do Ministério manter as comunidades quilombolas como áreas de proteção ambiental, justificando que os quilombolas são os principais conservadores da biodiversidade de seus territórios.

Em sua fala, a representante do Ministério da Educação, Raquel Dias, reverenciou a força da mulher quilombola, destacando que a permanência dos quilombolas no subdesenvolvimento é característica do racismo institucional que ainda prevalece no país. Raquel Dias disse ainda, que o interesse do MEC é continuar construindo a lei de diretrizes da educação escolar quilombola dentro do sistema de educação do país para que esse processo educacional chegue até as próximas gerações, como política de estado.

Ao fim da Plenária, foram escolhidos 27 delegados/as, os quais se somarão a aqueles/as definidos/as durante as conferências estaduais e regionais para a IV CONAPIR, que ocorrerá entre os dias 27 e 30 de maio de 2018.



Fonte: Coluna Axé – 484ª edição – Jornal Tribuna Independente (27/03 a 02/04/18) – Contato: cojira.al@gmail.com  (Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luíla de Paula)

quarta-feira, 21 de março de 2018

Marielle Presente!

A população negra e oprimida está de luto. Na última quarta-feira, a violenta morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) tocou extremamente mulheres e homens que acreditam que os Direitos Humanos são para todos.

O Brasil perdeu a jovem ativista negra, que lutava contra o feminicídio, o extermínio da população negra e atuante nas causas das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Marielle Franco era uma mulher com lutas expressivas contra toda violência e injustiça direcionadas à população menos favorecida na sociedade, ressaltando que os direitos são para todos os cidadãos.

Em um momento emblemático, onde a discussão em torno da alarmante violência que assola o país e em especial o Rio de Janeiro - que acaba de passar por intervenção militar - a vereadora voltava do evento “Jovens Negras Movendo Estruturas”, uma roda de conversa na Casa das Pretas, no bairro da Lapa (região Central), quando foi interceptada pelos criminosos, sendo executada a tiros. O motorista, Anderson Gomes, também foi atingido pelos disparos, se tornando mais uma vítima fatal da ação. De forma brusca a voz de Marielle foi cessada. Mas, deixou uma herança histórica e seus sucessores espalhados por todo o país, como pôde ser visto nas inúmeras manifestações. 

As cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Belém, Juiz de Fora, Porto Alegre, Florianópolis, Natal, Curitiba e Maceió, entre outras, realizaram diversos atos e eventos de protesto e manifestação contra o assassinato de Marielle Franco. Além disso, inúmeras entidades da sociedade civil emitiram nota oficial de repúdio ao brutal assassinato da vereadora e em solidariedade à sua família. Entre elas, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro em conjunto com a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas e a Comissão Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira).

A Câmara Municipal do Rio decretou luto oficial de três dias. Nesta Casa, Marielle presidia a Comissão da Mulher e no mês passado foi nomeada relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Líder significativa e símbolo do ativismo em Direitos Humanos, Marielle teve atuação decisiva enquanto parlamentar eleita com mais de 46 mil votos em sua primeira eleição. Nascida e criada no Complexo da Maré (Zona Periférica) formou-se em Sociologia e mestra em Administração Pública, e pautou sua atuação na tríade da discussão de raça, gênero e cidade, contra toda forma de opressão. 

Mesmo abalada, a resistência pelo direito à dignidade da vida seguirá com seu legado. Marielle Presente! 



Fonte: Coluna Axé - 483ª edição – Jornal Tribuna Independente (20 a 26/03/18) – cojira.al@gmail.com.
(Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luíla de Paula).

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Carnaval dos protestos

Pelo menos três escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro levaram para o Sambódromo um Carnaval de críticas e protestos, externando a insatisfação do povo com os políticos e a corrupção.

A Beija-Flor, campeã do Carnaval, fez um paralelo entre o romance "Frankenstein” e as mazelas sociais brasileiras. Corrupção, desigualdade, violência e intolerâncias de gênero, racial, religiosa e até esportiva formaram o cenário de "Brasil monstruoso". Um carro encenou a violência cotidiana do Rio de Janeiro, mostrando crianças morrendo na escola, mães enterrando seus filhos policiais e ocorrências de assaltos.

A Paraíso do Tuiuti, que ficou com o segundo lugar, com belas alegorias e um samba enredo primoroso fez abordagem crítica sobre a situação da população negra e pobre neste País. Não faltaram Michel Temer, o vampiro neoliberalista, paneleiros com camisetas do Brasil e patos da Fiesp sendo controlados pela mídia, além de críticas às reformas trabalhista e da Previdência.

A escola passou pela Sapucaí deixando a pergunta "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?" A Tuiuti recontou a história da escravidão no Brasil, nos 130 anos da Lei Áurea, e fez uma crítica ao racismo e às dificuldades dos trabalhadores brasileiros hoje. Em seu segundo ano seguido no Grupo Especial e após um acidente grave no ano passado, a escola dedicou parte do desfile para uma crítica social mais atualizada. As três últimas alas retrataram perrengues dos brasileiros em busca de bons empregos. No último carro, a Tuiuti apresentou um "novo navio negreiro" buscando fazer uma comparação entre os "novos trabalhadores explorados pela classe dominante" e os escravos do passado.

A Estação Primeira de Mangueira, que ficou em 5º lugar, também não ficou atrás em termos de protesto. Aproveitou o enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco” para ironizar a decisão de Prefeitura do Rio de cortar os recursos destinados às escolas de samba. Sem metáforas, o prefeito do Rio foi citado nominalmente e representado como um boneco de Judas para ser malhado.

Foi mesmo emocionante! Mas o Carnaval passou. É preciso que essa ousadia cidadã ganhe força na consciência dos brasileiros e ecoe nas ruas, antes que outros direitos sucumbam.



Fonte: Coluna Axé / 479ª edição / Jornal Tribuna Independente (20 a 26/02/18) / Editora: Helciane Angélica/ Contato: cojira.al@gmail.com

(Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luíla de Paula)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Carnaval sem racismo

O Ministério dos Direitos Humanos através da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR lançou a Campanha "Neste Carnaval Diga não ao Racismo". 

O objetivo principal é a valorização da cultura negra, sensibilizando o público em geral quanto à importância do respeito à identidade negra com enfoque no racismo sofrido por mulheres e homens negros no carnaval.

Passageiros, foliões e turistas dos principais aeroportos e rodoviárias do país receberão material informativo de enfrentamento ao uso negativo e caricato da imagem do negro como blackface e “nega maluca”, onde as pessoas pintam o rosto com tinta preta e usam peruca black power imitando pejorativamente a textura natural do cabelo crespo como forma de “homenagem”.

Lançada em nível nacional, serão espalhados 50 mil folders em formato de leques entre as esteiras de bagagem e balcões de informações dos aeroportos de Recife (PE), Congonhas (SP), Curitiba (PR), Rondônia (RO), Confins e Belo Horizonte (MG). Trata-se de uma parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), e os aeroportos exibirão em seu sistema de telas informativas a identidade visual da Campanha.

O Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo alerta que nenhuma forma de preconceito ou de discriminação deve servir como justificativa de “piada”, “adereços” ou “acessórios” e destaca o caráter de violação de direitos dessa prática racista, já que racismo é crime previsto na Lei 7.716.  “O propósito da Campanha é ser usada como plataforma para combater esta modalidade de racismo enraizado na sociedade. Qualquer tipo de ação utilizada para ridicularizar o negro não deve ser praticada no Carnaval. O Blackface e a ‘nega maluca’ não são ferramentas de folia, mas sim de opressão e escárnio. Vamos juntos compartilhar nas redes sociais durante o carnaval a hashtag da campanha #CarnavalSemRacismo”, exaltou.

As cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Manaus, Belém, Palmas, Acre também serão contempladas pelas ações da Campanha. Para realizar denúncias: Disque 100 ou baixe aplicativo Proteja Brasil A iniciativa é extremamente louvável e deveria ocorrer durante todo o ano; além de contemplar todo o território nacional. Sonhamos com o dia que não precisaremos lançar campanhas para exigir respeito!



Fonte: Coluna Axé - 478ª edição – Jornal Tribuna Independente (06 a 19/02/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
(Com informações da Ascom)       


terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Tambores e prévia carnavalesca


As prévias carnavalescas da capital alagoana 2018, conhecida por Jaraguá Folia, serão no dia 02 de fevereiro – cuja data remete-se ao episódio histórico e violento ocorrido em 1912 denominado “Quebra de Xangô” e que nos últimos anos tornou-se um momento para alertar a sociedade sobre o combate da intolerância religiosa e o respeito à diversidade de cultos.

Desde 2010, o Coletivo Afrocaeté e seus parceiros se uniram com o intuito de homenagear Tia Marcelina, símbolo de resistência na luta contra todo e qualquer ato de intolerância religiosa.

Lideranças do movimento social negro, religiosos de matrizes africanas e integrantes de vários grupos afroculturais sairão no cortejo cuja concentração será às 19h dessa sexta-feira, na sede do Coletivo Afrocaeté – Rua Barão de Jaraguá, 381, Jaraguá – onde caminharão pelas ruas do bairro histórico, com as cores de Xangô, ao som dos tambores em sinal de respeito aos ancestrais, para fortalecer a luta e a fé do povo alagoano.

Nessa mesma noite, a partir das 20h terá o Polo dos Maracatus na Praça Marcílio Dias, com a participação dos grupos Maracatu Baque Alagoano e Coletivo Maracatod@s que farão a animação do público antes da saída dos cortejos.


Fonte: Coluna Axé – 477ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/01 a 05/02/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

ONU e suas missões

Durante reunião entre os Estados-membros da Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral da Organização, António Guterres, apresentou no dia 16 de janeiro as doze áreas que merecerão atenção do organismo ao longo de 2018.

O primeiro item da lista é a promoção de uma globalização igualitária, que garanta a repartição justa dos benefícios trazidos pela expansão das trocas comerciais, financeiras e culturais no mundo contemporâneo. Entre as prioridades, estão a resolução de crises no Oriente Médio e na Europa; fortalecer as missões de paz e na luta contra o terrorismo; combater as mudanças climáticas; a promoção da migração segura e ordenada; e o fim das disparidades de gênero.

“O respeito pelos migrantes e o respeito pela diversidade, étnica e religiosa, é um pilar fundamental das Nações Unidas e será um pilar fundamental” afirmou o chefe da ONU, que é o símbolo dos ideais das Nações Unidas e porta-voz dos interesses dos povos do mundo, principalmente dos mais pobres e vulneráveis. O português é o nono secretário-geral das Nações Unidas e assumiu as funções em 1º de janeiro de 2017.

Para aprofundar os trabalhos, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Afrodescendentes está solicitando que todas as partes interessadas enviem submissões relativas à elaboração da Declaração sobre a Promoção e Pleno Respeito dos Direitos Humanos de Afrodescendentes. Essas contribuições podem ser enviadas até o dia 15 de fevereiro e devem abordar direitos e garantidas específicas que a Declaração deverá promover, bem como direitos já previstos por outros mecanismos legais internacionais, regionais ou nacionais existentes. A elaboração da Declaração foi estipulada pela resolução (A/HRC/35/30) do Conselho de Direitos Humanos da ONU, adotada em junho de 2017. 

Já o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos está solicitando contribuições de povos e pessoas indígenas ao estudo que está sendo realizado pelo Mecanismo de Especialistas da ONU sobre Direitos dos Povos Indígenas, com foco no tema “Consentimento livre, prévio e esclarecido”; e as contribuições podem ser enviadas em inglês, francês ou espanhol até o dia 28 de fevereiro.

Mais informações: https://nacoesunidas.org/


Fonte: Coluna Axé – 476ª edição – Jornal Tribuna Independente (23 a 29/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Afoxé e literatura

Contemplado pelo Prêmio Eris Maximiano promovido pela Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) de Maceió, será oficialmente lançado o livro Oju Omim Omorewá – O Afoxé Dança Para Iansã, pela Editora Viva. Trata-se do resultado das pesquisas realizadas por Daniela Beny durante o curso de Especialização em Antropologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Por dois anos (2014/2015), a autora acompanhou os ensaios e apresentações do afoxé e observou as coreografias do grupo e a relação com o orixá do Candomblé Iansã; e conta com descrição a dança de Iansã dentro do contexto religioso e artístico. Também destaca a história do afoxé e aborda os quatro espetáculos, que a autora também trabalhou em alguns como iluminadora de palco: “Oju Omim”, “Agô: Iyabás pedem passagem”, “Chão batido: terra de negros e mestiços” e “Aquarela das cores”.

A publicação também é acompanhada de um CD de mídia com o arquivo do livro e as fotografias dos espetáculos com o recurso de audiodescrição em PDF, no intuito de acessibilizar o material para cegos ou pessoas com baixa visão.

O livro representa a possibilidade de conhecer melhor o Candomblé sob a perspectiva da dança e entendendo como a dança do ritual é ressignificada para o contexto artístico, sendo posta em cena com o devido respeito em relação ao campo do litúrgico. Creio que a principal contribuição está no fato de termos registrado por escrito um pouco da história de um dos primeiros afoxés de Maceió, contando sobre seus espetáculos. O principal desafio superado foi o fato de transformar a monografia em livro, e graças ao prêmio além da publicação foi possível viabilizar a distribuição de parte dos exemplares da bibliotecas públicas, terreiros e pontos de cultura”, destacou a autora.

O pré-lançamento ocorrerá no Terreiro de Umbanda Aldeia dos Orixás, no dia 17 de janeiro às 15h, defronte à Praça Guedes de Miranda, no bairro da Ponta Grossa, e terá um pocket show do Afoxé Oju Omim Omorewá; já o lançamento, no dia 18 às 19h na Quilombada Portal de Autores Alagoanos, no Shopping Pátio, pocket show do cantor Igbonan Rocha. No dia do lançamento, a publicação terá preço promocional de R$20, e depois por R$30 na Quilombada. Prestigie!

Fonte: Coluna Axé – 475ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Lavagem do Bomfim 2018

A 18ª edição da Lavagem do Bomfim em Maceió ocorrerá nesse domingo, 14 de janeiro, com a concentração às 15hs, na Rua São João, no bairro do Jacintinho, em Maceió. 

A partir das 16h, os religiosos e simpatizantes das religiões de matriz africana, vestidos de branco e carregando água de cheiro e flores, sairão em cortejo até a Igreja Senhor do Bomfim, no Poço, onde acontecerão queima de fogos, revoada de pombos, pronunciamentos e a lavagem do pátio da igreja. Em seguida, os participantes realizarão a Caminhada de Combate à Intolerância Religiosa, percorrendo várias ruas dos bairros do Poço, Pajuçara e Ponta da Terra, encerrando na Casa de Iemanjá. 

A cerimônia religiosa saúda Oxalá, o deus Yorubá sincretizado como Senhor do Bomfim, acompanhados de batuques e utiliza o elemento água como símbolo de purificação para a conquista de novas realizações. Também busca promover a integração das casas de axé do Estado, grupos praticantes, grupos afroculturais e pesquisadores que defendam o direito à liberdade de culto e de manifestação da fé, além do combate ao preconceito. 

A cada ano, a atividade recebe a admiração da sociedade alagoana e amplia o número de pessoas que vão prestigiar e apoiar, além de agregar mais parcerias. Esse é o momento de busca pela paz, amor e respeito.



Fonte: Coluna Axé – 474ª edição – Jornal Tribuna Independente (09 a 15/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com



quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Políticas Culturais Afro-brasileiras

O Ministério da Cultura (MinC) oficializou a criação do Grupo de Trabalho (GT) de Políticas Culturais Afro-Brasileiras, por meio da Portaria nº 118, publicada na quarta-feira (27), no Diário Oficial da União. 

O objetivo é desenvolver propostas de políticas para a defesa e a promoção da cultura afro-brasileira, além de gerar subsídios e estimular articulações interministeriais que envolvam os povos de matriz africana. O GT será formado por representantes (titulares e suplentes) e a participação será considerada prestação de serviço público relevante e não será remunerada. 

O MinC será representado pelo Gabinete do Ministro; Secretaria Executiva; e as secretarias de Cidadania e da Diversidade Cultural, Articulação e Desenvolvimento Institucional, Audiovisual, Fomento e Incentivo à Cultura, Economia da Cultura. Também contribuirão nas discussões, membros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Cultural Palmares (FCP). 

Na presidência estará um representante do Gabinete do Ministro da Cultura e, em seu afastamento, pelo representante da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC. A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério dos Direitos Humanos terá o papel de articuladora do Grupo. Também poderão ser convidados membros da sociedade civil, do Conselho Nacional de Política Cultural e/ou de outros órgãos, com notório conhecimento, para contribuir com o desenvolvimento dos trabalhos, visando à promoção da participação social nos debates. 

Dentre as atribuições estão: elaborar propostas de políticas para a defesa e a promoção da cultura afro-brasileira; articular, junto aos órgãos federais, as ações e os programas que possuam convergência com outras Pastas; e ainda, deve estabelecer mecanismo para permitir a participação e o protagonismo dos povos de matriz africana no processo de elaboração e implementação das políticas. 

O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 180 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Esperamos, que os resultados sejam positivos para ampliar as políticas afirmativas e fortalecer a cultura afro-brasileira em todo território nacional.


Fonte: Coluna Axé – 473ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 08/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Direitos Humanos

 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) completou 69 anos de implantação no último dia 10 de dezembro. Trata-se do documento marco que determina os direitos humanos básicos, adotado e proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) no ano de 1948, sendo esboçado principalmente pelo canadense John Peters Humphrey, com a ajuda de representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo.

Embora não tenha uma obrigatoriedade legal, foi traduzido em mais de 500 idiomas e inspirou as constituições de muitos Estados e democracias recentes. Visa definir “como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição”.

De acordo com o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, a universalidade de direitos está sendo contestada em boa parte do mundo e tem enfrentado intenso ataque por parte de terroristas, líderes autoritários e populistas que parecem querer sacrificar os direitos dos outros em benefício do poder. “A Declaração Universal foi elaborada por um mundo ferido pela guerra, o remédio prescrito pelos Estados para inocular suas populações contra seus piores instintos e omissões. “Essa consciência parece estar se evaporando em ritmo alarmante, e o enorme progresso alcançado através da promulgação progressiva dos princípios de direitos humanos, (…) está sendo cada vez mais esquecido ou deliberadamente ignorado”, disse Zeid.

No Estado de Alagoas, a data foi lembrada com a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal de Maceió nesta segunda-feira com a participação do Juiz Marcelo Tadeu Lemos e do Dr. Ricardo Soares Moraes, que respectivamente, discutiram os temas “Direitos Humanos, uma questão além da ideologia” e “Direitos Humanos e segurança pública: uma parceria indissociável”. Já na quinta-feira(14) às 14h, no antigo auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Praça Monte Pio, no Centro em Maceió – terá o Encontro Estadual de Direitos Humanos. A atividade é uma realização da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e a Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL.

A Declaração foi elaborada para proteger não apenas os direitos civis e políticos, mas também sociais, econômicos e culturais; e o desafio é difundir que não há desenvolvimento sem direitos humanos. A luta por um futuro melhor, com respeito à dignidade humana sempre continua!



Fonte: Coluna Axé – 471ª edição – Jornal Tribuna Independente (12 a 18/12/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Mulheres negras e igualdade

As organizações da sociedade civil de mulheres negras brasileiras realizarão rodas de diálogos “Mulheres Negras Para um Planeta 50-50: O que queremos em 2030?”, de 5 a 16 de dezembro, em cinco capitais brasileiras (Salvador/BA; Maceió/AL, Recife/PE, Porto Alegre/RS e Rio de Janeiro/RJ).

Em Maceió, a atividade será realizada nessa quarta-feira, 06 de dezembro, das 14hs às 17hs, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), situada na Rua Dr. José Porciúncula, 121, bairro Farol, e contará com representações de entidades da sociedade civil que defendem os direitos das mulheres negras. A organização local é da Rede Alagoana de Mulheres Negras e acontecerá em parceria com a ONU Mulheres, em cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, como uma condição para o alcance de um Planeta 50-50 em 2030.

As atividades serão realizadas no âmbito dos 16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e Dia Internacional dos Direitos Humanos; e o objetivo é garantir que as organizações do movimento de mulheres negras possam discutir entre si estratégias e identificar ações, a serem realizadas numa parceria com o Sistema ONU no Brasil, para o cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

De acordo com o “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil”, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FlACSO), o assassinato de mulheres negras aumentou 54% nos últimos dez anos, de 1.864 (2003) para 2.875 (2013). Neste mesmo período o número de homicídios que vitimou mulheres brancas reduziu 10%, de 1.747 para 1.576. O Brasil ocupa a incômoda 5ª posição em ranking global de homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2013, a taxa de mortes por assassinato de mulheres no Brasil, para cada 100 mil habitantes foi de 4,8 casos; uma média mundial de dois casos; e foram 4.762 mulheres mortas violentamente no país naquele ano: 13 vítimas fatais por dia.

Nos cinco estados que serão realizados, estão sendo organizados pelo Odara em parceria com a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e organizações locais, com apoio institucional da ONU Mulheres Brasil e deverá produzir um documento que vai revelar novas metas para a Localização dos ODS no Manifesto da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver 2014, elaborado pela ONU Mulheres Brasil, compreendendo necessidades das mulheres negras que ainda não foram identificadas nos ODS.

Além de servir para que as ativistas possam realizar uma análise da conjuntura política e social do Brasil em 2018, constituindo também um espaço para que discutam nos seus estados quais resultados esperam para o empoderamento econômico, social e político e garantia do bem viver das mulheres negras brasileiras até 2030.



Fonte: Coluna Axé – 470ª edição – Jornal Tribuna Independente (05 a 11/12/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Cojira-AL: 10 anos

No próximo dia 24 de novembro, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) completa dez anos de fundação e atuação no Estado de Alagoas. É vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e foi o primeiro núcleo do Nordeste a trabalhar as questões étnicorraciais no movimento sindical da categoria.

Também existem cojiras nos estados da Bahia, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo e o Núcleo de Comunicadores Afro-Brasileiros do Rio Grande do Sul – juntos, formam a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Étnicorracial (Conajira) que é um órgão consultor da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).

Porém, Alagoas destaca-se na interlocução entre o movimento social negro e a mídia alagoana, facilitando o repasse das informações e na indicação de entrevistados e entrevistadas sobre as questões étnicorraciais; contribui para a reflexão sobre a realidade da população afrodescendente durante todo ano; divulga as ações político-culturais e eventos dos segmentos afros; além de promover debates e participar de palestras sobre o papel da mídia no combate do racismo, o discurso de ódio, à intolerância e outras formas de intolerância.

Dentre as ferramentas de trabalho, estão: o blog www.cojira-al.blogspot.com.br e a Coluna Axé publicada semanalmente no jornal Tribuna Independente desde 2008. Também exerce um papel importante no controle social e defesa das políticas públicas, com atuação marcante por duas gestões, no Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL).

É motivo para se orgulhar e festejar, mas, ainda há muito o que fazer! Os desafios continuam... que venham mais dez anos. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 468ª edição – Jornal Tribuna Independente (22 a 27/11/17) / Cojira-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Vamos subir a Serra

A programação do mês da consciência negra começou com força em Alagoas, repleta de atividades que promovem a reflexão sobre o episódio histórico da luta por liberdade e dignidade no Quilombo dos Palmares; além da valorização da cultura e história afro-brasileira, o combate ao racismo. De 15 a 19 de novembro de 2017, a orla da Pajuçara em Maceió, será palco de um encontro educativo, cultural, político-econômico-social e histórico, com o projeto/evento Vamos Subir a Serra!

Trata-se de uma realização do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), em parceria com a Núcleo Zero e gestão de Simone Benchimol; e conta com o patrocínio do Sebrae, da Braskem e da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA), além da parceria da Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural e do governo federal, através da Fundação Cultural Palmares.

A finalidade é fomentar e evidenciar as potencialidades do povo negro através de eventos simultâneos com a temática étnico-racial, tais como: feira de produtos afros-quilombolas, ciclo de palestras com nomes de referência local e nacional, tendo como foco o empreendedorismo afro, pertencimento étnico, turismo étnico, empoderamento da mulher negra e a Serra da Barriga como marco fundante.

As oficinas possuem inscrições gratuitas (uma hora antes) com 40 vagas: a primeira acontecerá nessa quarta-feira(15) das 8h às 10hs com o tema: Empoderando, embelezando, glorificando as mulheres com o uso de turbantes – “Seu turbante, sua coroa”, ministrada por Lucélia Tayná; em seguida, das 10h30 às 12h30, será a vez da Oficina Bate cachos – corte a seco ao vivo e tudo sobre cuidados em casa, com Tamires Melo; no dia 16 de novembro, quinta-feira, das 8h às 12h30. Neste dia, a primeira abordará o tema Marketing pessoal – “Você é o seu melhor produto”, com o jornalista e psicólogo Carlos Gonçalves e a participação de Yalla Barros, profissional de estética negra. Das 10h30 às 12h30, será a vez da oficina Empreendedorismo e Produção Cultural, tendo como oficineiro Jonathan Santos Silva, administrador de empresas e coordenador do Cenafro.

Também terá cine-fórum, performances artísticas culturais; o Fala Preta #tireavendadoracismo no dia 15 a partir das 14hs, seguido do desfile Afro-in com a apresentação da cantora Mel Nascimento; e uma viagem pela história do Quilombo dos Palmares, em visitação no dia 18 à Serra da Barriga, em União dos Palmares. Todos os participantes terão direito a certificado online.

A entrada é gratuita, das 8h às 22h, prestigie! Mais informações: (82) 99999-1301 / 98878-7484 / anajo.vamossubiraserra@gmail.com. Acompanhe a página: https://www.facebook.com/vamosSubiraSerra/


Formação
No evento Vamos Subir a Serra! terá uma edição especial do projeto Tambor Falante na quinta-feira(16) às 16h com o tema Pertencimento Étnico, com a participação de Lepê Correia (foto): Psicólogo, Educador e Pesquisador de culturas e tradições afros e brasileiras; Mestre em Literatura e Interculturalidade; Doutorando em Literatura e Interculturalidade. Também foram convidados como palestrantes nacionais: Érico Brás (ator, cantor e humorista) que falará sobre “Mídia e Racismo” no dia 16 às 19h; e Kênia Maria (atriz, escritora e roteirista, nomeada Defensora dos Direitos das Mulheres Negras pela ONU Mulheres) que abordará no dia 17 às 16h, o tema “Empoderamento da mulher negra”. (Crédito da foto: Divulgação)


Fonte: Coluna Axé – 467ª edição – Jornal Tribuna Independente (14 a 20/11/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Relatório sobre violência religiosa

No último dia 26 de outubro ocorreu o 2º Seminário Estadual Consciência Negra e Diversidades, no Espaço Linda Mascarenhas em Maceió, com o tema “Intolerância e Violência Religiosa”. Uma iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos em parceria com o Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial (Conepir/AL).

A atividade contou com a presença de Andréa Guimarães – Consultora da Unesco – representante do projeto de fortalecimento das instâncias de participação social para a promoção do respeito à diversidade religiosa, nos estados e Distrito Federal. 

Na ocasião, foram apresentados os dados do Relatório Nacional de Intolerância e Violência Religiosa no Brasil (2011-2015), que possui 975 casos identificados, sendo 45% registrados em jornais, 41% em ouvidorias e 17% em processos judiciais; equivalente a dois casos por dia no período de cinco anos. Atualmente, a principal ferramenta de controle e registro de dados oficiais é pelo Disk 100, que de forma gratuita e sem expor a vítima, é disponível para todo o território nacional. 

Segundo a palestrante essa foi a décima visita oficial para o repasse das informações para alertar sobre os casos de intolerância religiosa, que ao serem denunciados normalmente são enquadradas como injúria ou são arquivadas. “A intolerância religiosa no Brasil é democrática, existe em todos os estados e atinge todas as religiões. É uma questão de calamidade pública, e também se enquadra como terrorismo. As pessoas normalmente não denunciam os casos de violência religiosa, primeiro porque não conhecem seus direitos; segundo, porque têm medo; e terceiro, porque não reconhecem esse sistema de justiça como legítimo”, exaltou Andréa.

O evento contou com a participação da Secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos, Claudia Simões; estudantes, professores, sindicalistas; conselheiros estaduais (mulher, LGBT direitos humanos); além de vários religiosos (matriz africana, católicos, evangélicos, mórmons espíritas e adeptos do Ayuascha) e agnósticos.

Na sexta-feira (27.10), no auditório do Iteral, foi a vez do “Diálogos com o CONEPIR” junto aos demais segmentos da sociedade civil e foi discutida a necessidade da inclusão dos relatos dos casos existentes em Alagoas e defendeu-se a realização de mais um encontro, com data prevista para o dia 11 de dezembro, para discutir a criação de um Fórum Interreligioso pela Cultura de Paz.


Fonte: Coluna Axé – 465ª edição – Jornal Tribuna Independente (31/10 a 06/11/17) / COJIRA/AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Espetáculo Saravá

O Grupo Trajes, Comédia e Cia encontra-se com o espetáculo de dança Saravá, que homenageia as tradições da religiosidade afro-brasileira. O circuito de apresentações começou no início deste mês, percorrendo vários espaços a exemplo do Ponto de Cultura Ponto de Luz em Arapiraca e o campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) no município de Palmeira dos Índios. 

Os dançarinos representam a arte encontrada a partir dos movimentos do orixá Oxumaré, a montagem é baseada na religião matriz africana e apresenta também elementos da cultura indígena, fazendo uma fusão de simbologias a partir da dramaturgia corporal. É encenado pelos intérpretes criadores Denis Angola (que também faz a direção artística), Alexandrëa Constantino e Jailton Oliveira, e ainda, conta com a participação do músico Izaias Chico. 

O Saravá foi contemplado no Edital das Artes Eris Maximiano, promovido pela Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac); a estreia e circulação são a terceira e última etapa do projeto, que surgiu da necessidade de falar da temática afro, apresentando uma dança mais contemporânea. 

O produtor Denis Angola revela que a montagem do espetáculo foi finalizada após um longo período de pesquisa, oficinas de dança e ensaios: “É uma composição feita a partir de estudos de campo, experimentos de movimentação, cor e musicalidade”, declarou. 

Nesta quarta-feira(25.10), a partir das 19h30, será a vez de apresentar as belezas e riquezas da cultura negra no palco do Teatro Deodoro durante a programação do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato. O ingresso custa R$20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada), e pode ser comprado na bilheteria do teatro, que abre às 14h, e pelo internet sem cobrança de taxa extra pelo link http://www.compreingressos.com/…/8760-sarava-trajes-comedia…. 

Lembrando que a classificação etária é de 14 anos. Prestigie!


Fonte: Coluna Axé – 464ª edição – Jornal Tribuna Independente (24 a 30/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Empreendedorismo

De 18 a 20 de outubro, no Centro de Convenções de Maceió localizado no bairro histórico do Jaraguá, terá a 8ª Feira do Empreendedor de Alagoas. 

Esse é um dos maiores eventos de empreendedorismo do Sistema Sebrae, que busca promover os produtos e serviços, dos patrocinadores, parceiros e expositores de várias franquias, ajudando a promover e a ampliar a carteira de clientes de todas as partes interessadas. 

A programação é composta por oficinas, palestras, mesa redonda, workshop, exposição, sessão de negócios; orientações sobre o Acesso a Crédito com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste; Rodada de negócios multissetoriais; Momento do Empresário; Talk Show Troco Likes – Redes Sociais para Alavancar seu Negócio; além de apresentações musicais. 

Dentre as palestras destaques estão: “Os Impactos da Reforma Trabalhista para as Micro e Pequenas Empresas” com o palestrante Nélio de Souza (AB & DF ADVOCACIA)”, amanhã (18) às 16h30 na sala 3; e no dia 19, o tema “Cenário Econômico do Brasil: Impactos para as Empresas do Nordeste” às 19h30, no Espaço Criatividade em Ação, com o palestrante Luiz Barreto (Ex Presidente do Sebrae). Também serão discutidos: Vantagens da Formalização para o Micro Empreendedor Individual (MEI), Líder Coach, Educação Financeira, Marketing Digital para Pequenos Negócios, Posicionamento da marca nas Redes Sociais, Economia Sustentável, Registro de Marcas e Patentes, dentre outros. 

É um grande momento para aprofundar conhecimentos, despertar ideias, fortalecer os negócios e ampliar a geração de renda. Todas as atividades são gratuita, mas é importante fazer a inscrição antecipada no site: http://feiradoempreendedor.al.sebrae.com.br/. Participe!


Fonte: Coluna Axé – 463ª edição – Jornal Tribuna Independente (17 a 16/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Mestrado sobre quilombolas

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) recebeu a visita do Prof. Dr. Edmundo Accioly, orientador do acadêmico Jonathan Silva, que buscou o apoio institucional para a tese de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

O diretor-presidente do Órgão de Terras, Jaime Silva, e a Assessora Técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas, Leone Silva, ouviram atentamente a proposta, e destacaram que todas as ações voltadas à autoestima e desenvolvimento socioeconômico são bem vindas. Também foram convocados para dar suporte nas informações: Edenilsa Lima Chagas, Gerente de Articulação Social do Gabinete Civil e Francis Hurst, supervisor de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur).

O objetivo é mapear as oportunidades de negócios através de produtos e serviços porventura existentes em comunidades remanescentes de quilombo do Estado de Alagoas; e também serão ministradas palestras sobre empreendedorismo afro para as lideranças quilombolas e juventude. 

De acordo com Jonathan Silva: “O grande diferencial deste trabalho é poder trazer a questão da inovação para dentro dos quilombos. Quando trabalhamos na perspectiva de indicações geográficas estamos trabalhando com conceitos de desenvolvimento sustentável, tecnologias sociais, além da propriedade intelectual. Eu vejo que as comunidades têm muito a ganhar, pois estaremos reconhecendo os produtos com notoriedade e tradição. Para o Iteral, permitirá que as ações sejam articuladas e mais planejadas. Se outros órgãos do Governo puderem estar presentes, darão maior proporção, e será algo muito rico para o Estado de Alagoas”, exaltou.

Dentre as propostas para a produção final, encontram-se: criação de um catálogo, publicação do documento técnico para novas pesquisas, identificação das comunidades aptas a participarem das feiras agrárias e a criação de um selo de reconhecimento quilombola. Atualmente, existem 69 comunidades certificadas no Estado de Alagoas e espalhadas em 36 municípios.

Esperamos que o conteúdo científico contribua para a mudança de realidades, de forma positiva, e traga mais valorização para esse povo tão sofrido. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 462ª edição – Jornal Tribuna Independente (10 a 16/10/17) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Bienal do livro - 2017

Começou o maior evento literário no Estado de Alagoas, a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que encontra-se na oitava edição. O evento segue até o dia 8 de outubro, com livros e programações para todas as idades: oficinas, contação de histórias, lançamentos de livro, apresentações culturais, roda de conversas, sessão de autógrafos com escritores, palestras, encontro de cordelistas, mostra audiovisual, exposições em estandes variados e até espaço para a troca de livros.

Em relação às atividades com foco nas questões étnicorraciais, destacam-se o Fórum Mestre Zumba, Cine Axé e apresentação de dança de rua. Nessa quarta-feira(4) na Sala Tamarindo das 10h30 às 12h, terá o Espetáculo teatral A saga de Zumbi dos Palmares - Grupo Teatro Cyro Accioly; e às 19h no auditório A, terá a Roda de conversa: Fala Preta! Promovido pelo Instituto Feminista Jarede Viana, que contará com as palestrantes: Ana Pereira, Regina Lopes e Vilma Reis.

Na quinta(5), a partir das 10h no auditório A, acontecerá a 1ª (Des)conferência Zumbi e Maninha Xukuru-Kariri: os rumos das relações étnico-raciais; às 19h na Sala Ipioca, o Fórum Reinventando Alagoas: Mostra Sururu de Cinema Alagoano (O Juremeiro de Xangô; Exu - Além do Bem e do Mal; Jangada de Pau; Ponto das Ervas; Barro do Muquém; Mwnay); na Sala Umbu, das 19h às 22h, terá a palestra “Invisibilidade Negra” com Éric Pascoal. No dia 7 de outubro, das 10h às 12h, na sala Siriguela, as oficinas de Dança: Break (Nego Love), Hip Hop Dance (Fagner Rosendo), House dance (Djamerson – Dja), Street Dance (Bruno e Ataíde - Taíde).

No Brasil, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é a única universidade que planeja, promove e realiza uma Bienal do Livro – evento cultural, literário e social – que é coordenada pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) e foi incorporada ao calendário nacional deste segmento.

Nesse ano, a Bienal do livro tem como tema o Bicentenário da Emancipação Política de Alagoas (1817-2017), e o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, promoverá o lançamento do livro “Bicentenário em prosa”, com textos de escritores alagoanos e a apresentação do Governador Renan Filho – no estante da Secult, às 16h, no dia 6 de outubro.

Para mais informações, acesse o site oficial: http://bienaldolivroal.com.br/. Entrada gratuita!


Fonte: Coluna Axé – 461ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Alagoas: 200 anos

O Estado de Alagoas celebrou no último sábado, 16 de setembro, 200 anos de Emancipação Política, histórias e conquistas.

Constantemente lembrado pelas paisagens paradisíacas do litoral ao sertão; riqueza gastronômica; cidades tombadas e territórios reconhecidos como patrimônios mundiais a exemplo da Serra da Barriga onde se articulou o maior quilombo de resistência e luta por liberdade tendo como grande líder negro Zumbi dos Palmares.

Infelizmente, também, é muitas vezes hostilizado na grande mídia diante dos casos de corrupção e atuação dos representantes políticos; o analfabetismo; o caos nos serviços públicos e os índices alarmantes de violência, especialmente, contra a juventude. Porém, o grande potencial deste Estado encontra-se no seu próprio povo, que é trabalhador, alegre e acolhedor.

E não podemos esquecer da diversidade cultural, sendo detentor do maior número de manifestações folclóricas com vários folguedos e danças; além dos ícones nacionais na música, literatura, artes, esportes e nas áreas do conhecimento, como: Graciliano Ramos, Aurélio Buarque de Holanda, Lêdo Ivo, Théo Brandão, Djavan, Hermeto Pascoal, Nise da Silveira, Kaká Diegues, Linda Mascarenhas, Marta Vieira da Silva, entre outros.

Desejamos uma nova Alagoas, com mais oportunidades, economia forte e justiça social. Para isso, é necessário conhecer mais a nossa terra, valorizar as raízes e continuar lutando por políticas públicas! Axé!


Fonte: Coluna Axé – 459ª edição – Jornal Tribuna Independente (19 a 25/09/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com