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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

#amonadar

Encontrei o meu esporte: Maratona Aquática.

É nadando que me sinto livre, forte, supero os medos e sinto-me realizada em cada etapa concluída.

Tanto faz a colocação, se estou em último ou em primeiro na categoria, o importante é superar o desafio e chegar. Aqui, eu me sinto viva!

Vamos lá... rumo aos 5km.

(Fotos tiradas por Thiago Parmalat)













terça-feira, 12 de setembro de 2017

Cabelos enrolados...

Meu cabelo enrolado, todos querem imitar, eles estão baratinados, também querem enrolar... A canção foi escrita por Macau na década de 1970, consagrada na voz da cantora Sandra de Sá é considerada um símbolo do orgulho negro e uma das mais conhecidas na música popular brasileira.

Já foi o tempo que os cabelos cacheados, crespos e ondulados eram considerados feios, sujos, bagunçados e outros inúmeros estereótipos negativos. Os conceitos se inverteram, virou tendência, e ampliou-se o interesse por esse tipo de beleza natural.

Atualmente, a busca por informações sobre os cabelos cacheados no Google ultrapassou a pesquisa por cabelos lisos. De acordo com o levantamento realizado pelo Google BrandLab, indica que a procura por dicas relacionadas aos cachos cresceu 232%; outro número animador são as buscas sobre transição capilar - procedimento em que a mulher retira a química dos cabelos com um grande corte para assumir seus cachos - subiu 55%, em dois anos.

Esse tipo de cabelo é volumoso, bastante frágil e assimétrico, porém, os/as especialistas de plantão afirmam que existem pelo menos dez versões para a estrutura dos fios: Tipo 2 - Cabelo ondulado: não é realmente cacheado, mas ondulações variam de leves a intensas e os fios nascem em "S"; 2A: é o cabelo levemente ondulado, fácil de mexer, inclusive de alisar ou enrolar; 2B: Nesse tipo de cabelo, as ondas se formam em todo o cabelo como se fossem uma letra S, é um poucos mais difícil de modelar; 2C: As ondas são bem definidas e apresentam mais volume; Tipo 3 – Cabelo Cacheado: cachos bem definidos; 3A: os cachos são grandes e abertos; 3B: Cachos menores e mais bem definidos, os fios são mais ásperos ao toque; 3C: O fio é mais grosso, praticamente crespo, e os cachos são bem apertados (têm a circunferência aproximada de um lápis), ressecados e armam com facilidade; Tipo 4 – Cabelo Crespo: os fios são mais rijos e ásperos e crescem paralelamente à raiz; 4A: O diâmetro desse cacho é próximo à uma agulha de crochê e retém melhor a umidade; 4B: tem características parecidas com o 4A, mas a mecha esticada é angulosa e fica em forma de "Z", e ainda, pode encolher em até 75% do tamanho natural; 4C: os fios parecem crescer para cima e ele também pode encolher em até 75% do tamanho natural. 

Para atender toda essa diversidade, as indústrias de cosméticos estão investindo em linhas específicas de shampoo, condicionador, cremes e óleos de hidratação, cremes de pentear para modelar os cachos, ampliar ou controlar o volume, reduz o frizz, proporcionar o efeito molhado, etc e tal. 

Nas redes sociais, são cada vez mais frequentes os grupos de amizade para pessoas que possuam esse tipo de cabelo ou simplesmente querem compartilhar receitas caseiras de tratamento, tutoriais de penteados, dicas no combate do ressecamento e informações sobre os maiores erros nos cuidados como pentear os cabelos quando estão secos danifica a estrutura dos fios e o fato de mantê-los presos o dia todo favorece a quebra.

O que pode parecer modismo ou futilidade, na verdade, transformou-se em sinônimo de pertencimento étnico, autoestima e empoderamento feminino.


Fonte: Coluna Axé – 458ª edição – Jornal Tribuna Independente (12 a 18/09/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 25 de abril de 2017

Padrinho?!

A atual Ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, durante um evento no Palácio do Planalto no último dia 12 de abril, intitulou o presidente Michel Temer como “Padrinho das Mulheres Negras Brasileiras”. 

O pronunciamento foi registrado em vídeo e rapidamente se espalhou via WhatsApp. A afirmação causou revolta nas mídias digitais, blogs e a publicação de notas oficiais de repúdio emitidas por diversas organizações dos movimentos sociais – Negro e de Mulheres – inclusive, do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem). 

A crítica é sobre o desrespeito quanto ao protagonismo das mulheres negras e a titulação da política do apadrinhamento que remete-se aos tempos coronelistas. “Fale pela Senhora. Tenha ele como o SEU PADRINHO, não use a luta das mulheres negras em benefício próprio, para se legitimar perante um governo que não nos respeita e nem de longe reconhece a nossa luta ancestral”, desabafam as lideranças.

A Coordenação Nacional de Gênero do Coletivo de Entidades Negras (CEN) afirma: “Nós, mulheres negras, não entendemos que um homem branco, machista, patriarcal, misógino, sexista, golpista, usurpador de direitos possa nos representar”. 

Já o Núcleo Impulsor da Marcha de Mulheres Negras de São Paulo disparou: “Os ataques que Michel Temer tem feito desde que assumiu a presidência nos atingem diretamente. Luislinda deveria ter lembrado disso ao colocar em nossas bocas e em nossos nomes posição que não reivindicamos. Houve corte de 61% do orçamento federal para o combate à violência contra mulher e nós mulheres negras morremos mais por causa de feminicídio e a ação deste governo golpista é nos relegar ainda mais à morte. O desmonte da educação e saúde através do congelamento de investimentos por 20 anos é mais uma demonstração do quanto Temer não se importa com as nossas vidas e dos nossos. Temos o fechamento de programas como a Farmácia Popular e o aumento do valor da inscrição para o PROUNI. São as mulheres negras que mais recorrem aos serviços públicos e que terão sua saúde e educação negligenciadas por 20 anos”.

O Coletivo de Mulheres da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) exigiu uma retratação pública imediata e informou que a Ministra não as representava. “Um governo ilegítimo que destrói todas as políticas destinadas às mulheres e que, de forma deliberada acaba com o Ministério das Mulheres Igualdade Racial e Direitos Humanos e todas as políticas, desmantela todos os espaços governamentais de elaboração e execução de políticas para as mulheres e para os trabalhadores/as rurais de todo o Brasil. Lamentamos que a única mulher negra em um cargo ministerial seja considerada ‘afilhada’ de um governo golpista, assim reproduzindo o velho estereótipo do(a) negro(a) da Casa Grande que precisa ser apadrinhada para ser respeitada ou ‘não ser esquecida’”.

Enfim, chega de ironia e retrocesso!



Fonte: Coluna Axé – 439ª edição – Jornal Tribuna Independente (25/04 a 01/05/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 7 de março de 2017

Semana da mulher

No dia 08 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data emblemática para a reflexão sobre a luta por igualdade de direitos, respeito e combate a todo tipo de violência.

Nessa quarta-feira a partir das 8h na Praça Sinimbu em Maceió, terá a concentração para o ato público “Por Todas Elas - Nenhum Direito a Menos!”, com caminhada até o calçadão do comércio e reflexão sobre a Reforma de Previdência, que ameaça à saúde pública, a política de assistência social, valida as diversas formas de opressão e a desigualdade de gênero, tudo isso, associado ao risco de perder o direito à aposentadoria. Diante disso, foram convocadas as mulheres do campo, da cidade, trabalhadoras rurais, negras, jovens, lésbicas, transexuais, professoras, domésticas, movimentos feministas, sociais, sindicais, universidades, estudantes e outras organizações de Alagoas para esse movimento.

No dia 13 a partir de 9h, terá a audiência pública na Assembleia Legislativa com o tema “Rede de Atenção à Mulher, Negritude e Invisibilidade”. E às 9h30, no plenário da Câmara Municipal de Maceió, a sessão solene para a entrega da Comenda Deputada Selma Bandeira, que é conferida a personalidades, entidades e instituições nacionais que se dedicam ao fim da violência e na defesa dos direitos humanos. 

No dia 16, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CEDIM) e a Comissão de Justiça e Inclusão Social farão uma visita na Casa de Detenção Feminina Santa Luzia para desenvolver ações na área da saúde, reestruturação da biblioteca com livros doados e discussão de casos que ainda não foram julgados. No dia 30, terá o evento Fala Preta sobre o enfrentamento do racismo; além da homenagem para dez mulheres com a Comenda Nise da Silveira no Centro de Convenções.

Já a Secretaria Estadual da Mulher e Direitos Humanos fará uma ampla programação na capital alagoana e em 60 municípios alagoanos com palestras, caminhadas, encontros, blitz, audiências públicas, seminário com a participação da Secretaria Nacional de Políticas para a Mulher e assinaturas de termos de parcerias com municípios alagoanos, tendo como foco o combate à violência contra a mulher e o empoderamento feminino. 

Outras atividades importantes são: a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) encontra-se com a campanha "Fapeal com Elas" para destacar o trabalho de mulheres pesquisadoras. A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) está lançando a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas, com representação de 17 sindicatos filiados, para ampliar a discussão sobre a diversidade de gênero e atuação no movimento sindical. As ações são variadas, ocorrem em todo o território nacional e contribuem para o empoderamento e autoestima!


Fonte: Coluna Axé – 432ª edição – Jornal Tribuna Independente (07 a 13/03/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com


Versão digital da Coluna Axé: https://issuu.com/tribunahoje/docs/ed070317

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Intolerância diária

Nesse domingo(06.11), o grande assunto nas redes sociais e que ficou ecoando nas mentes dos/das estudantes, foi o tema da redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2016): “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.

O Brasil é um país laico, ou seja, o poder do Estado deve ser oficialmente imparcial em relação às questões religiosas, não apoia nem se opõe a nenhuma religião. E de acordo com a Constituição Federal de 1988 está prevista a liberdade de cultos, no Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, onde destacamos o inciso VI  “inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

A população brasileira é majoritariamente cristã (87%), sendo sua maior parte católico-romana. Dentre as religiões praticadas em todo território nacional, estão: protestantismo (adventismo, batistas, evangelicalismo, luteranos, metodismo e presbiterianismo); espíritas (ou kardecistas); o animismo (dividindo-se em candomblé, umbanda, esoterismo, santo daime e tradições indígenas); muçulmanos, budistas, judeus e neopagãos; além das pessoas que se declaram sem religião (agnósticos, ateus ou deístas).

No dia 21 de janeiro, é a data utilizada como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa para a realização de ações que promovam a conscientização e denúncias. Porém, infelizmente, os casos de intolerância religiosa acontecem diariamente e tem ganhado proporções assustadoras.

No Brasil, os adeptos das religiões de matrizes africanas são associadas como “feiticeiros” e “demônios”; além de serem as principais vítimas dos insultos contra suas vestimentas, guias e turbantes; são hostilizados nas mídias e em programas de humor; casas de axé são invadidas e objetos destruídos, ou recebem pichações e sujeiras; dentre outros. Também há registros de ameaças à integridade física e até mortes. Em junho de 2015, a população brasileira ficou estarrecida com a notícia que uma menina de 11 anos, praticante do Candomblé no Rio de Janeiro, foi apedrejada na cabeça e insultada por dois homens que portavam uma Bíblia.

A intolerância religiosa e o racismo são as chagas do século XXI, violam os direitos humanos e têm contribuído para a propagação de conflitos armados em todo o mundo, a exemplo, do que ocorre no Oriente Médio e Índia. Religião deveria ser amor, companheirismo e caridade. A verdadeira paz só será possível quando o “Axé!”, a “Aleluia”, o “Namastê” ou qualquer outro tipo de saudação seja livremente pronunciada/escrita, e principalmente, respeitada em todos os ambientes. Assim seja!


Fonte: Coluna Axé – 416ª edição – Jornal Tribuna Independente (08 a 14/11/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Diálogos inúteis




Por: Helciane Angélica


É impressionante como as pessoas terminam ativando o modo antissocial diante das suas adversidades emocionais e profissionais. E eu, me incluo nesse fragmento da população que se recolhe, se poupa, fica offline.


Fugimos dos programas familiares, das reuniões intermináveis, das boemias e até dos inocentes bate-papos com amigos(as) verdadeiros(as). Tudo isso para não demonstrar as fraquezas e não ter que dar explicações desnecessárias sobre as consequências dos seus próprios atos; ou simplesmente porque estamos sem assunto, não tem nada de novo, nada de interessante para falar.


Os/as especialistas de plantão diriam que essas características servem de alerta para um possível quadro depressivo e que requer cuidados. Blá, blá, blá.


A sensação é de vergonha, frustração e impotência pelos dramas vivenciados; a gente sempre acha que os nossos problemas são maiores, que tudo de ruim vem em comboio. Porém, cada um(a) tem o seu tempo de reação e formas de superação, e a única coisa que resta é: respeitar o momento e ajudar da melhor forma.


E infelizmente, por mais que você tente se esquivar, os encontros inesperados com aquele(a) colega dos tempos de escola/faculdade, do antigo trabalho, de um evento qualquer, da casa da peste... que você não ver há anos, aparece, e tenta puxar conversa sobre a sua vida só para matar a curiosidade...

I
- Olá menina! Como está?
- Oi! Tudo bem.
- Por onde andas?
- Na luta de sempre!

II
- Oi Helci! Nossa, como tá magra!
- kkk Ainda falta perder mais um pouquinho
- Agora, você é atleta, só vejo suas postagens nas redes sociais.
- Que nada, é o meu lazer.
- E aí, tá fazendo mais o que da vida?
- Só estudando e nadando mesmo.


III
- E aí, mulher. Tá trabalhando?
- Não, tô parada.
- Tá deixando currículo?
- Sim, deixei. Participei de algumas seleções, mas não fui chamada.
- Mas, tem muitas vagas na tua área?
- Não. Pelo contrário, não estão contratando.
- É, tá difícil mesmo!
- Humrum.


Pois é, é a crise econômica no Brasil, o desgaste mental, a desvalorização dos ideais e a superficialidade nas relações interpessoais. Enquanto isso, a gente segue em frente buscando dias melhores...


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Semana da Criança

O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – considera criança a pessoa até doze anos de idade. E de acordo com o Art. 4º, todos têm o compromisso com o bem estar das crianças: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

No Brasil, o dia das crianças é celebrado no dia 12 de outubro, com a realização de várias ações lúdicas em escolas, parques públicos, praças, igrejas, centros comerciais, dentre outros locais. Em Maceió/AL, para comemorar o mês dedicado ao público infantil, além das praias tem muitas programações gratuitas e que vale a pena levar os/as pequenos/as.

A Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos terá uma programação especial nos dias 17 a 21 de outubro, com atividades que visam garantir diversão e estimular o hábito da leitura, por meio da Biblio Tour Infantil, contações de histórias e recreação – com os grupos Ciranda de Histórias, Biblio Encanta e Trupe Navegantes. Para mais informações e o agendamento de visitação pelo telefone: (82) 3315-7877.

O Maceió Shopping no dia 12 de outubro, a partir das 17h, terá uma edição do projeto Diversão de Sol a Sol que reunirá a banda Cazuadinha, Pepa Pig, Frozen e o Mágico Anthony. Também tem o espaço da Liga da Justiça, na Praça Central, com videogames, fantasias de super-herois, telas exibindo episódios, além de desafios surpresa para deixar a diversão ainda mais legal. A atração funciona das 14h às 20h, e é dedicada a faixa etária entre 3 a 12 anos. Em frente à loja Renner, o público confere a exposição #PequenosNotáveis, uma homenagem às meninas e meninos alagoanos que se destacam nas redes sociais.

Nas grotas e comunidades carentes, grupos religiosos e organizações não governamentais realizarão brincadeiras e a doação de brinquedos. É o caso da Associação Cultural Ginga Brasil Capoeira (coordenada pelo Mestre Bode) que fará a festa das crianças no Conjunto Virgem dos Pobres II no bairro do Benedito Bentes, a partir das 14h em frente ao Batalhão da Polícia Militar, e contará com apresentações culturais e roda de capoeira.

Toda criança, independente de classe social, cor e religião tem o direito de ser feliz!


Fonte: Coluna Axé – 412ª edição – Jornal Tribuna Independente (11 a 17/10/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Grito dos Excluíd@s

Na próxima quarta-feira, 07 de setembro, “celebra-se” o Dia da Independência do Brasil.

O país encontra-se em mais um momento conturbado da sua história, onde a ética anda enterrada e a corrupção domina todos os espaços. O “dia de festa” e exaltação às tropas militares nos desfiles cívicos se transformará em mais um dia de luta e reflexão. Um dia de reivindicação por justiça social com a realização do 22º Grito dos Excluídos, que tem o lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!” e o tema “Vida em primeiro lugar”.

Nascido em 1994, o Grito é um espaço aberto e plural, com o objetivo de enaltecer a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, além de fortalecer a mobilização. Sua origem remonta à Segunda Semana Social Brasileira, promovida pela Pastoral Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e também, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema “Brasil, alternativas e protagonistas”.

Durante a “semana da pátria” são realizadas inúmeras manifestações: atos públicos, romarias, seminários, debates, apresentações artísticas e feiras de economia solidária. Em todo território nacional... trabalhadores do campo e da cidade; representantes dos mais diversos segmentos étnicos, religiosos e organizações não governamentais; estudantes, sindicalistas e lideranças de movimentos sociais seguirão até às ruas com suas faixas, cartazes, cânticos e discursos contra as opressões e caos político-econômico.

Em Alagoas, a concentração será a partir das 8hs, na praça Sinimbu em Maceió, e toda a sociedade é convocada para a manifestação “Fora Temer”; com o intuito de reafirmar a importância da democracia e pela valorização das políticas públicas.

Esse é o momento para avaliarmos, que tipo de independência queremos?!


Fonte: Coluna Axé – 407ª edição – Jornal Tribuna Independente (06 a 12/09/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
     

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Preconceitos olímpicos

Em tempos de jogos olímpicos... costuma-se valorizar a resistência, explosão muscular, dedicação, a conquista de títulos e índices. Porém, o fair play (em português: jogo limpo) anda esquecido fora dos locais de competição e nas redes sociais, já que os/as covardes continuam destilando seus venenos e contribuindo para a cultura do ódio e intolerância. 

O fair play é uma filosofia adotada no meio esportivo, que nasceu em 1896 nas primeiras Olimpíadas da Era Moderna em Atenas que preza pela ética e o bem estar dos/das atletas, ou seja, os/as praticantes devem jogar de maneira justa e não prejudicar propositalmente seus adversários(as). 

Durante as olimpíadas do Rio de Janeiro, teve internauta que ressaltou o sobrepeso da ginasta mexicana Alexa Moreno e a comparou à personagem infantil Peppa Pig; a brasileira Poliana Okimoto (medalha de bronze na maratona aquática) com 33 anos de idade, foi considerada velha para participar da competição; atletas negros(as) continuaram sendo chamados de macacos fedorentos; e os atletas gays (assumidos ou não) também foram hostilizados, inclusive, houve muita crítica à jogadora de rúgbi Isadora Cerullo que recebeu pedido de casamento da sua namorada depois de uma partida.

E o caso mais polêmico, foi direcionado à goleira da seleção brasileira Bárbara Micheline do Monte Barbosa, quando o integrante do Conselho Federal de Administração (CFA) Marcos Clay utilizou uma rede social e comentou: "Eu odeio preto, mas essa goleira do Brasil tinha chance". Depois de várias críticas, defendeu-se: "Foi uma brincadeira de mau gosto, até já tirei o post. Uma brincadeira que infelizmente algumas pessoas se ofenderam, mas não era minha intenção. Tanto é que minha esposa é negra, todo mundo sabe disso. Quem me conhece sabe que eu não sou racista, tenho vários amigos que são negros, não tenho problema com isso", afirmou Clay. 

É preciso respeitar as pessoas, independente, de ser ou não um/uma grande medalhista, classe social, crença, cultura e histórias de vida. Mais amor, por favor! Axé! 

Fonte: Coluna Axé – 404ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/08/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 28 de junho de 2016

Retrocesso nas políticas públicas

O Vice-Presidente da República, Michel Temer (PMDB), assumiu o exercício do cargo de Presidente da República no dia 13 de maio de 2016. Em pouco tempo de mandado, considerado ilegítimo por grande parte da população brasileira, vem fazendo história com um governo retrógrado e machista, e na primeira semana recebeu inúmeras enxurradas de críticas pela falta de negros e mulheres entre os novos ministros.

Dos 32 ministérios existentes no Governo Dilma, foram extintos 24; e ao menos sete ministros do novo governo tiveram seus nomes citados nas investigações da Operação Lava Jato, citados na planilha da Odebrecht ou são alvos de várias denúncias de corrupção e má administração pública.

Com o pretexto de reduzir os gastos públicos, estão sendo excluídos órgãos e secretarias extremamente importantes para o desenvolvimento social. No dia 1º de junho, foram exonerados 31 assessores técnicos do Ministério da Educação, sendo 23 ligados à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) e oito, à Secretaria Executiva da pasta. Essas exonerações também afetam diretamente as atividades do Fórum Nacional de Educação (FNE).

Para ter uma ideia da importância da Secadi: o órgão em articulação com os sistemas de ensino implementa políticas educacionais nas áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, educação ambiental, educação em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena, quilombola e educação para as relações étnico-raciais. “O objetivo da Secadi é contribuir para o desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino, voltado à valorização das diferenças e da diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental, visando à efetivação de políticas públicas transversais e intersetoriais”.

E no último dia 22 de junho, o presidente interino publicou um decreto que transfere dotações orçamentárias constantes do Orçamento Fiscal da União (Lei nº 13.255, de 14 de janeiro de 2016), do extinto Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos para a Presidência da República, no valor de R$ 12.927.981,00 (doze milhões, novecentos e vinte e sete mil, novecentos e oitenta e um reais).

O Governo suspendeu novas contratações do Minha Casa Minha Vida e novas vagas para Pronatec e Fies; revê criação de áreas indígenas e desapropriações de terras; e prepara reforma trabalhista. Enfim, uma verdadeira pá de cal em cima das políticas afirmativas e direitos historicamente conquistados!


Fonte: Coluna Axé – 397ª edição – Jornal Tribuna Independente (28/06 a 04/07/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 31 de maio de 2016

Símbolo das Olimpíadas em terras alagoanas

A presença da Tocha Olímpica no país representa um marco histórico. No último domingo e segunda-feira, 29 e 30 de maio, Alagoas recebeu o símbolo que veio da Grécia, passando por seis municípios.

A começar por São Sebastião, seguiu para Arapiraca, São Miguel dos Campos, terminando o dia em Maceió, sendo 11 bairros prestigiados com o evento.

Já na segunda-feira, a tocha foi para Murici e finalizando as comemorações em União dos Palmares, com passagem pela Serra da Barriga, local símbolo de resistência negra e histórico, por ser o quilombo mais antigo do país, o que permitiu dar ao evento uma maior simbologia e a possibilidade de mostrar as raízes da cultura do povo alagoano.

Durante os dois dias da passagem da tocha, foram disseminados ideais olímpicos, com mensagens de paz, solidariedade e união. A estrutura para receber o maior símbolo olímpico envolveu recursos do governo Federal, com a participação das Prefeituras locais. O investimento em ações vinculadas ao estímulo do esporte é legítimo e são válidos para projetar a imagem do Estado. Mas, cabe lembrar que o empenho em valorizar a dignidade da população deve ir além da organização e ostentação em megaeventos que mobilizam ações políticas e econômicas.

O real sentido do revezamento da tocha olímpica deve estar associado a abrir caminhos, fomentar ações sociais de respeito ao ser humano, nas mais variadas etnias e culturas. Afinal, o esporte sempre acalentou o sonho de pessoas menos favorecidas na perspectiva de vidas melhores, quebrando os limites das desigualdades, quando se projeta campeãs e campeões, diante da diversidade e a ausência de igualdade do nosso diverso país.

O anseio é que a essência da chama olímpica possa se manter acesa em nosso estado constantemente.

Fonte: Coluna Axé – 393ª edição – Jornal Tribuna Independente (31/05 a 06/06/16) / COJIRA-AL / Contato: cojira.al@gmail.com

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Festival de Bumba Meu Boi de Maceió tem nova data


Foto: Ascom/FMAC



A 24ª edição do Festival de Bumba Meu Boi de Maceió foi transferido para os dias 20 e 22 de maio, no estacionamento do bairro histórico de Jaraguá. Os grupos são de vários bairros da capital e apresentarão a arte, figuro, batuques e danças em uma estrutura de arena com arquibancadas para o público estimado em aproximadamente 20 mil pessoas. 

O festival anual é realizado em pela Prefeitura de Maceió e Governo do Estado por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), em parceria com a Liga dos Grupos de Bumba Meu Boi de Maceió, e apoio cultural do Banco Bradesco. 

As apresentações iniciarão às 19h, e os participantes serão divididos em duas categorias: Grupo B (Acesso) e Grupo A (Especial).  Veja a programação:


Sexta-feira (20 de maio de 2016) Série B
1.       Águia – Vergel
2.       Águia de Ouro – Ponta da Terra
3.       Africano – Cruz das Almas
4.       Bumbá Guerreiro – Jacintinho
5.       Amizade – Conjunto Virgem dos Pobres
6.       Trovão – Conjunto Virgem dos Pobres
7.       Fênix -  Conjunto Virgem dos Pobres
8.       Imperador – Jatiúca
9.       Talismã – Conjunto Virgem dos Pobres
10.   Dragãozinho – Ponta da Terra
11.   Treme-Terra – Ponta da Terra
12.   Cascavel – Conjunto Joaquim Leão

Domingo (22 de maio de 2016) Série A / Grupo Especial 
1.       Lacrau – Poço
2.       Cobra Negra – Jatiúca
3.       Dragão – Ponta da Terra
4.       Cão de Raça – Jacintinho
5.       Tigre – Ponta da Terra
6.       Bumbá Alagoano – Ponta da Terra
7.       Rei Bumbá – Jacintinho
8.       Vingador – Ponta da Terra
9.       Bumbá Anaconda – Ponta da Terra
10.   Águia Dourada – Reginaldo

Prestigie!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Travessia nº7

Grandes parceiros: professor Marcelo e o amigo Afonso


No domingo(10.04), a Federação Aquática do Estado de Alagoas (FAEAL) promoveu mais uma importante edição do Festival de Natação no Mar: Revezamento 3x700 e Individual 2100m. Mas, dizem as más línguas, que a marcação do percurso foi errada e todo mundo nadou 1km extra no individual.

Essa foi a minha sétima travessia representando a Academia Nadart Fênix, fiz no tempo de 01:18.32, o que resultou no sexto lugar geral feminino e preciosos pontos no ranking estadual. Superei a pressão psicológica em ver o portal da chegada em cada volta, e mesmo assim, continuar com as braçadas; suportar o incômodo na barriga (a famosa dor de viado); as pernas pesadas; a sede; e o corte devido à respiração sempre do mesmo lado (roçando o pescoço na alça do maiô).

Infelizmente, só tinha eu na sênior B e levei mais uma medalha para a coleção. Foram apenas 10 mulheres inscritas na competição e em categorias diferentes. Já é possível perceber que quanto maior o percurso, menos participantes. Afinal, não é todo mundo que tem coragem de nadar no mar!

Porém, mais importante do que subir ao pódio, é ultrapassar os limites do corpo, ter a sensação de liberdade e relembrar a própria evolução no esporte. Só para exemplificar: há um ano, iniciei o vício e fiz essa mesma prova; participei do revezamento, uma única volta de 700m, e um bombeiro se aproximou para perguntar se eu precisava de ajuda; quando cheguei em casa, passei o resto do dia deitada e não consegui fazer mais nada. Agora, a dor transforma-se em estímulo.

Eu só tenho a agradecer ao professor Marcelo Luz, os parceiros de raia e a minha família/amig@s/torcida organizada pelo incentivo constante. Até a mainha prestigiou e rezou o tempo todinho até o meu retorno... parabenizou e mais uma vez disse que não vinha mais. kkkkkk  

Estou muito feliz com cada resultado. A natação tornou-se minha terapia, lazer e prática essencial para a qualidade de vida! É hora de intensificar os treinos, conhecer outros mares e enfrentar os próximos desafios. Rumo aos 5km!

terça-feira, 22 de março de 2016

IBP – 46 anos de história!

A Igreja Batista do Pinheiro (IBP) completou ontem(21.03), 46 anos de fundação e organização em Maceió. Tem como missão "Formar discípulos de Jesus Cristo, exercitar a comunhão e a justiça social”; e a visão institucional “Ser uma igreja missionária, distribuída em pequenos grupos, trabalhando de acordo com os seus dons, ajudando-os mutuamente e a comunidade em que está inserida, através da ação social”.

Para celebrar a data, terá uma ampla programação até o dia 27 de março com: cultos, meditações sobre a Páscoa e a Paixão de Cristo; no sábado às 8h30, terá o Café Teológico com David Mesquiati – Pastor pentecostal (Assembleia de Deus), Doutor em Teologia (PUC-RJ) e Presidente da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL Brasil).

A IBP ao longo da sua trajetória tornou-se uma referência no Estado de Alagoas devido ao diálogo interreligioso com outras instituições de fé, discussão sobre gênero e etnia na Bíblia, interlocução com os movimentos sociais e a luta contra as diversas formas de desigualdades.

Porém, o momento também é de reflexão e combate aos preconceitos, após um importante ato revolucionário ocorrido no dia 28 de fevereiro. Após uma década de debates internos, os membros associados às IBP participaram de uma Assembleia para encaminhar sobre a participação dos membros homossexuais nas ações da igreja, e ocorreu a aprovação da realização do batismo dessas pessoas. A partir daí, a igreja recebeu uma enxurrada de ataques preconceituosos e homofóbicos nas redes sociais, inclusive com tom de ameaças, que foram direcionados aos pastores Wellington Santos e Odja Barros e suas filhas.

O caso teve repercussão nacional e várias instituições encaminharam notas e moções de solidariedade à IBP, destacam-se: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Partido Comunista Brasileiro (PCB/AL) e o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs); além da Koinonia Presença Ecumênica e Serviço do Rio de Janeiro, grupo Vozes Maria de Pernambuco e a Aliança de Batistas do Brasil.

Desejamos vida longa e muita força a essa comunidade de fé, que prega na prática o respeito e o amor ao próximo. Graça e paz!


Coluna Axé – 383ª edição – Jornal Tribuna Independente (22 a 28/03/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 15 de março de 2016

Retrocesso?!

No próximo mês (24 a 29 de abril), a Secretaria de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos realizará no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília, as etapas das Conferências Conjuntas de Direitos Humanos, seguindo os princípios da transversalidade, interdependência e indivisibilidade dos direitos humanos. Esse será o momento de rever as políticas públicas e mapear as propostas da sociedade civil. E um fato que terá repercussão nos debates, é o raio X da situação da população afro brasileira apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Conselho de Direitos Humanos.

A relatora sobre Direito de Minorias da ONU, Rita Izak, participou de uma missão no Brasil em setembro do ano passado e suas análises apontam a perpetuação da democracia racial que contribuem para o fortalecimento do racismo. "Esse mito contribuiu para o falso argumento de que a marginalização dos afro brasileiros se dá por conta de classe social e da riqueza, e não por fatores raciais e discriminação institucional", constatou a relatora. 

A ONU afirma que apesar dos 20 anos de iniciativas para reduzir a disparidade vivida pelos negros na sociedade brasileira observa-se que houve "um fracasso em lidar com a discriminação enraizada, exclusão e pobreza enfrentadas por essas comunidades" e denuncia a "criminalização" da população negra no Brasil."

O documento destaca que "lamentavelmente, a pobreza no Brasil continua tendo uma cor." Das 16,2 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza no País, 70,8% deles são afro-brasileiros. Os salários médios dos negros no Brasil são 2,4 vezes mais baixos que o dos brancos e 80% dos analfabetos brasileiros são negros. Estima-se que 75% da população carcerária no Brasil seja de afro brasileiros. No Judiciário, apenas 15,7% dos juízes são negros e não existe nenhum atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF). Em relação aos níveis estarrecedores da violência, dos 56 mil homicídios no Brasil por ano, 30 mil envolveram pessoas de 15 a 29 anos, onde 77% eram garotos negros; e em 2013, 66% a mais de mulheres afro-brasileiras foram mortas, na comparação às mulheres brancas.

Infelizmente, os dados não surpreendem mais os pretos e pardos, que corresponde a 50,7% da população brasileira, de acordo com o Censo do IBGE de 2010. Porém, é preciso que as ações afirmativas sejam uma Política de Estado efetiva em todo território nacional para que tenhamos mudanças eficazes, afinal, estamos na Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024) com o tema “Povos Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento.” O objetivo é reforçar a cooperação nacional, regional e internacional em relação ao pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas de afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade. Acesse o site http://decada-afro-onu.org para mais informações.


Fonte: Coluna Axé – 382ª edição – Jornal Tribuna Independente (15 a 21/03/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Travessia na Barra de São Miguel

Começou o Circuito Alagoano de Natação em Águas Abertas 2016!

Nesse domingo(21.02.16), a Federação Aquática do Estado de Alagoas (FAEAL) promoveu a TRAVESSIA Barra de São Miguel, no litoral sul de Alagoas. A maré ainda estava enchendo, ficamos pertinho das pedras, a água limpinha e convidativa.

Essa foi a minha sexta travessia representando a Academia Nadart Fênix, fiz 1200m em 24'53", cheguei em 19º lugar no feminino geral e fiquei em terceiro na categoria Sênior B.

Sem dúvidas... foi mais um dia de relaxamento, alegria e superação!

 





terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O racismo carnavalesco

O Carnaval 2016, foi marcado por polêmicas e visibilidade do racismo na mídia. Todos os anos, pessoas anônimas buscam se divertir e chamar a atenção com suas fantasias ousadas, criativas.

O caso que chamou atenção no País, foi a foto de uma família de Belo Horizonte (MG), cujo casal de jovens aparecem com vestimentas dos personagens da Disney, Aladdin e Jasmine, e o seu filho nos ombros vestido de Abdu, o macaco de estimação. O que era apenas uma “brincadeira” na folia contribuiu para a reflexão sobre os estereótipos e a denúncia por racismo e injúria racial.

Outro caso que merece destaque, mas com enfoque sociopolítico, foi a jovem negra e blogueira Luanna Teofillo que se fantasiou de “paneleira Lolô”. A foto e o artigo “Existe whiteface?” recebeu centenas de curtidas e compartilhamentos por manifestar crítica social, e foi reproduzido na Revista Fórum e no site geledes.org.br. Sobre a personagem, escreveu: “Os detalhes da sua caracterização contam mais a sua história: a bolsa Channel para lembrar os dias em Paris (lugar muito superior a São Paulo), a camiseta vintage da seleção herdada do avô militar e a panela na mão como símbolo de sua indignação. Lolo está indignada com tudo o que esta aí, mas não sabe exatamente o que é esse tudo. Ela bate panela na janela para mudar nosso país. Lolo não é racista, mas acha que lugar de moreninho não é na universidade ao seu lado, pois cada um deve ficar no seu devido lugar. As flores no cabelo mostram um certo clima hippie chic, afinal ela quer paz e amor com o apoio do aparelho policial do Estado para defender seu patrimônio e os seus(...)”.

Enquanto isso nas escolas de samba, tanto no Grupo Especial, como nas séries A e B do Rio de Janeiro e São Paulo, surpreendeu a exaltação às religiões de matrizes africana e a representação dos orixás, surpreendeu a retratação do Exu em uma comissão de frente; a história de São Jorge – O Guerreiro na fé; e a vitória da Estação Primeira Mangueira com o samba enredo “Maria Bethânia: a Menina dos Olhos de Oyá”. Beleza e criatividade a parte, as críticas não faltaram.

Porém, após a maior festa popular do Brasil é importante lembrar que racismo não é piada, imaginação de gente complexada, síndrome de inferioridade e perseguição. A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Já o crime de racismo, previsto na Lei nº7.716/1989, implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos, como por exemplo: recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou às escadas de acesso, negar ou obstar emprego em empresa privada, entre outros.

O carnaval passou, o ano começou, e a luta por respeito continua. Vamos em frente!


Fonte: Coluna Axé – 378ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cotas raciais em concurso público

A Lei nº 12.990 promulgada em 9 de junho de 2014, pela Presidente Dilma Rousseff, reserva 20% das vagas oferecidas às pessoas presas e pardas (negros/as) autodeclaradas no ato da inscrição nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.

Porém, de acordo com o inciso 3º do artigo 3º, “na hipótese de não haver número de candidatos negros aprovados suficiente para ocupar as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos aprovados, observada a ordem de classificação”.

Apesar dessa política pública ter validade de dez anos, e ser inspirada nas cotas implantadas em Universidades que proporcionam a oportunidade de acesso, as cotas raciais em concursos públicos também são alvo de críticas e polêmicas. Cabe ao Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos – órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica – conforme as diretrizes do Estatuto da Igualdade Racial (§ 1o do art. 49 da Lei no 12.288/2010), acompanhar e executar a avaliação anual sobre a regulamentação.

Para esse ano, estão previstas no primeiro semestre vagas aos candidatos negros e negras nos concursos públicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também, é possível a adoção do sistema de cotas em concursos de âmbito estadual, um grande exemplo nacional é o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que implantou pela primeira vez e já recebeu 448 inscrições de juízes negros(as).

As cotas raciais e sociais são ações afirmativas, que resultam da luta do Movimento Social Negro, que visam a transformação do país, a busca por igualdade e o combate do racismo nos espaços de poder e formação. É preciso investir na educação de qualidade para todos, independente de classe social e região, só assim não precisaríamos de paliativos, para obtermos profissionais negros capacitados em todos os setores. Enquanto isso, o remendo por justiça social continua...


Fonte: Coluna Axé – 376ª edição – Jornal Tribuna Independente (26/01 a 01/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com