Durante toda a programação, várias autoridades políticas, como gestores do Governo de Goiás, deputados, vereadores e até o novo Ministro Eloi Ferreira, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) prestigiaram o evento que teve: quatro seminários “Racismo e Democracia: Característi¬cas, Enfrentamento e Ações Governamentais”, “APNs e Diálogo Interreligioso”, “Um Quilombo Chamado Brasil: “Do Sonho a Realidade”, Racismo. Machismo e Sociedade”; 10 grupos de trabalho; Ato Político em favor do Estatuto da Igualdade Racial; a 14ª Assembleia Geral, que também foi eletiva e a posse da nova Direção Nacional dos APNs.
Sem sombras de dúvidas, o momento mais marcante foi quando os participantes foram às ruas na sexta-feira e realizaram um ato público em defesa do Estatuto da Igualdade Racial e contra o senador Demóstenes Torres (DEM), que durante a audiência sobre as cotas raciais na educação teve a audácia de anunciar seu pronunciamento machista e altamente racista – afirmou que os estupros praticados pelos senhores de engenho durante o escravismo eram consensuais e responsabilizou os negros pela própria escravidão. Na manifestação, homens, mulheres e crianças de vários segmentos afros e credos se uniram para transmitir à sociedade a indignação da população afro-brasileira por meio dos discursos fervorosos e cânticos afros.
Outro destaque, foi a riqueza de propostas deliberadas nos grupos de trabalhos, dentre elas a criação de um GT sobre “Mídia e Racismo” e o monitoramento dos termos racistas utilizados nos veículos de comunicação. Também promover estratégias de comunicação para informar a sociedade sobre os atos racistas nos diversos setores denunciando e executando campanhas de valorização étnicorracial, e a interlocução entre os APNs e as Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (COJIRAS) que são vinculadas aos sindicatos, inclusive, estimular a adesão dos jornalistas que fazem parte do movimento social negro a participarem. Muito bom, que outros movimentos possam executar atividades tão enriquecedoras como essa. Axé!
Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (27/04/10)