domingo, 11 de abril de 2010

Depoimento - Seminário de Mulheres Negras


Segue a carta encaminhada para as companheiras do Observatório Negro, entidade pernambucana que realizou o 1º Seminário de Mulheres Negras Nordestinas no combate à discriminação racial na mídia.



Primeiramente, quero parabenizá-las pela organização e a escolha das palestrantes. O 1º Seminário de Mulheres Negras Nordestinas, ocorrido nos dias 18 a 21 de março na Ilha de Itamaracá (PE), também foi o meu primeiro encontro regional na área de gênero e etnia. Posso dizer sem dúvida alguma, que foi um momento riquíssimo tanto em conhecimento, como em diversidade sócio-cultural e compartilhamento de experiências.


Toda vez que volto de uma atividade como essas, é como renovasse as energias. Retornei ao meu Estado com mais vontade de continuar na luta, de continuar por meio do meu trabalho (mesmo que de forma voluntária) proporcionando a visibilidade midiática das conquistas do povo afro-descendente e denunciando os casos de racismo e intolerância religiosa nas minhas matérias e na Coluna Axé.


Espero que as inúmeras obrigações e os problemas diários não esfriem esse desejo de mudança. Também almejo nos próximos anos fazer mestrado nesta área (mídia, racismo e gênero) e as exposições sobre a trajetória da mídia negra, a representação do profissional negro e a democratização dos meios de comunicação nunca deixarão de ter importância. São temas que a gente sempre debate, mas que nunca se esgotam, pois tem sempre um novo aprendizado e precisam chegar até as bases, à periferia e às lideranças sociais.


Foi uma grande responsabilidade para mim, já que fui a única representante do Estado de Alagoas. Em relação às críticas construtivas, a única situação que me causou estranheza foi o fato dos outros estados terem mais de uma participante (ex: BA e PB). Pelo que foi divulgado seriam 8 (oito) mulheres representando os estados nordestinos, e as outras convidadas seriam do Estado anfitrião. Bom, como sugestão, nas próximas atividades espero que possamos levar mais alguém de AL, ou que o número de vagas seja melhor distribuído.


Mas, quero informá-las que não me senti isolada. Pelo contrário, fui muito bem acolhida e a experiência foi incrível. Quero agradecer mais uma vez por ter me escolhido e deixado fazer parte desse momento de crescimento político e fortalecimento das mulheres negras nordestinas. Axé!




Helciane Angélica Santos Pereira


Jornalista alagoana - Registro profissional: 1102 - MTE-AL
Editora da Coluna Axé, publicada todas às terças-feiras no jornal Tribuna Independente.
Presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APN's).
Integrante da Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL).

Nenhum comentário:

Postar um comentário