terça-feira, 16 de agosto de 2016

Preconceitos olímpicos

Em tempos de jogos olímpicos... costuma-se valorizar a resistência, explosão muscular, dedicação, a conquista de títulos e índices. Porém, o fair play (em português: jogo limpo) anda esquecido fora dos locais de competição e nas redes sociais, já que os/as covardes continuam destilando seus venenos e contribuindo para a cultura do ódio e intolerância. 

O fair play é uma filosofia adotada no meio esportivo, que nasceu em 1896 nas primeiras Olimpíadas da Era Moderna em Atenas que preza pela ética e o bem estar dos/das atletas, ou seja, os/as praticantes devem jogar de maneira justa e não prejudicar propositalmente seus adversários(as). 

Durante as olimpíadas do Rio de Janeiro, teve internauta que ressaltou o sobrepeso da ginasta mexicana Alexa Moreno e a comparou à personagem infantil Peppa Pig; a brasileira Poliana Okimoto (medalha de bronze na maratona aquática) com 33 anos de idade, foi considerada velha para participar da competição; atletas negros(as) continuaram sendo chamados de macacos fedorentos; e os atletas gays (assumidos ou não) também foram hostilizados, inclusive, houve muita crítica à jogadora de rúgbi Isadora Cerullo que recebeu pedido de casamento da sua namorada depois de uma partida.

E o caso mais polêmico, foi direcionado à goleira da seleção brasileira Bárbara Micheline do Monte Barbosa, quando o integrante do Conselho Federal de Administração (CFA) Marcos Clay utilizou uma rede social e comentou: "Eu odeio preto, mas essa goleira do Brasil tinha chance". Depois de várias críticas, defendeu-se: "Foi uma brincadeira de mau gosto, até já tirei o post. Uma brincadeira que infelizmente algumas pessoas se ofenderam, mas não era minha intenção. Tanto é que minha esposa é negra, todo mundo sabe disso. Quem me conhece sabe que eu não sou racista, tenho vários amigos que são negros, não tenho problema com isso", afirmou Clay. 

É preciso respeitar as pessoas, independente, de ser ou não um/uma grande medalhista, classe social, crença, cultura e histórias de vida. Mais amor, por favor! Axé! 

Fonte: Coluna Axé – 404ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/08/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

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