terça-feira, 17 de maio de 2011

Mídia e consciência étnica

Por: Helciane Angélica - com informações da Assessoria

Os meios de comunicação alternativos comprometidos com a igualdade racial no Brasil, também, conhecidos por Imprensa Negra tem ganhado mais visibilidade nos últimos anos. Presentes, na sua maioria na Internet, as produções são diferenciadas e bloqueiam o perfil midiático padrão dos grandes veículos, que normalmente concentram suas pautas nas datas emblemáticas e pontos factuais.

Pela primeira vez, o número de negros ultrapassou a população branca no Censo 2010! O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira apontou que cerca de 97 milhões de pessoas se declararam negras (pretas ou pardas), contra 91 milhões de brancos.

É chegado o momento, de termos uma mídia que contemple toda a população brasileira, que respeite a diversidade étnicorracial, cultural, credos e sexual. Pensando nisso, profissionais de comunicação que fazem parte da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira) se fortalecem a cada dia e elaboram novas estratégias de ação, um exemplo dessa organização e que já se tornou um marco no Jornalismo Brasileiro, foi a implantação do 1º Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento no Rio de Janeiro no dia 10 de maio.

O prêmio é promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) por intermédio da Cojira-RJ, e tem como objetivo estimular anualmente a cobertura jornalística qualificada sobre temas relacionados à população negra.

Outra iniciativa que merece destaque foi a publicação no último 13 de maio, do "Guia de Enfrentamento ao Racismo na Mídia" promovido pelo Observatório Negro de Pernambuco que traz fundamentos do Centro de Orientação Jurídica às Mulheres Negras.

Conta com o apoio do Fundo Elas, foi preparado como material de apoio do Seminário "Mulheres Negras Nordestinas pelo Direito à Comunicação", ocorrido na Ilha de Itamaracá (PE) em março de 2010, para oferecer subsídios teóricos e técnicos na elaboração de estratégias de combate jus-político ao racismo e em defesa do direito humano à comunicação livre de estereótipos e ideologias de opressão à pessoa e população negra, também, traz exemplos de representações encaminhadas aos Ministérios Públicos para a responsabilização civil e criminal dos agentes de meios de comunicação por programas e publicações discriminatórias. Que venham mais avanços!

Fonte: Coluna Axé - nº 150 - Tribuna Independente (17/05/11)

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