terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Lavagem do Bomfim



A tarde do último domingo (06.01) foi marcada pela realização da XI Lavagem do Bomfim, no bairro do Poço, em Maceió, que reuniu centenas de religiosos de matriz africana de várias Casas de Axé de Alagoas, grupos afroculturais, adeptos e simpatizantes dessa celebração que vem se consolidando a cada ano. A ação religiosa segue as tradições dos ancestrais africanos, utilizando o elemento água como símbolo de purificação para a conquista de novas realizações. 

Como de costume, a atividade teve início com a concentração dos religiosos no Largo São João, situado na Ladeira do Jacintinho. De lá, o cortejo saiu em direção à Igreja do Bomfim, todos vestindo branco, que é a cor de Oxalá, o deus Yorubá sincretizado com Senhor do Bomfim, acompanhados de batuques de vários grupos afro. À frente do cortejo, a imagem do Senhor do Bomfim seguiu em um veículo ornamentado com flores brancas. 

A cerimônia no pátio da Igreja começou com um ato de celebração a Oxalá, com revoada de pombos e queima de fogos. Em seguida, os participantes carregando vasos com flores e água de cheiro fizeram a lavagem simbólica do pátio da igreja. Logo após, todos participaram de uma grande caminhada de aclamação à paz, dizendo não à intolerância religiosa, passando por várias ruas do bairro até a Ponta da Terra, onde aconteceu a cerimônia de acolhimento dos participantes, na Casa de Iemanjá, dirigida pelo babalorixá Célio Rodrigues. 

O ritual vem conquistando o respeito e admiração da sociedade alagoana a cada ano, aumentando o número de pessoas que comparecem ao local para prestigiar o evento. Antes mesmo do cortejo chegar à Praça Senhor do Bomfim, dezenas de pessoas já aguardavam a cerimônia, entre elas o presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural, Vinícius Palmeira, militantes do movimento negro, artistas, entre outros.

O evento é uma realização da Casa de Iemanjá e tem o objetivo de promover a integração das Casas de Axé do Estado, grupos praticantes e simpatizantes. Uma demonstração de exercício pleno do direito à liberdade de expressão religiosa, garantido na Constituição brasileira. Axé! 



Fonte: Coluna Axé - nº233 - Jornal Tribuna Independente (08.01.13)
Editora interina: Valdice Gomes   

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