quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Entrevista: Irmã Terezinha Tortelli – Pastoral da Pessoa Idosa

Por: Helciane Angélica – Jornalista 


A Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, Irmã Terezinha Tortelli, será homenageada pela Câmara Municipal de Maceió nesta sexta-feira (23.09) a partir das 14h, no Teatro do Colégio Marista no bairro do Farol em Maceió. Ela foi indicada pela médica e vereadora Fátima Santiago (PP) para receber o Título de Cidadã Honorária da capital alagoana, durante a sessão pública com o tema “Em defesa dos Direitos da Pessoa Idosa”.

A religiosa nasceu no dia 05 de novembro de 1953, na cidade de Jacutinga, localizada no norte do Estado do Rio Grande do Sul. Seus antepassados vieram da Itália, oriundos das famílias Piva, Magrin e Tortelli. Pertence à Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente, também é formada em Enfermagem e é especialista em Gerontologia Social pela PUC/RS. Contribuiu para o fortalecimento da Pastoral da Criança; participou da equipe organizadora da 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa em 2006; e desde o dia 18 de maio de 2010 assumiu a Coordenação Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa após ser nomeada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Confira abaixo a entrevista que fiz com a Irmã Terezinha Tortelli, para o site da Vereadora Fátima Santiago.


1. Durante vários anos, a Senhora atuou como enfermeira hospitalar, convivendo com várias realidades. Que lições foram aprendidas e levadas para a sua vida?


Terezinha Tortelli: O trabalho de enfermeira foi uma opção de vida em função das marcas adquiridas na infância. Iniciei esse trabalho aos 17 anos e posso afirmar que servi aos doentes com muito zelo, carinho e dedicação, creio que o fiz instintivamente até para recompensar tudo o que eu mesma recebi estando doente por longo tempo.


2. A senhora tem especialização em Gerontologia Social, como surgiu o interesse por essa área?

Terezinha Tortelli: Pela necessidade da missão. Quando ainda envolvida na Pastoral da Criança, já acompanhava um projeto chamado "Terceira Idade na Pastoral da Criança" - e foi a partir deste que surgiu depois a Pastoral da Pessoa Idosa.


3. Que outros cursos e capacitações já foram executados?

Terezinha Tortelli: Em função de outros projetos que eu acompanhava, fiz especialização em Planejamento Familiar na Universidade do Chile; depois, acompanhando um projeto de implantação da Pastoral da Criança em áreas indígenas, fiz capacitação no Centro Indigenista Missionário (CIMI) e acompanhei o projeto piloto em áreas indígenas nas cinco regiões do Brasil.


4. Como foi despertado o interesse em participar das pastorais sociais da Criança e da Pessoa Idosa?


Terezinha Tortelli: Foi a partir do convite que me fez a Dra. Zilda, primeiramente para coordenar a Pastoral da Criança no Estado do Paraná (1993 a 1997). E a partir de 1998, Dra. Zilda convidou-me a fazer parte da equipe nacional na qual permaneci até final de 2004, quando iniciou a Pastoral da Pessoa Idosa. Na Pastoral da Pessoa Idosa, desde o início estive como secretária executiva, sempre por convite da Dra.Zilda.


5. Há 1 ano e quatro meses encontra-se na Coordenação Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, quais foram os principais desafios encontrados?

Terezinha Tortelli: A sustentabilidade financeira da Pastoral da Pessoa Idosa. A Dra. Zilda sempre me confiou a parte prática da Pastoral, para pensar e elaborar os materiais educativos, preparar e executar as capacitações dos coordenadores e multiplicadores, etc. Buscar recursos financeiros foi sempre a função da Dra. Zilda. Na falta dela e sentindo-me de repente responsável por esta parte, realmente tem sido o maior desafio porque o trabalho voluntário não pode parar e tudo tem um custo.


6. Quais os seus planos a frente da Coordenação Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa?

Terezinha Tortelli: Fortalecer e animar os voluntários para que juntos possamos ir expandindo cada vez mais a Pastoral da Pessoa Idosa pelo país todo, pois o Brasil está envelhecendo rapidamente e há muitas pessoas bastante fragilizadas. Desejamos alcançar a todas essas pessoas para que tenham vida, dignidade e esperança.


7. Em sua opinião, que ações realmente têm contribuído para a efetivação dos direitos da Pessoa Idosa no Brasil?


Terezinha Tortelli: Primeiramente tornar conhecido o estatuto do idoso. Reconhecer o protagonismo das pessoas idosas e estimulá-las a se envolver nas discussões e ocupar os espaços de elaboração e definição das políticas públicas. Creio que a implantação e a efetivação dos conselhos municipais de direitos do idoso são um excelente contributo, porém há muito que se fazer ainda.


8. E no Estado de Alagoas, especialmente na capital Maceió, quais as iniciativas em defesa do envelhecimento digno merecem reconhecimento?


Terezinha Tortelli: Sem sombra de dúvida, quero destacar a iniciativa da Arquidiocese de Maceió lançando o Ano da Pessoa Idosa em outubro de 2010 e que vai até outubro deste ano.


9. Qual a importância da Pastoral da Pessoa Idosa para a sociedade?


Terezinha Tortelli: A Pastoral se ocupa preferencialmente por uma parcela da população talvez desconhecida da maioria, que são as pessoas idosas mais fragilizadas. Há um conceito errôneo para a maioria das pessoas, que vêem a pessoa idosa como aquela que passeia, viaja, se diverte. Existe isso também, mas é uma minoria que goza destes benefícios. A Pastoral mostra o outro lado da moeda.  Nosso empenho é para que as políticas públicas sejam pensadas e elaboradas também e principalmente para essa porção.



10. Mesmo morando tão distante, é uma referência para aquelas pessoas que defendem os direitos dos idosos em Alagoas. Como a senhora se sente ao receber o Título de Cidadã Honorária de Maceió?

Terezinha Tortelli: Muito honrada, mas quero afirmar que considero essa honraria dirigida à todos que fazem a Pastoral da Pessoa Idosa.


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