quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Relatório sobre violência religiosa

No último dia 26 de outubro ocorreu o 2º Seminário Estadual Consciência Negra e Diversidades, no Espaço Linda Mascarenhas em Maceió, com o tema “Intolerância e Violência Religiosa”. Uma iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos em parceria com o Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial (Conepir/AL).

A atividade contou com a presença de Andréa Guimarães – Consultora da Unesco – representante do projeto de fortalecimento das instâncias de participação social para a promoção do respeito à diversidade religiosa, nos estados e Distrito Federal. 

Na ocasião, foram apresentados os dados do Relatório Nacional de Intolerância e Violência Religiosa no Brasil (2011-2015), que possui 975 casos identificados, sendo 45% registrados em jornais, 41% em ouvidorias e 17% em processos judiciais; equivalente a dois casos por dia no período de cinco anos. Atualmente, a principal ferramenta de controle e registro de dados oficiais é pelo Disk 100, que de forma gratuita e sem expor a vítima, é disponível para todo o território nacional. 

Segundo a palestrante essa foi a décima visita oficial para o repasse das informações para alertar sobre os casos de intolerância religiosa, que ao serem denunciados normalmente são enquadradas como injúria ou são arquivadas. “A intolerância religiosa no Brasil é democrática, existe em todos os estados e atinge todas as religiões. É uma questão de calamidade pública, e também se enquadra como terrorismo. As pessoas normalmente não denunciam os casos de violência religiosa, primeiro porque não conhecem seus direitos; segundo, porque têm medo; e terceiro, porque não reconhecem esse sistema de justiça como legítimo”, exaltou Andréa.

O evento contou com a participação da Secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos, Claudia Simões; estudantes, professores, sindicalistas; conselheiros estaduais (mulher, LGBT direitos humanos); além de vários religiosos (matriz africana, católicos, evangélicos, mórmons espíritas e adeptos do Ayuascha) e agnósticos.

Na sexta-feira (27.10), no auditório do Iteral, foi a vez do “Diálogos com o CONEPIR” junto aos demais segmentos da sociedade civil e foi discutida a necessidade da inclusão dos relatos dos casos existentes em Alagoas e defendeu-se a realização de mais um encontro, com data prevista para o dia 11 de dezembro, para discutir a criação de um Fórum Interreligioso pela Cultura de Paz.


Fonte: Coluna Axé – 465ª edição – Jornal Tribuna Independente (31/10 a 06/11/17) / COJIRA/AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

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