Por: Helciane Angélica
O Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento lançado oficialmente em maio de 2011, foi o pioneiro com o recorte étnicorracial no Brasil e a última homenagem ao esse ativista ícone do movimento negro nacional antes da sua morte no dia 24 de maio daquele ano. Essa ação, também, é o resultado das reflexões sobre o racismo na mídia e das discussões estimuladas pelas Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras), nos estados de Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e o Distrito Federal, além do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Rio Grande do Sul dentro do meio sindical.
Na última quinta-feira (29.03), ocorreu no auditório da sede do Sindicato dos Corretores de Seguros (Sincor/AL) em Maceió, o lançamento do catálogo da 1ª Edição do Prêmio Nacional. O evento contou com a participação de profissionais que atuam em assessorias e redações, além de diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e representantes das comissões de Mulheres Jornalistas e de Jornalistas em Assessoria de Comunicação (Cejac).
A atividade foi coordenada pela presidenta do Sindjornal, que fez uma breve análise sobre a importância de ter uma mídia comprometida com a igualdade racial e o respeito. “O modelo de comunicação historicamente tem sido prejudicial para a população negra e a gente por meio das Cojiras e na nossa profissão temos demonstrado que é possível mudar e contribuir para a transformação da sociedade”, exaltou Valdice. Logo após, foi a vez da jornalista Angélica Basthi – Mestra em Comunicação, integrante da Cojira-Rio e coordenadora do Prêmio Abdias Nascimento – destacar a importância do prêmio e tirar as principais dúvidas em relação sobre o processo de inscrição.
O prêmio busca reconhecer o trabalho produzido com qualidade e profundidade; estimular a produção do conteúdo sobre as questões étnicorraciais e pautas diversificadas nos meios de comunicação. "Para mim, o prêmio Nacional Abdias Nascimento revoluciona a mídia brasileira e quebrar a prática das pautas viciadas, que normalmente vem carregadas de estereótipos e expressões racistas, além, de normalmente mostrar apenas a população negra na condição de miserabilidade. Quanto mais coragem para abordar essas temáticas, quem ganha é a sociedade brasileira", disse Basthi.
Na ocasião, também, foi exibido um vídeo com os melhores momentos da premiação em 2011. Foram mais de 150 trabalhos inscritos divididos em sete categorias: Mídia Impressa, Televisão, Rádio, Mídia Alternativa ou Comunitária, Internet, Fotografia e Especial de Gênero. As inscrições para a segunda edição iniciam em maio deste ano, e, estarão aptas a concorrer as reportagens publicadas e/ou veiculadas no período de 01 de maio de 2011 até 30 de abril de 2012. Saiba mais: www.premioabdiasnascimento.org.br
Cojiras
O lançamento do catálogo sobre o Prêmio Nacional Abdias Nascimento em Maceió, também, foi um momento especial de integração entre as Cojiras do Estado de Alagoas e do município do Rio de Janeiro. Se a parceria já era consistente, ficou ainda mais fortalecida. Na foto, da esquerda para a direita, as jornalistas cojiranas: Helciane Angélica, Emanuelle Vanderlei, Angélica Basthi, Valdice Gomes e Riane Rodrigues. Ainda teve visita nas redações e entrevistas em rádios locais para divulgar o trabalho desenvolvido por todos que fazem a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), órgão consultor da Federal Nacional de Jornalistas (Fenaj).
Fonte: Coluna Axé - nº195 - jornal Tribuna Independente (03.04.2012) / Crédito da foto: Kelma de Abreu / Cortesia
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