terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Xangô Rezado Alto 2015

Os religiosos de matrizes africanas, admiradores e pesquisadores estão mobilizados na realização de atividades que promovam a reflexão sobre os 103 anos do Quebra de Xangô.
 
O episódio histórico e violento ocorreu em 1912 contra as casas de culto afrobrasileiras. Babalorixás e yalorixás tiveram seus terreiros invadidos e destruídos por uma milícia armada denominada Liga dos Republicanos Combatentes, que realizou perseguições e até mortes.
 
Há três anos, foi idealizado o projeto “Xangô Rezado Alto”, uma iniciativa da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) em parceria com as casas de axé, e que atualmente tem o apoio logístico da Prefeitura de Maceió. A cada ano, as ações se multiplicam com o intuito de combater a intolerância religiosa através de debates, publicações, apresentações artísticas e atos públicos.
 
Nesse domingo (01.02) terá o ensaio Geral do Cortejo Afro Tia Marcelina (uma das principais lideranças religiosas da época e que lutou bravamente por justiça) – criado pelo Maracatu Coletivo AfroCaeté, virou bloco carnavalesco – cuja concentração será às 15h na sede do localizando na Rua Barão do Jaraguá, no bairro do Jaraguá em Maceió.
 
Também nessa data, a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) realizará o Giro dos Folguedos – Xangô Rezado Alto – edição especial e totalmente afro. A programação iniciará às 16h, na Rua de Lazer, entre as praias de Pajuçara e Ponta Verde, com dez atrações: Afoxé Odô Iyá, Maracatu Raízes da Tradição, Afoxé Ofá Omin, GUESB – Arafunfun Omanjerê, Boi Vingador, Boi Águia, Maculelê Yá Capoeira, Taieiras Alagoanas, da FACIMA-TI (Faculdade da Terceira Idade), Filhos de Exú e o grupo de capoeira Lua de São Jorge.
 
E na segunda-feira (02.02) terá um grande cortejo afro com representantes de vários terreiros, da capital e do interior, que percorrerão as ruas do Centro de Maceió. A concentração será às14h, na Praça Dom Pedro II (em frente à Assembleia Legislativa de Alagoas), em seguida, todos seguem em caminhada ao som dos batuques até à Praça Marechal Floriano Peixoto (Dos Martírios), quando haverá uma solenidade e apresentações.
 
Essa luta é antiga e persistente, cada vez mais forte, onde reivindica-se a liberdade de culto, o direito de amar os orixás; o respeito pela história, vestimentas e crença; a diversidade cultural e religiosa. O direito de ser quem é, com seu axé e energia!
 
 

Fonte: Coluna Axé – 328ª edição – Jornal Tribuna Independente (27/01 a 02/02/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

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