terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Desespero haitiano

Por: Helciane Angélica


Desde o dia 12 de janeiro, o Haiti – país mais pobre das Américas que possui 27 milhões de quilômetros quadrados, pouco maior do que estado de Sergipe – vem sofrendo com as consequências de um terremoto que teve sete (7) graus na escala Richter e atingiu a capital de Porto Príncipe.

As cenas constantemente divulgadas na Internet e nas emissoras de televisão parecem de guerra, pois o território ficou arrasado com cerca de 70% dos edifícios destruídos como: igrejas, hospitais, lojas, supermercados e várias residências.

De acordo com o ministro do Interior do país, Paul Antoine Bien-Aime, o número de mortos pode superar 200 mil, dentre os brasileiros estão 18 militares que participavam da Força de Paz, a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, e Luís Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. Possuem muitos corpos espalhados nas ruas que são recolhidos por um caminhão e levados para uma vala comum nos arredores da cidade.

Sem ter para onde ir ou com medo de voltar para casa, as pessoas passam os dias em barracas improvisadas no meio da rua. E o desespero só vem aumentando, pois os sobreviventes ficam desnorteados em busca de água potável; sofrendo com a má distribuição de alimentos que ficou prejudicada por causa dos constantes saques aos armazéns do Programa de Alimentação Mundial (PAM) e estabelecimentos comerciais; além da violência física e armada que vem crescendo.

Atualmente, existem 43 equipes internacionais de socorro no país e o número de doações em dinheiro triplicam, principalmente, oriundos de artistas consagrados como: Brad Pitt, Angelina Jolie, Madonna, Gisele Bündchen, Sandra Bullock; além de instituições sérias (Cruz Vermelha, Médicos sem fronteiras) e ativistas espalhados pelo mundo afora. Aqui no Brasil, estão sendo mobilizadas várias campanhas de arrecadação, a exemplo das centrais sindicais, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) que vão doar R$ 200 mil às vítimas.

Aos poucos, a população tenta voltar à rotina, no mercado formal qualquer coisa que tenha sobrado da tragédia virou mercadoria; as “taps-taps”, o transporte coletivo urbano mais popular, circulam completamente lotadas; energia elétrica existe em alguns pontos com auxílio de geradores particulares; alguns telefones celulares voltaram a funcionar; etc.

Cerca de 90% dos haitianos são de ascendência africana, o resto da população é principalmente mulata, com ascendência mista caucasiana-africana, que conviviam há vários anos com problemas sócio-políticos de grandes proporções. Agora, com a tragédia que chamou a atenção do mundo, devido o estado de calamidade e dor, a miséria só tende a se agravar. É preciso ter a solidariedade de todos para erguer o frágil país!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (19.01.10)

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