terça-feira, 29 de abril de 2014

Somos todos macacos?!

O racismo tem tomado proporções assustadoras no mundo! Infelizmente, nos estádios de futebol onde deveria ser um espaço de alegria e exaltação ao esporte, tem se tornado o local sinônimo de violência e racismo entre torcidas e de hostilização aos jogadores negros, mestiços e da América Latina. 

Os casos de imitação de macaco e o arremesso de bananas no gramado estão ficando comuns, e o episódio mais recente ocorreu na Espanha, quando o brasileiro Daniel Alves (jogador do Barcelona), descascou a fruta, comeu e depois seguiu com a marcação do escanteio para seu time. 

Em apoio, artistas e esportistas brasileiros publicaram fotos em suas redes sociais com o intuito de “dar uma banana ao preconceito!”, porém, ativistas negros(as) condenaram a campanha considerada hipócrita, pois só contribui para a depreciação e reforça as ofensas racistas. O fato não pode ser encarado como piada, trata-se de racismo, é crime e precisa ser punido de acordo com a lei antirracista.

A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, também se pronunciou sobre o caso e afirmou ontem (28.04), por meio de sua conta no microblog Twitter que o lateral-direito do Barcelona e jogador da Seleção Brasileira deu resposta ousada e também disse que o Brasil “levanta a bandeira” do combate à discriminação: “O Brasil na #CopaDasCopas levanta a bandeira do combate à discriminação racial #CopaContraORacismo. (...)Vamos mostrar q nossa força, no futebol e na vida, vem da nossa diversidade étnica e dela nos orgulhamos. #CopaSemRacismo”, declarou. 

Polêmicas a parte, sonhamos com o dia que o ser humano deixará de ser apenas um estereótipo. Chega de desigualdade social e racial, precisamos de respeito e amor ao próximo! Axé!



"Estou na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira. Temos de rir dessa gente atrasada" (Daniel Alves).




Fonte: Coluna Axé – 294ª edição – Jornal Tribuna Independente – 29/04 a 05/05/2014 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 15 de abril de 2014

Autodeclaração nas candidaturas

A partir das eleições realizadas em 2014, todos(as) os(as) candidatos(as) deverão declarar a ‘cor ou raça’ no ato da candidatura, conforme descrito na Resolução 23.405/2014, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidaturas, especifica a decisão no artigo 26, inciso IV, e o preenchimento é obrigatório.

Essa é uma das mais antigas reivindicações do Movimento Social Negro brasileiro e foi absorvida pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR. Atualmente, o TSE não tem nenhuma estatística que informe o número de negros e negras na política brasileira. É importante ressaltar, que desde dezembro de 2012, o Governo Federal adotou o quesito “cor ou raça” como campo obrigatório dos registros administrativos, cadastros, formulários e bases de dados.

A iniciativa também vem sendo adotada em outros campos de atuação, a exemplo das fichas sindicais, e tem como objetivo coletar dados sobre a representação dos grupos raciais e étnicos que constituem a diversidade brasileira e sua participação nos espaços de decisão do sistema político; além de ser um instrumento de monitoramento e avaliação de políticas e programas voltados para a promoção da igualdade racial previstas na Lei 12.288/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. 

Com certeza, essa será uma importante ação para verificar quantos candidatos e candidatas se reconhecem como negros(as). Obter dados sobre a quantidade de negros(as) que disputaram, qual o partido que tem maior diversidade, e quantos foram eleitos(as)??? Porém, o melhor seria saber quantos e quantas estão realmente comprometidos(as) com as questões étnicorraciais?

E cabe à população brasileira, escolher melhor seus representantes.


Fonte: Coluna Axé – 293ª edição – Jornal Tribuna Independente – 15 a 21/04/2014 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 8 de abril de 2014

Jornalistas e igualdade racial

O dia 02 de abril de 2014 tornou-se um marco histórico para a categoria profissional de jornalistas, pela primeira vez, ocorreu o Encontro Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (1º Enjira) em Maceió. O evento integrou a programação do 36º Congresso Nacional de Jornalistas, que foi promovido pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e o Sindjornal, além de contar com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR).

Estiveram reunidos jornalistas e acadêmicos(as) e convidados(as) afrodescendentes e aqueles identificados(as) com a luta pela igualdade racial de todo o país, para discutir o tema “Os jornalistas e a Construção da Igualdade Racial na Mídia”. Teve como resultado a aprovação de 12 propostas prioritárias que foram divididas nos eixos de formação profissional, atuação sindical e democratização da comunicação. São elas:

1. Orientar os sindicatos dos jornalistas do Brasil que negociem em seus acordos coletivos para que seja garantida a cota de 20% de negros e negras nas contratações das empresas de comunicação;
2. Que a Fenaj e os sindicatos garantam que o Enjira seja realizado periodicamente a cada dois anos;
3. Realizar ampla pesquisa nacional etnicorracial para identificar os(as) jornalistas negros(as) que estão dentro e fora do mercado de trabalho;
4. Fazer uma moção de apoio ao projeto de lei que define o percentual de 20% de cotas raciais nos concursos públicos, incluindo os cargos em comissão;
5. Que os sindicatos atuem para o cumprimento da convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da discriminação nos locais de trabalho;
6. Que a Fenaj recomende aos sindicatos a solicitação de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) ao Ministério Público do Trabalho, com objetivo de responsabilizar empresas de comunicação quanto à discriminação etnicorracial em sua cobertura editorial, em especial nas editorias de polícia;
7. Que a Fenaj recomende aos sindicatos que garantam pelo menos uma vaga para delegado(a) representando a Cojira de cada estado nos congressos de jornalistas;
8. Propor parcerias com instituições internacionais, universidades, governos, entre outros, para novamente ofertar o curso de gênero, raça e etnia para jornalistas;
9. Atuar para a inclusão da temática etnicorracial no currículo acadêmico das faculdades de jornalismo;
10. Ampliar a produção científica das Cojiras e do Núcleo de Jornalistas Afrobrasileiros;
11. Reivindicar que a Secretaria de Comunicação (Secom), da Presidência da República, destine parte de suas verbas para o financiamento da mídia negra;
12. Que a Fenaj faça uma pesquisa crítica e nacional cerca da cobertura etnicorracial realizada pelos meios de comunicação no Brasil.

E a luta continua... por respeito e justiça social em todos os setores. Axé!


Participantes do 1º Enjira fortalecem a discussão sobre igualdade racial e mídia (Foto: Yvette Moura)


Congresso 1
Após 36 anos, o Estado de Alagoas realizou o 36º Congresso Nacional de Jornalistas com o tema central: “O Jornalismo, o Jornalista e a Democracia”. A temática étnicorracial e o combate do racismo nos meios de comunicação foram discussões sempre presentes, inclusive, teve a palestra “O Jornalismo e as políticas afirmativas para a consolidação do estatuto democrático” ministrada por Edson Cardoso – assessor especial da Ministra Luiza Bairros (Seppir) – que ressaltou a hierarquização do humano, a estigmatizarão e a prática da democracia meia-boca no Brasil. “A diversidade contribui para a excelência, mas, o racismo estrutura a nossa sociedade. Ao pensar em democracia, não podemos conviver com uma ideologia onde afirma que por causa da aparência, um é melhor que o outro. (...) A pluralidade de vozes deveria ser o sustentáculo da democracia”, ressaltou. 



Congresso 2
Também teve a leitura da Carta da Igualdade de Maceió, a aprovação de uma tese para que a Fenaj e todos os sindicatos ampliem a campanha de inclusão e atualização da autodeclaração étnicorracial nas fichas cadastrais de jornalistas; além de uma moção de repúdio à apresentadora Ana Maria Braga (Programa Mais Você/Rede Globo), que no dia 03 de abril, ao divulgar uma receita popularmente conhecida como “Nêga Maluca”, usou tom jocoso e irônico para afirmar que existiria uma nova nomenclatura: “mulher afrodescendente com distúrbio mental”. Piada sem graça!




Congresso 3
Outro ponto importante foi a apresentação do Afoxé Odo Iya durante o café com cultura, além do show do cantor Igbonan Rocha e o grupo samba de nego na festa de encerramento do congresso nacional de jornalistas. Também ocorreu a realização de um passeio étnicorracial na Serra da Barriga em União dos Palmares para jornalistas comprometidos com a igualdade racial. A atividade também conhecida por “Palmares in loco” reuniu profissionais de sete estados (CE, GO, MG, SP, RJ, RS e o Distrito Federal), é um projeto do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô que conta com as explanações de Helcias Pereira – coordenador nacional dos APNs e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR).


Fonte: Coluna Axé - 292ª edição – Jornal Tribuna Independente (08 a 14/04/2014) 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

sábado, 5 de abril de 2014

Trilha sonora - fim de semana (05 e 06.04.14)

E na semana, que a sociedade reflete sobre os 50 anos da Ditadura Militar, eis um clássico da música popular brasileira daquele período tenebroso.

Apesar de você...amanhã há de ser outro dia.

 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Momento histórico ... fotos do 1º Enjira

Nessa quarta-feira(02.04), o 1º Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira) abriu a programação do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, no Centro de Convenções de Maceió. 

Com foco na construção da igualdade racial na mídia e o papel dos jornalistas nesse processo, o encontro trouxe a tona a visibilidade da cultura e das questões étnicorraciais, racismo institucional e a troca de experiência sobre a abertura de espaços para o jornalismo especializado nas questões de gênero, como o Portal Áfricas e os cadernos afro-especiais do jornal A Tarde(BA). 

Estiveram presentes representantes das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Alagoas, Paraíba e Bahia, além do Núcleo de Jornalistas Afrobrasileiros do Rio Grande do Sul. E jornalistas representando os sindicatos de jornalistas do Estado do Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Ceará e Rio Grande do Norte.

Confira algumas imagens:
















terça-feira, 1 de abril de 2014

1º Enjira



O 1º Encontro Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (1° Enjira) acontecerá nessa quarta-feira(02.04), das 9h às 17h, no auditório do Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso (Centro de Convenções de Maceió) no bairro histórico de Jaraguá em Maceió. 

Com o tema “Os jornalistas e a Construção da Igualdade Racial na Mídia”, o evento integra a programação do 36º Congresso Nacional de Jornalistas e é promovido pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato de Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), além de contar com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), do governo federal. 

De acordo com Valdice Gomes – presidenta do Sindjornal e coordenadora da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira) da FENAJ – o Enjira tem como objetivo fomentar o debate sobre etnia e raça, seus desafios na mídia brasileira, além de traçar encaminhamentos para a implementação de ações afirmativas voltadas à igualdade racial nos veículos de comunicação social e nas assessorias de imprensa das esferas pública e privada. 

Para subsidiar o debate, foram convidados profissionais referenciados na mídia étnica nacional, a exemplo de Cleidiana Ramos, repórter especial do jornal A Tarde (BA), especializada em questões de identidade e religiosidade afro-brasileira; o jornalista Washington Andrade, diretor geral do Portal Áfricas; e Rosane Borges, doutora em Ciências da Comunicação, coordenadora do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra; e à tarde, terão os grupos de trabalhos(GTs) e a discussão de propostas. 

Essa é uma antiga aspiração dos coletivos de jornalistas que lutam contra o racismo e em defesa de ações afirmativas na mídia, existentes nos sindicatos da categoria de vários estados, a exemplo do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Rio Grande do Sul e das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Alagoas, Paraíba e Bahia. Sem dúvidas, um momento histórico! Axé!


Congresso
Após 36 anos, o Estado de Alagoas receberá jornalistas profissionais de todo o país, acadêmicos e acadêmicas de jornalismo, para debater o tema central: “O Jornalismo, o Jornalista e a Democracia” no 36º Congresso Nacional de Jornalistas. No período de 2 a 6 de abril, terão painéis, oficinas, rodas de conversas; a entrega da Comenda Fenaj para o ilustre alagoano, Prof. Dr. José Marques de Melo; o tributo às vítimas da Ditadura Militar nessa sexta-feira(04.03), às 21h, no Memorial Teotônio Vilela na praia da Pajuçara; além da programação cultural com a Noite Alagoana e o Filho da Pauta In Door (festa de encerramento) com a apresentação do cantor Igbonan Rocha e o grupo Samba de Nêgo. Mais informações e inscrição, no site: http://36congressojornalistas.com. Contato: (82) 3326-9168.


Fonte: Coluna Axé – 291ª edição – Jornal Tribuna Independente (01 a 07/04/2014) 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com