terça-feira, 29 de junho de 2010

Solidariedade afro

Por: Helciane Angélica


Todos juntos! Pessoas humildes ou ricas, de Alagoas ou de outros Estados, estão mobilizadas para ajudar às inúmeras famílias que foram atingidas com as enchentes nos últimos dias. As cenas são impressionantes, mas o que é divulgado ainda é pouco diante da desgraça que acometeu vários municípios.

Nós da Cojira-AL também estamos muito preocupados com as comunidades quilombolas, elas já enfrentam diariamente inúmeras dificuldades em busca da água de qualidade, moradia digna, alimentação e principalmente o registro das terras registradas onde moram e em defesa da preservação da sua cultura. O acesso que já era difícil ficou ainda pior! A sociedade acompanhou nesta semana a resistência de 50 quilombolas de Muquém em União dos Palmares, que só conseguiram sobreviver porque aguentaram firmes em cima de duas jaqueiras.

Para verificar in loco as consequências do desastre natural e dar maior agilidade na assistência aos desabrigados das comunidades quilombolas, vieram nesta semana representantes de órgãos federais como: Alexandro da Anunciação Reis, subsecretário de políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas Públicas para Igualdade Racial (Seppir); e Maurício Reis, Diretor de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Cultural Palmares vinculado ao Ministério da Cultura.

O movimento negro alagoano (religiosos de matrizes africanas, capoeiristas e ativistas) está realizando várias atividades para arrecadar donativos e amparar nossos irmãos. Também teve o apoio do Mestre Claudio, representante do Escritório da Fundação Cultural Palmares em Alagoas, que mesmo tendo sua casa atingida ajudou no envio do material arrecadado em Maceió para a comunidade Muquém. E até os amigos da Vila Emater localizada ao lado do antigo lixão de Maceió fizeram sua parte para ajudar as vítimas!

Mas, o que estamos fazendo ainda é pouco. Absolutamente tudo é importante: alimentos, água mineral, roupas, produtos de higiene pessoal, colchões, lençóis, etc. Continuei fazendo a sua parte para tentar amenizar os problemas e o sofrimento dessas famílias, entregue seus donativos no Corpo de Bombeiros, Quartel do Comando Geral da PM, Igreja São Gonçalo, CUT-AL, OAB, Sindjornal, Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Ufal, Cesmac, e na Casa de Iemanjá localizada na Rua Dona Alzira Aguiar, nº429, Ponta da Terra em Maceió. Solidariedade já!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (29.06.10)

terça-feira, 22 de junho de 2010

CPT celebra 35 anos

Hoje, dia 22 de junho, a Comissão Pastoral da Terra celebra 35 anos a serviço dos camponeses e camponesas no Brasil. Fundada em plena ditadura militar, como resposta à grave situação dos trabalhadores rurais, posseiros e peões, a CPT contribuiu na luta e reorganização dos camponeses e camponesas no Brasil, em um dos períodos mais nefastos da história brasileira. Trinta e cinco anos depois, organizada em todos os estados brasileiros, a CPT reafirma o compromisso de fidelidade aos povos da terra e ao Deus dos pobres.

HISTÓRIA
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), criada em 1975, após um Encontro realizado na cidade de Goiânia (GO) com bispos e religiosos da Amazônia, para discutir os problemas sócio-políticos e as violências vividas pelos povos do campo, surgiu como uma esperança de anúncio e denúncia. Denúncia das mazelas vividas e da opressão empreendida por latifundiários e grupos poderosos sobre os pobres do campo, e anúncio da boa nova, da esperança da terra prometida e do fim das agruras e das pobrezas vividas por esse povo de Deus espalhado pelos diversos “Brasis” existentes em nosso país. Essas são as ações que norteiam a missão dessa entidade desde sua criação.

Nascida para dar voz e vez aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, brasileiros e brasileiras, escondidos e escondidas por trás das cortinas da exploração, a CPT se propôs, desde o seio da sua criação, a promover o protagonismo desses personagens, apoiando suas lutas, suas reivindicações e sua organização. Além de buscar o resgate da auto-estima dos agricultores e agricultoras, oprimidos e descartados por um mundo cada vez mais urbano, cada vez mais elitista e cada vez mais individualista. A terra não mais é vista como mãe de criação, como geradora de alimentos para seus filhos, mas apenas como acúmulo de capital e geradora de divisas. A mercantilização dos bens naturais acirrou a já tão triste realidade de exploração a qual fomos submetidos desde o nosso período de colonização. Tudo é vendável, tudo é lucrativo, nada é dividido e nada é distribuído.

A partir disso, a CPT buscou junto ao povo do campo alternativas para os desafios que essa realidade mercantil impõe à nossa sociedade. Tudo isso com a finalidade de que a terra deixe de ser vista apenas como um espaço de produção para ser um espaço onde se possa construir um lugar bom de se viver. Também com esse princípio, a CPT assume a questão da água como um dos seus grandes eixos de ação. A partir do momento que um bem natural corre o risco de ser transformado em mercadoria, a serviço de grandes empresas e interesses especulatórios, a CPT se junta às comunidades conservadoras do meio ambiente e do nosso patrimônio natural para defender e conservar essa riqueza, além de promover ações e iniciativas de busca alternativa por esse bem, para os que sofrem com a escassez e a seca sazonal comuns em algumas regiões do nosso país. As lutas assumidas pela CPT e a sua própria criação foram imprescindíveis num momento em que o contexto político e a violência praticada contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo se multiplicavam principalmente no interior da Amazônia.

Até então, os trabalhadores e trabalhadoras do campo tinham apenas os sindicatos para olharem por eles, mas mesmo estas instâncias haviam se curvado à ditadura e feito acordos conciliatórios para terem uma mínima liberdade de atuação.

Sendo assim, religiosos e religiosas de variadas denominações cristãs, líderes populares, líderes sindicais, trabalhadores e trabalhadoras rurais uniram-se em torno de um grande ideal, ser fiel ao Deus dos pobres e estar a serviço dos pobres da terra. Formada por religiosos e religiosas, voluntários e voluntárias, e profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, a CPT foi criando corpo e dando início às suas ações por todo o país. A essas pessoas foi dado o nome de agente, encarregados de ajudarem, assessorarem e denunciarem a realidade dos camponeses e camponesas brasileiros, oprimidos dentro de um contexto ditatorial e coronelista.

Ela deu início, também, ao trabalho de documentação. Documentação dos conflitos e violências no campo, como forma de denunciar à sociedade, às autoridades governamentais e ao mundo, a situação vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais em todo o país. Esse trabalho foi tornando-se mais sistemático, passando a compor uma publicação anual com o nome de Conflitos no Campo Brasil. Esse ano, tal publicação completa 25 anos e milhares de páginas com o suor e o sangue de tantos homens, mulheres e crianças que tombaram diante da violência dos poderosos e da impunidade velada no campo brasileiro.

A CPT tornou-se a única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária no país, e formou uma das mais importantes bibliotecas e acervo documental da luta camponesa no Brasil e talvez no mundo. Outros países buscam a Pastoral da Terra como fonte de pesquisa e de inspiração na tentativa de desenvolver trabalhos similares em suas regiões.

A diversidade fez a unidade da luta
A partir da realidade de cada região, de cada comunidade, de cada interior desse país, a CPT foi criando uma das mais belas características que possui, a diversidade. Cada CPT criou seu rosto, suas qualificações, sua personalidade, mas todas elas voltadas para os mesmos objetivos, o da democratização do acesso a terra e do fim da violência contra os pobres do campo. E é exatamente por causa dessa diversidade, dessas particularidades de cada região do país, que outros grupos, organizações, entidades e movimentos sociais foram surgindo, a fim de atender a cada um dos cenários brasileiros que iam se apresentando.

Assim, em 1984, após um processo de fermentação ideológica e conceitual, surge, no Paraná, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Conhecido como um dos mais importantes nomes na luta pela reforma agrária no Brasil, o MST se consolidou no cenário político e no imaginário da sociedade brasileira. Além dele, outros vieram a se somar nessa luta que toma um corpo único no país.


Fonte: CPT-Nacional

Mutilação e novas esperanças

Por: Helciane Angélica

Finalmente ocorreu na última quarta-feira, 16 de junho, a votação do Estatuto da Igualdade Racial em Brasília, que passou sete anos em tramitação no Senado. Durante o período da manhã, aconteceu a discussão e aprovação do documento na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e à tarde foi efetivada a votação no plenário, com a presença de 56 senadores.

O senador goiano Demóstenes Torres (DEM-GO) foi o relator e fez várias modificações, excluindo artigos e em muitos casos até substituiu muitos termos técnicos. Dentre os importantes itens retirados, estiveram: as cotas das unidades de ensino superior, o Plano Nacional de Saúde da População Negra; as expressões “compensação e dívida histórica ao povo afro-descendente”, e também, o artigo onde dizia que o poder público estaria habilitado a conceder incentivos fiscais às empresas com mais de 20 empregados que mantivessem uma cota mínima de 20% de trabalhadores negros, dentre outros.

A aprovação dividiu ainda mais as entidades do movimento negro e as críticas também se estenderam inclusive à Secretaria Especial de Políticas pela Igualdade Racial que concordou mesmo com as ressalvas, e acredita que o atual Estatuto atende boa parte da população afro-descendente.

Para a ativista Jacinta Maria Santos, integrante dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNS) e integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR/Seppir), é preciso ampliar a mobilização. “Se nós queremos que nossas ações sejam aprovadas, temos que trabalhar para que sejamos representados no plenário e nos outros espaços de poder. Nós temos poucos negros, e são os outros, da elite e que não conhece a nossa realidade que criam as Leis. O Estatuto não está totalmente bom, mas nós não temos nada, e infelizmente temos aceitar para garantir outros avanços”, declarou.

Mesmo com as alterações polêmicas, o projeto de Lei (PLS 213/03) criado pelo senador negro Paulo Paim (PT-RS) tem como principal objetivo defender os que sofrem preconceito ou discriminação em função de sua etnia, raça e/ou cor.

A jornalista Helciane Angélica, integrante da COJIRA-AL e do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô/APN-AL, esteve em Brasília, a partir do convite dos APNS e acompanhou o histórico episódio nacional, que para muitos é visto como uma nova “Lei Áurea”. Enfim, precisamos continuar na luta, por mais oportunidades e respeito para os/as afro-descendentes! Até porque, “a felicidade do negro, é uma felicidade guerreira”. Axé!


Fonte: Coluna Axé - jornal Tribuna Independente (22.06.10)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Congresso Estadual dos Jornalistas - EU VOU!


De 18 a 20 de junho, em Palmeira dos Índios, acontece o 19º Congresso Estadual dos Jornalistas Profissionais de Alagoas. A atividade é uma realização do Sindjornal, conta com o patrocínio da Prefeitura Municipal, da Secretaria de Estado da Saúde e da Fapeal, e o apoio da Clipping Notícias. Também servirá de preparação para o 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, marcado para o período de 18 a 22 de agosto, em Porto Alegre-RS.


Confira a programação


Dia 18/06 (sexta-feira)

19:00 - Abertura
Conferência: Formação científica em jornalismo e novas tecnologias – Profº doutor José Marques de Melo.
- Coquetel

Dia 19/06 (sábado)

08:30 – Leitura e aprovação do Regimento Interno.

09:00 – Painel: Conjuntura nacional e estadual e a cobertura jornalística nas eleições 2010.
Palestrantes: Alberto Saldanha – cientista político, Desembargador Estácio Gama – presidente do TER, Gilvan Ferreira – Jornalista

11:00 – Palestra: O papel da comunicação na prevenção e combate as Pandemias.
Palestrante: Júlio Cezar Ludugero – Assessor da Sesau.

12:30 – Almoço

14:00 – Painel: Organização sindical e os desafios da profissão
Palestrante: José Nunes – Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul

Painel: Tramitação das PECs do diploma
Palestrante: Sérgio Murillo de Andrade - Presidente da Fenaj

Painel: O papel da Cojira
Palestrante: Helciane Angélica – Integrante da Cojira-AL


16:00 – Plenária final
- Discussão e aprovação das propostas apresentadas no Congresso Estadual
- Eleição dos Delegados ao 34º Congresso Nacional dos Jornalistas

21:00 - Forró dos Jornalistas

Dia 20/06 (domingo)

- Passeio em Palmeira dos Índios
- Churrasco e jogo do Brasil
- Retorno a Maceió

terça-feira, 15 de junho de 2010

Estatuto da Igualdade Racial

Por: Helciane Angélica

Amanhã, 16.06, pode se tornar um dia histórico para a população afro-brasileira, pois ocorrerá a votação do Estatuto da Igualdade Racial. O projeto de Lei (PLS 213/03) foi criado em 2006, pelo senador negro Paulo Paim (PT-RS), busca defender os que sofrem preconceito ou discriminação em função de sua etnia, raça e/ou cor.

O senador goiano Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e relator do parecer do Estatuto, recomenda a rejeição de artigos e emendas, além de rejeitar qualquer menção a raça no Estatuto, nega-se a reconhecer a existência de uma identidade negra no Brasil e minimiza os efeitos da cultura da discriminação que atinge predominantemente os negros e negras, enfim, defende intensamente o mito da democracia racial.

Primeiro, terá novamente a discussão na Comissão às 10h, sendo aprovado, às 16h, ocorrerá a votação no Senado. O projeto é polêmico, já recebeu várias alterações e muitos tópicos foram excluídos, o que dividiu ainda mais o próprio movimento social negro.

Os Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) estão convocando seus associados de várias partes do País para comparecerem no Distrito Federal e participar da mobilização nas galerias do Senado Federal, além de acompanhar e garantir a inclusão do Estatuto na pauta do dia e efetivar a votação definitiva. Já está confirmado um ônibus com ativistas de Goiânia e outro da cidade oriental que é mais próximo de Brasília.

Não é o momento de discutirmos os pontos frágeis do projeto e nem criamos embate com os contrários à versão final do Estatuto, mas sim de garantirmos a imediata aprovação deste documento que será objeto de emendas no futuro”, declarou Nuno Coelho, coordenador nacional dos APNS no site da entidade.

Além deles, devem ir representantes da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), Conen, Coletivo de Entidades Negras (CEN), Aquibanto, Pastoral Afro da CNBB, Intecap, Fórum de Mulheres Negras, Articulação Nacional de Mulheres Negras e Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais (CONAQ). Sendo definitivamente aprovado, vai à sanção presidencial, e o objetivo é sancionar a Lei no próximo dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra.

Vamos continuar sempre na luta, para que os afrodescendentes tenham mais oportunidades e respeito no mercado de trabalho, na educação, saúde, cultura, esporte e nos meios de comunicação. Axé!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (15.06.10)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Brasilllllllll

Crédito da foto: AP


É amanhã, às 15h30, o primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo 2010, será contra a Coréia do Norte na cidade Johanesburgo na África do Sul. Tá bonito de ver, as ruas enfeitadas nas cores verde e amarela; bandeirinhas nos carros e casas; as pessoas de várias origens, raças, religião e opção sexual se confraternizando e torcendo pelo país em uma partida futebolística.

É impressionante como esse evento esportivo para o mundo e principalmente o Brasil, pena que isso só acontece de quatro em quatro anos. Também espero que nas eleições, a população tenha o mesmo orgulho e a vontade de “ganhar”, só que desta vez, torcer por um futuro melhor, com menos injustiças e preconceitos!

domingo, 13 de junho de 2010

Tudo passa...



As lutas,
As dificuldades,
Os problemas,
As aflições,
As angustias,
As lágrimas,
A ira,
O medo,
A solidão.

O que fica...

O sorriso,
A satisfação,
O sabor da conquista,
As lembranças,
A tranquilidade,
A paz,
A esperança,
A fé e o amor.
Mas o maior de todos é o amor.
Portanto ame! Ame! Ame...

(Desconheço a autoria)