terça-feira, 27 de abril de 2010

Novos rumos

Por: Helciane Angélica - jornalista


A Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros, uma referência no movimento social negro, teve quatro dias de renovação e integração. Cerca de 300 pessoas entre delegados e convidados participaram do 1º Congresso Nacional com o tema “APNs: Olhando a história e projetando o futuro” nos dias 21 a 24 de abril, em Goiânia (GO). A entidade nacional possui 27 anos de existência e reuniu representantes dos seus mocambos que estão espalhados em treze estados de norte ao sul do País, que juntos, discutiram um novo projeto político para os próximos dez anos.

Durante toda a programação, várias autoridades políticas, como gestores do Governo de Goiás, deputados, vereadores e até o novo Ministro Eloi Ferreira, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) prestigiaram o evento que teve: quatro seminários “Racismo e Democracia: Característi¬cas, Enfrentamento e Ações Governamentais”, “APNs e Diálogo Interreligioso”, “Um Quilombo Chamado Brasil: “Do Sonho a Realidade”, Racismo. Machismo e Sociedade”; 10 grupos de trabalho; Ato Político em favor do Estatuto da Igualdade Racial; a 14ª Assembleia Geral, que também foi eletiva e a posse da nova Direção Nacional dos APNs.

Sem sombras de dúvidas, o momento mais marcante foi quando os participantes foram às ruas na sexta-feira e realizaram um ato público em defesa do Estatuto da Igualdade Racial e contra o senador Demóstenes Torres (DEM), que durante a audiência sobre as cotas raciais na educação teve a audácia de anunciar seu pronunciamento machista e altamente racista – afirmou que os estupros praticados pelos senhores de engenho durante o escravismo eram consensuais e responsabilizou os negros pela própria escravidão. Na manifestação, homens, mulheres e crianças de vários segmentos afros e credos se uniram para transmitir à sociedade a indignação da população afro-brasileira por meio dos discursos fervorosos e cânticos afros.

Outro destaque, foi a riqueza de propostas deliberadas nos grupos de trabalhos, dentre elas a criação de um GT sobre “Mídia e Racismo” e o monitoramento dos termos racistas utilizados nos veículos de comunicação. Também promover estratégias de comunicação para informar a sociedade sobre os atos racistas nos diversos setores denunciando e executando campanhas de valorização étnicorracial, e a interlocução entre os APNs e as Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (COJIRAS) que são vinculadas aos sindicatos, inclusive, estimular a adesão dos jornalistas que fazem parte do movimento social negro a participarem. Muito bom, que outros movimentos possam executar atividades tão enriquecedoras como essa. Axé!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (27/04/10)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Iniciam os seminários e GTs no Congresso

Confira a programação do segundo dia do 1º Congresso Nacional dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APN's) em Goiânia. No blog do Anajô já possuem várias fotos: www.anajoonline.spaces.live.com


09:00h às 9:30h

Mushaká (Mística) Dedicado aos Ancestrais


09:30h às 10:00h

Pronunciamento do Dr. Elói Ferreira

Ministro Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República


10h00 às 12h30


Seminário I – Tema: Racismo e Democracia: Característi­cas, Enfrentamento e Ações Governamentais

Moderador (a): João Pio

Palestrante 1: Martvs das Chagas

Palestrante 2: Edna Roland

Debatedores: Maria Aparecida Bento


Seminário II – Tema: APNs e Diálogo Inter Religioso

Tópicos para discussão: A mística e o profetismo de nossa caminhada APNs

Moderador (a): Marlene (ITEBA/APN-BA)

Palestrante 1: Pe. Jurandyr Azevedo (SDB/MG)

Palestrante 2: Profª Janira Sodré Miranda (UFG)

Debatedores: Makota Celinha (CENARAB/MG)


11:00h às 11:h30

Coffe Break


11:30h às 12:30h

Continuidade dos Seminários


12:30 às 14:30

Intervalo/ Almoço


14:30h às 16:30h

Grupos de Trabalho


Diálogo Interreligioso

Facilitadora: Marta Bispo

Coordenador(a): Laureni Luciano


Negros e o Espaço de Poder

Facilitador: Dep. Vicentinho

Coordenador(a): Sérgio Dias


Diálogo com o Estado

Facilitadora: Luciana Motta

Coordenador(a):Maria Luiza


Diálogo com o Movimento Social

Facilitador: Fabio Sena (BA)

Coordenador(a): Soncka


Educação e Negritude

Facilitadora: Petronilha Beatriz

Coordenador(a): Darci Penha

Intervalo: 16h30 às 16h45


Plenária : 16h45h às 18:00h


18:00h às 20:00h

Intervalo/ Jantar


20:30h às 22:30

Assembleia Ordinária Eletiva (continuação)

Noite do Testemunho (Fila do Povo)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Congresso dos APN's inicia hoje


Pela primeira vez, os Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APN's) estão promovendo um Congresso Nacional, que tem como missão organizar seu projeto político para os próximos dez anos. A atividade reunirá cerca de 400 pessoas, dentre delegados, convidados e palestrantes.

Confira a programação do 1º dia: quarta-feira (21/04/10)

08:00h s 17:00h

Recepção e Credenciamento dos Congressistas


09:00h às 11:30h

Reunião da Coordenação Nacional Ampliada dos APNs


14:30h às 17:00h

13º Assembléia Nacional dos APNs (Eletiva)


19:00h às 20:30h

Solenidade de Abertura do Congresso

Secretaria de Igualdade Racial e da Mulher do Estado de Góias

Prefeito de Goiânia

Coordenadora Nacional dos APNs

Coordenador Estadual APNs

Coordenador Geral do Congresso

Ato de Filiação dos Novos APNs

Entrega dos Diplomas de Gratidão


20:30h às 21:30h

Conferência de Abertura - Tema: Sociedade e Estado Brasileiro

Tópicos: Relações raciais na sociedade brasileira pós-reforma do Estado dos anos 90

Conferencista: Deputado Federal Edson Santos

Coordenadora da Mesa: Rejane Rosa (APNs/RS)


21:00h às 23:00h

Coquetel de Abertura



terça-feira, 20 de abril de 2010

APN’s - Congresso Nacional

Por: Helciane Angélica


A Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros, entidade nacional do movimento social negro, vem passando por um processo de transformação e renovação de lideranças. Nos dias 21 a 24 de abril, acontecerá em Goiânia (GO) o 1º Congresso Nacional, com a presença de mais de 300 pessoas entre delegados e convidados que debaterão o tema “APNs: Olhando a história e projetando o futuro” e que tem como lema: “Conscientização, Organização, Fé e Luta” – ao longo dos 27 anos de trajetória, a entidade só realizou encontros nacionais temáticos e assembleias.

O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô é a única entidade que representará o estado de Alagoas e pode levar até oito delegados e delegadas para o evento. Para viabilizar o deslocamento da comissão, foi feita uma campanha financeira junto às pessoas e instituições comprometidas com as questões étnicorraciais, dentre os apoiadores estiveram: Sinteal, Sindicato dos Urbanitários, Sindpol, Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, a vereadora Heloisa Helena (Psol), e os deputados estaduais Paulão e Judson Cabral – ambos do PT.

O grupo heterogêneo é formado por jornalista, professores, produtores culturais e arte-educadores – uns com experiência e outros iniciando na militância – mas, todos querendo ampliar seus conhecimentos e com a intenção de fortalecer o vínculo da entidade com o movimento negro nacional.

A solenidade de abertura acontecerá no dia 21 de abril às 19h, no Plenário da Câmara dos Vereadores de Goiânia, e terá a conferência magna de Edson Santos, Deputado Federal (PT-RJ) e ex-Ministro Chefe da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que abordará o tema “Sociedade e o Estado Brasileiro: Relações raciais na década de 90” . Na programação terão quatro seminários “Racismo e Democracia: Características, Enfrentamento e Ações Governamentais”, “APNs e Diálogo Interreligioso”, “Um Quilombo Chamado Brasil: “Do Sonho a Realidade”, Racismo. Machismo e Sociedade”; 10 grupos de trabalho; Ato Político em favor do Estatuto da Igualdade Racial; a 14ª Assembleia Geral, que também é eletiva e a posse da nova Direção Nacional dos APNs.

Confira a programação completa no site www.apnsbrasil.org e a cobertura no blog www.anajoonline.spaces.live.com. Representantes de todos os 14 estados membros mobilizados para executar o planejamento do projeto político da instituição nacional nos próximos dez anos! Axé.


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (20.04.10)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Rumo ao Congresso dos APN's

Viajo hoje à noite ... falta pouco!


Em pauta - Plano Municipal de Coleta seletiva

Nesta segunda-feira (19.04) às 9h, acontecerá no Plenário da Câmara dos Vereadores de Maceió uma Sessão Pública Especial para discutir a proposta de projeto de lei que visa à criação de um sistema de coleta seletiva no município. A atividade foi proposta pela vereadora Heloísa Helena do Psol-AL, por meio da solicitação do Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb) e da Cooperativa dos Catadores da Vila Emater (Coopvila). Acesse: www.ceasb.org.br

domingo, 18 de abril de 2010

O grito das pessoas

O caminho para os nossos corações é bem curto, basta seguir!
Tirei essa foto no Centro Catequético Irmãos Maristas na Barra de São Miguel em Alagoas.




Um dia um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
- Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles.
- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado, questionou o pensador.
- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar:
- Então não é possível falar-lhe em voz baixa?
Várias outras respostas surgiram, mas, nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:
- Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecida?

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir essa distância, precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?
Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?
Porque seus corações estão muito perto.
A distância entre elas é pequena.
Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem.
É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui dizendo:
Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho da outra.

Mahatma Gandhi - o grande mestre!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Feira Camponesa Itinerante


A Comissão Pastoral da Terra de Alagoas iniciou oficialmente o projeto Feira Camponesa Itinerante nos bairros da capital alagoana. Nesta sexta-feira e amanhã das 6h às 20h, no Pátio da Igreja São Paulo Apóstolo no Salvador Lira, os moradores poderão comprar produtos agrícolas de qualidade, sem agrotóxicos e com preços baixos.

"Plantar, colher e repartir! É um pedaço do campo no coração de Maceió!"

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cotas na educação

Por: Helciane Angélica


O sistema de cotas na educação é uma das mais importantes políticas afirmativas, existe em vários países como Índia, Canadá e Estados Unidos. No Brasil foi implantado há pouco mais de 10 anos, é destinado aos negros, pardos e indígenas provenientes de escolas públicas.

Atualmente cerca de 60 instituições de ensino superior no país, entre federais, estaduais e particulares já implantaram o Programa de Políticas de Ações Afirmativas e agora, esperam o julgamento do processo movido pelo Partido dos Democratas (DEM) no Supremo Tribunal Federal que querem a eliminação do processo que faz a reserva de vagas.

Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) as Ações Afirmativas entraram em vigor em 2004, e a cada ano o ingresso de cotistas ficou mais expressivo no processo seletivo, também é o único no Brasil que tem o recorte de gênero. Somente no último ocorreu a adesão de 776 pessoas pelo sistema de cotas e desde a sua vigência, já foram contabilizados cerca de 3.000 estudantes.

Várias pesquisas avaliaram o desempenho dos cotistas nas Universidades, e como resultado foi diagnosticado que esses alunos estão se destacando, apresentam boas notas e participam dos projetos de extensão e pesquisas. Trata-se de um mecanismo de inclusão social e racial, que busca dar oportunidades aos afro-descendentes de terem formação superior, principalmente, a possibilidade de mudar suas vidas e da própria sociedade com suas profissões.

O método paliativo é na verdade, um ato de reparação aos efeitos danosos da escravidão no Brasil que ainda contribuem para a perpetuação dos atos discriminatórios. O movimento social negro desde a década de 1970 vem pressionando o Estado para a implementação de políticas que combatam à discriminação racial nos mais diversos setores. Atualmente, segue firme com a mobilização em defesa das cotas, participando das audiências públicas, realizando ações sócio-educativas e investindo pesado na campanha Afirme-se, que consiste na arrecadação de recursos financeiros para a viabilização de uma publicidade étnica (informativa e de apoio às cotas) nos grandes meios de comunicação – acesse: www.afirmese.blogspot.com.

É lógico que o ideal seria não precisarmos de cotas e que a educação de qualidade fosse acessível a todos desde os primeiros anos de vida. As polêmicas e críticas são inevitáveis, mas enquanto houver injustiças contra as pessoas que possuem mais melanina (pigmento que dar a cor da pele) em um país onde 50,6% da população é composta por afrodescendentes, é o sinal que a luta contra a inferioridade sócio-cultural deve continuar. Axé!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (13.04.10)

domingo, 11 de abril de 2010

Depoimento - Seminário de Mulheres Negras


Segue a carta encaminhada para as companheiras do Observatório Negro, entidade pernambucana que realizou o 1º Seminário de Mulheres Negras Nordestinas no combate à discriminação racial na mídia.



Primeiramente, quero parabenizá-las pela organização e a escolha das palestrantes. O 1º Seminário de Mulheres Negras Nordestinas, ocorrido nos dias 18 a 21 de março na Ilha de Itamaracá (PE), também foi o meu primeiro encontro regional na área de gênero e etnia. Posso dizer sem dúvida alguma, que foi um momento riquíssimo tanto em conhecimento, como em diversidade sócio-cultural e compartilhamento de experiências.


Toda vez que volto de uma atividade como essas, é como renovasse as energias. Retornei ao meu Estado com mais vontade de continuar na luta, de continuar por meio do meu trabalho (mesmo que de forma voluntária) proporcionando a visibilidade midiática das conquistas do povo afro-descendente e denunciando os casos de racismo e intolerância religiosa nas minhas matérias e na Coluna Axé.


Espero que as inúmeras obrigações e os problemas diários não esfriem esse desejo de mudança. Também almejo nos próximos anos fazer mestrado nesta área (mídia, racismo e gênero) e as exposições sobre a trajetória da mídia negra, a representação do profissional negro e a democratização dos meios de comunicação nunca deixarão de ter importância. São temas que a gente sempre debate, mas que nunca se esgotam, pois tem sempre um novo aprendizado e precisam chegar até as bases, à periferia e às lideranças sociais.


Foi uma grande responsabilidade para mim, já que fui a única representante do Estado de Alagoas. Em relação às críticas construtivas, a única situação que me causou estranheza foi o fato dos outros estados terem mais de uma participante (ex: BA e PB). Pelo que foi divulgado seriam 8 (oito) mulheres representando os estados nordestinos, e as outras convidadas seriam do Estado anfitrião. Bom, como sugestão, nas próximas atividades espero que possamos levar mais alguém de AL, ou que o número de vagas seja melhor distribuído.


Mas, quero informá-las que não me senti isolada. Pelo contrário, fui muito bem acolhida e a experiência foi incrível. Quero agradecer mais uma vez por ter me escolhido e deixado fazer parte desse momento de crescimento político e fortalecimento das mulheres negras nordestinas. Axé!




Helciane Angélica Santos Pereira


Jornalista alagoana - Registro profissional: 1102 - MTE-AL
Editora da Coluna Axé, publicada todas às terças-feiras no jornal Tribuna Independente.
Presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APN's).
Integrante da Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL).

sábado, 10 de abril de 2010

Trilha sonora - fim de semana (10 e 11.04)

Faz tempo que não postava um vídeo ... eis o meu estado de espírito!
Amor a distância é foda! "Sinto falta até daquilo que não vivi" ... é um trecho de uma outra música, mas que representa muito bem o que eu sinto. Enfim, sem criatividade no momento.


terça-feira, 6 de abril de 2010

Seppir – sete anos

Por: Helciane Angélica


A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) comemorou o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (21.03) no dia 31 de março, com o evento sobre “O Brasil e o mundo 50 anos após o massacre de Shaperville”.

A programação foi realizada no Salão Negro do Ministério da Justiça em Brasília, com a discussão dos temas: “Os desdobramentos da Conferência de Durban e seus reflexos na América Latina”; “A promoção da igualdade racial na construção de novos parâmetros para as políticas públicas”; e “A sociedade civil como parceira e indutora da transformação social” – respectivamente ministrados por: Maria Inês Barbosa (sanitarista e especialista em relações étnico-raciais), Mário Teodoro (Diretor de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA) e Cida Bento (Diretora executiva do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade - CEERT).

A ocasião, também serviu para comemorar os sete de criação da Seppir e realização da cerimônia de transmissão de cargo de ministro da Igualdade Racial, Edson Santos repassou a responsabilidade para o amigo e ex-secretário-adjunto, Eloi Ferreira Araujo. A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Brasil, Marie-Pierre Poirier, foi uma das convidadas ilustres da solenidade e fez questão de lembrar que o país é signatário da convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) pela eliminação de todas as formas de discriminação e é um país-modelo por adotar mecanismos que promovam a igualdade racial, a exemplo a própria Seppir considerada “um marco histórico”, e a Lei nº10.639/2003 que busca a implementação do ensino da África e da Cultura Afro-brasileira em todas as escolas brasileiras.

A implantação da Secretaria Especial foi uma das inúmeras reivindicações e conquistas do movimento social negro, porém, tem muitos obstáculos que enfrentar como: a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial no Senado Federal; a implantação do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa, que prevê a legalização fundiária dos imóveis ocupados por terreiros de umbanda e candomblé e até o tombamento de casas de culto; dar agilidade e melhor acompanhamento às comunidades quilombolas na titulação e reconhecimento; ampliar as ações de combate ao racismo institucional, dentre outras demandas. A luta por respeito e igualdade de oportunidades, é árdua e constante, então continuaremos em frente! Axé!


Fonte: Coluna Axé - Jornal Tribuna Independente (06.04.10)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Literatura Negra

Texto e foto: Helciane Angélica


Quero aproveitar o espaço para apresentar a baiana Ana Paula Pereira, ou melhor, Paula Fanon. Uma mulher negra de 28 anos, esforçada, sonhadora, criativa e guerreira que conheci nos eventos afros da vida.


Nosso primeiro contato ocorreu na 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) em junho de 2009 em Brasília. Vi umas duas vezes nas reuniões dos comunicadores negros, mal nos falamos, tamanha a urgência dos encontros e deliberações. A segunda ocasião aconteceu por acaso, durante o 1º Seminário de Mulheres Negras Nordestinas na Ilha de Itamaracá (PE) no mês passado, por coincidência ela foi uma das companheiras de quarto no hotel onde aconteceu o evento, que serviu para compartilhar experiências e divulgar as ações desenvolvidas no combate do racismo na mídia.


Tive a oportunidade de conhecer melhor a militante e o trabalho da acadêmica de Letras, que também é produtora cultural, integrante da Articulação de Jovens Negras Feministas, colaboradora do Portal Literal e editora do blog wwwliteraturasubversiva.blogspot.com. Nesse espaço que existe há dois anos, ela divulga as produções de escritores e poetas negros e negras, revela autores amadores, faz a divulgação de editoras especializadas, realiza entrevistas, crônicas e resenhas de livros.


É uma amante das artes e da literatura, que escreve sobre temas da afrodescendência para os meios de comunicação; e que também se dedica na produção de poesias desde 2006, e agora, sonha com a publicação do seu primeiro livro no próximo ano. Bom, nem precisa dizer que já virei fã né? Já tive a oportunidade de ver algumas poesias e adorei ... tem que fazer logo o livro, para a gente dar um jeito de lançar aqui em Alagoas. Por enquanto, visitem o blog dela e comentem!


Parabéns amiga pelo trabalho! Axé!